Chances

Capítulo 22

POV Kakashi

-O que você aprontou meu amigo? -Escuto a voz de Gai fazendo eu parar de olhar as revistas a minha frente e me virar vendo-o com sua típica roupa verde e com as mãos na cintura, coloco a revista na prateleira volto a andar tentando ignorar o rapaz, mas ele me segue perguntando sempre a mesma coisa.

-Do que você ta falando? -Pergunto tentando fazer ele parar de repetir a mesma pergunta.

-Da Herena. -Levanto uma sobrancelha ao ouvir seu nome, Herena tinha conversado com Gai? Continuo o olhando como se não entendesse o que ele estava falando, ele revira os olhos e bufa. -Eu a vi saindo da sua casa chorando noites atrás.

-E o que você estava fazendo perto da minha casa?

-Não tenta trocar de assunto. O que você aprontou?

-Eu não fiz nada! -Minto descadaramente, sabia que a tinha machucado, que a tinha magoado, mas não tive escolha.

Não queria magoa-la, não sabia sobre a sua vó e tocar nesse assunto com ela provavelmente foi o que mais a machucou e no momento do beijo não achei que ela fosse sentir o que estava acontecendo até que funcionasse, mas foi estupido arrisquei muito sem informações não sabia como funcionava o beijo da morte não sabia se ela podia fazer isso, achei que ela conseguia por conta da primeira conversa dela com o Gai.

-Não minta para mim Kakashi! -Ele aponta o dedo na minha cara fazendo eu revirar os olhos e sair de perto, mas sou seguido por ele que resmunga e me xinga. -Como você pode fazer isso com ela?

-Do que você ta falando?

-Eu não sei, só quero que você me conte e peça desculpas, ela é uma garota muito legal pra você se afastar dela.

-Você nem a conhece.

-Mas queria... -Paro me virando fazendo ele abrir um sorriso largo. -É brincadeira meu amigo. -Reviro os olhos e volto a caminhar, não gostava da ideia de garotos mexerem com Herena, não por ciúmes acredito eu, mas sim pois sei como nós somos, sei o que uma garota bonita pode nos tornar.

Assim que viro a esquina a vejo fechar a porta de um prédio enquanto arruma a bolsa no ombro ela olha em volta, mas aparentemente não me vê pois caminha tranquilamente. Ela conversa com algumas pessoas em seu caminho sempre com um sorriso no rosto, caminho rápido enquanto Gai continua a falar e eu continuo a ignorar. Tinha se passado uns três dias desde o acontecido na minha casa e em nenhum momento pensei ir atrás dela, não por achar que estava certo, mas por uma certa vergonha, não gostei de ver ela chorando na minha casa, não gostei de ver ela gritando, mas como ela poderia entender o que eu estava sentindo? A cada dia que passava maior ficava o vazio dentro de mim e nada que eu fazia diminuía isso e fui tolo de não ter notado que a avó dela tinha morrido, a senhora que sempre estava na rua e eu não tinha me dado conta quando no mesmo local onde ela sempre estava começou a ficar vazio. Quando me aproximo ela nota minha presença, seus olhos cinzas estão um pouco avermelhados e mais escuros que o normal, o sorriso que ela tinha dado para um senhor some ficando no lugar seus lábios trêmulos, como se fosse chorar novamente e isso faz um peso cair sobre minhas costas novamente pois sabia que eu era o causador daquilo, eu não percebi que a pessoa que mais a amava tinhas morrido por puro ego. Sinto Gai se aproximar do meu ouvido.

-Certeza que não fez nada? -Ela se vira rápido e corre pelas ruas, olho para Gai que está de braços cruzados e com um olhar de vitorioso no rosto pois sabia que estava certo todo esse tempo, não sabia ao certo o motivo, mas precisava falar com ela. -Vai logo! -Me viro e corro atrás de Herena, mas posso ouvir a voz de Gai ecoar por toda a vila. -VOU CONSIDERAR ISSO COMO UMA VITÓRIA MEU RIVAL!