quarenta e seis

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Desci a escada correndo e pulando alguns degraus, eu tinha essa mania porque achava divertido. Fazia alguns dias, desde o meu pequeno surto pós-gravidez trágica.

Eu mantive a preferência de continuar na casa do meu pai, aqui estava sendo confortável ficar por esses dias, e o Bruno tinha entendido bem a minha decisão.

Sentei na cadeira e observei que só minha avó estava na mesa, tinham alguns pratos já usados e o da Mariana estava igual ao meu, organizado.

— Bom dia vovó! — Falei sorrindo.

— Bom dia, pequenina. — respondeu e sorriu também, logo ela fechou o jornal que estava em suas mãos e me passou toda a atenção.

— Cadê todo mundo dessa casa ? — perguntei meio curiosa, sempre tinha pelo menos três pessoas no café aqui.

— Seu pai, avô e Marcelo foram para o hospital. — comentou, assenti e peguei uma fatia do bolo que tinha na mesa. — Jade está no ateliê dela, aquele aqui mesmo, e a Mariana... — A voz dela foi interrompida pela voz rouca da minha irmã.

— Mariana está aqui. — completou e sentou de cara fechada na mesa, pegou o leite e começou a se servir. Mau humor dela é sinal de dia ruim!

— Que mau humor. — comentei, servi suco na meu corpo e dei um gole.

— Hoje, Jade e Marcelo tem um dia importante, né? — A voz alegre da mais velha me fez sorrir ao lembrar.

Hoje era a audiência deles no processo de adoção, se tudo desse certo Mali e Arthur viriam morar aqui, sim, eles também resolveram pedir a guarda de um menino junto.

— Comprei uns presentinhos para eles, é tão ter criança aqui em casa. — Mariana disse e sorriu, fiz o mesmo.
A casa era enorme e cheia de gente com vida adulta, ter criança aqui taria mais luz e emoções para o dia-a-dia.

— Eles vão poder brincar com a gigi, isso vai ser ótimo. — Vovó disse e sorriu mais uma vez.

— Daqui a pouco tem o baby de ludney também. — A morena que estava sentada na minha frente disse rindo, fiz o mesmo.

— Quem fez esse shipper ? — perguntei entre minha risada.

— Lucarelli. — Ela respondeu e riu mais ainda. — Ah, tenho que resolver umas coisinhas com ele. — completou e mudou a expressão para séria.

Me esforcei para lembrar se havia tido algum desentendimento deles, não lembrei de nada!

— Briga ? — perguntei e fiz uma cara de curiosa, ela negou e riu.

— Licença. — Lila pediu ao se aproximar da mesa. — Malu seu celular estava tocando. — Estendeu o aparelho e eu peguei sorrindo.

— Obrigada Lila, esqueci ele ontem na cozinha. — comentei e liguei o aparelho.

— Cozinhando de madrugada de novo ? — Vovó perguntou.

— Claro, fazendo esse bolinho gostoso que você está comendo agora. — respondi rindo, olhei as notificações e tinham cinco chamadas do Bruno

Hey amor,
o que foi ?

Digitei e enviei logo em seguida.

Bruno Rezende   :
Angra amanhã, arruma suas
coisas.
Não fala para a Mariana.

Olhei para a minha irmã sentada na minha frente e ela me encarava curiosa, dei um sorriso e voltei a digitar.

por que não pode falar ?

𝘽𝙖𝙗𝙮- ᵇʳᵘⁿᵒ ʳᵉᶻᵉⁿᵈᵉOnde histórias criam vida. Descubra agora