cinquenta e tres

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A casa dos Saatkamp hoje estava frevendo igual o carnaval na Sapucaí ou em Salvador. Era uma quinta - feira de nervoso em todo lugar que tinha um coração verde e amarelo. Esse deve ser praticamente o jogo mais importante do ano, levando em consideração que o time a enfrentar seria a Inglaterra e o histórico não era bom.

A tabela do mundial mostrava que éramos líderes por causa de um ponto de diferença, tudo podia ir pelos ares caso a Argentina perdesse para a Bélgica , time que disputava a taça com o Brasil.

O desespero veio quando o árbitro apitou o final da partida e como era de esperar a Inglaterra tinha jogado que nem um leão, coisa que os mesmo não faziam diantes dos outros concorrentes.

— O jogo da Bélgica ainda não acabou. — Lud disse olhando no celular, soltei um suspiro e levei as minhas mãos trêmulas até meus cabelos ajeitando em um coque frouxo.

— Puta que pariu! — Uma das meninas gritou chamando nossa atenção para a tv.

O narrador gritou o típico set point até o bandeirinha levantar o braço dizendo que o jogador jogou fora e assim uma confusão começar.

— Depender da Argentina  é uma droga mesmo! — Bruna disse colocando a mãos sobre os olhos e jogando o corpo para trás.

Quando o var confirmou o impedimento todo mundo daquela sala soltou um suspiro que parecia ser aliviado, ali tivemos que aguentar mais alguns minutos de pura pressão, de lado um jogo que parecia não ter fim e do outro meus meninos todos com celulares nas mãos ou parados na quadra esperando acabar.

— O Brasil é penta campeão mundial. — Na hora que finalmente o Luís Roberto abriu a boca para falar isso, todas nós levantamos pulando do sofá aos gritos pela casa.

Ao fundo escutavamos barulho de fogos queimando e várias pessoas que assim como nós estavam eufóricas. Acho que nunca tinha abraçado ninguém tão forte igual eu fiz com a Bruna, a gente só faltou explodir uma a outra.

Peguei o Theo que ainda estava acordado no colo e assim começamos a pular no sofá gritando bi campeão sucessivamente enquanto na tv mostrava tudo sendo montado para eles receberem as medalhas.

— Eu tô passando mal! — murmurou Mariana pegando na minha mão e me puxando para sentar, olhei para ela tentando desvendar e a mesma riu ofegante.

— Eu vou matar eles, meu bebê quase nasceu aqui de desespero. — comentou Lud se jogando no sofá parecia cansada de gritar e pular.

Em instantes todas nós estávamos sentadas vidradas na tv, sorrindo e gravando stories dos bonitos recebendo as medalhas. Depois  disso voltamos a fazer a festa porque sabíamos que eles não iam responder nossas mensagens tão cedo.

Subi no andar de cima para conferir se a giugiu ainda estava dormindo, depois de toda a gritaria, e ainda bem que ela estava quietinha na dela abraçada com a boneca que eu tinha dado.

Mandei mensagem para o meu pai e respondi alguns amigos que estava no vácuo a um bom tempo.

Dei um sorriso quando o nome do Bruno apareceu na tela mostrando uma vídeo chamada, atendi na hora e os gritos dos meninos invadiram.

— Calma aí! — comentou Bruno se afastando da gritaria. — Se eu pedir pra você vir aqui para São Paulo agora, eu vou ser louco ? — perguntou, arregalei os olhos e assenti.

— Meu amor... — sussurrei. — Você não me avisou nada, eu nem tenho com quem deixar nossa filha. — expliquei. E ele deu um sorriso que eu não entendi na hora. — O que foi ? Eu errei alguma palavra ?

𝘽𝙖𝙗𝙮- ᵇʳᵘⁿᵒ ʳᵉᶻᵉⁿᵈᵉOnde histórias criam vida. Descubra agora