Capítulo 6: Extra

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Eu fui ensinado pelo meu pai desde de pequeno que eu era extraordinário.

Eu era querido, desejado, mesmo que aparentemente, minha mãe não compartilhasse dessa opinião. Herdeiro da Saiko Editorial por parte de mãe, eu não diria que era mimado só por ter o que eu merecia, que era basicamente, bem, tudo. 

Meu pai me amava. Meus avós me amavam. A minha mãe me odiava, me odiava desde o meu nascimento.

Eu nunca entendi muito o porquê do asco que ela tinha por mim, mas a maioria das lembranças que tenho sobre ela comigo, e não são muitas, existia um olhar de profundo rancor sobre mim, quase como se eu tivesse cometido um crime terrível contra ela. Porém, na verdade, foi ela que cometeu um crime contra mim. 

Vamos voltar um pouco no tempo, quando eu tinha meus plenos seis anos, quando eu era uma linda criança brilhante. Era um sábado, e eu tinha acabado de voltar da minha aula de inglês, e já estava pronto para pegar os meus lápis e meu caderno e começar a escrever e desenhar. 

Eu amava escrita criativa desde que aprendi a escrever, e desenhar era como um complemento, e meu avô Tobirama e minha avó Tsumiki amavam minhas criações.

Inclusive, a relação da minha mãe com a minha avó é algo para se pontuar, já que ela nunca foi muito boa e até onde eu sei, elas sempre discutiram, sempre tiveram opiniões divergentes, minha avó nunca aprovou algumas decisões da minha mãe. 

Dito isso, eu verdadeiramente não entendia na época porque elas dividiam o mesmo teto comigo, meu avô e meu pai. Mas as respostas para isso, eu dou depois, agora vamos focar no Kakashi de seis anos, chegando na sua mansão fabulosa, pronto para ser criativo e encantar sua família.

Meu pai estava fora do país resolvendo coisas pela Saiko, minha vó estava fazendo compras em algum antiquário da cidade, meu avô estava na sala de estar principal, lendo algum dos inúmeros livros da biblioteca e minha mãe estava na cozinha com uma das empregadas, fervendo água para um chá provavelmente. 

Contexto rápido, vocês já entenderam que a minha mãe me detestava, mas talvez não tenham entendido a dimensão disso.

Ela nunca se prestou a cuidar de mim desde de que eu era bebê, sempre deixando o trabalho para babás, meu pai, meus avós, qualquer um que não fosse ela, sempre me evitava dentro da nossa própria casa e seu maior contato comigo eram em eventos sociais, onde ela tinha que fingir ser uma mãe normal.

Dito isso, você pode esperar que eu também não gostasse dela. Eu não gosto agora, mas crianças amam os pais, então eu fui avisá-la da minha presença e tentar conseguir algumas migalhas de carinho dela (eu nunca tinha conseguido, mas ei! Não desistir é importante).

Mas parei quando comecei a ouvir a seguinte conversa: 

— Não suporto mais Sayuu! Essa não é a vida que eu imaginei para mim — A voz dela estava embargada. Provavelmente estava segurando o choro — Não aguento mais Sakumo! Nem o meu pai! Não aguento mais a minha mãe! E não suporto olhar para o Kakashi! Cada dia que passa, ele se parece mais com ela... 

Teve uma pausa. E soluços. 

— Eu não o quero por perto, não se isso significa que ele vai ficar cada vez mais parecido com ela! Ou com o pai. Ele se parece tanto com o Sakumo que sinto vontade de vomitar! 

O que se segue agora foi uma atitude burra de ambos os lados. Eu e ela não fomos muito inteligentes nos nossos próximos atos.

— Ma… Mamãe…? 

Eu quero deixar claro que não sou como o meu pai, nem como a minha avó e nem como ninguém além de mim, e naquela época, tudo que eu queria era ser o brilho dos olhos da minha família, até da minha mãe. Mas ela olhou nos meus olhos naquele momento e viu um monstro que a perseguia.

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