Prólogo: Revolution II

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Pelos telejornais passavam diversas notícias. Pessoas assustadas gritando contra o microfone, com os últimos segundos de suas vidas sendo gravadas e, principalmente, aparecendo em todas as televisões. As pessoas do outro lado da tela, aquelas que assistiam estáticas, pareciam desacreditadas.

— "Milhões de corpos foram encontrados vazios, jogados por todas as parte da cidade" — Gritava uma garota de madeixas amarelas, lisas, pele clara e olhos verdes. A queridinha do povo, como várias outras pessoas que reportaram aquilo aos outros, magicamente desapareceu da tela, deixando só um grito agudo ecoar. O homem que gerenciava a câmera foi o segundo, porém as lentes focaram no horroroso momento em que um ser humanoide começou a rasgar sua barriga, arrancando suas entranhas e comendo-as.

—"Migrações de lobos andam acontecendo por todos os bairros. A polícia pede para que todos mantenham a calma e não saiam de suas casas" — Informou um homem, este se encontrava numa distância segura, no último andar de um prédio.

—"Monstros de olhos negros estão devorando pessoas ao anoitecer. A polícia militar ordena que não abram suas portas, mantenham a casa completamente trancada"

O pânico se instaurou rapidamente em todos os locais. A coloração avermelhada parecia ter se tornado parte da decoração das cidades, brilhando tão vividamente. As pessoas pareciam desesperançadas, aquilo era totalmente diferente do que estavam acostumados.

A época do dente por dente havia retornado de uma forma tão deleitosa, dava água na boca ver aquele genocídio. Seria aquilo o apocalipse da Bíblia? Seria aquilo apenas a mãe natureza criando seres reguladores, originando novos reis?

E quem ligava? O importante é contar como haviam os humanos, os verdadeiros monstros da sociedade, criado toda aquela calamidade. Deveriam sofrer por seus atos torpes, deveriam ser torturados como os antepassados, deveriam sofrer com aquela nova realidade. — Diziam aqueles que não aprenderam com o passado, os que guardavam vingança, os falsos deuses.

Porém, os humanos, conhecidos pela sua extrema petulância e vontade de viver, ignoraram a enorme desvantagem que tinham contra os peculiares seres que surgiram, e contra-atacaram com suas armas mais hediondas e letais. De tanques a mísseis, de facas até balas de metralhadora, todos os recursos que tinham foram jogados contra aquelas criaturas que ameaçavam a raça mais populosa e mais arrogante: os humanos. Países que se odiavam com todas as forças, uniram-se em prol da sobrevivência, apesar de que a natureza humana sempre falava mais alto, aquele lado megalomaníaco e sedento por conflitos sempre falava mais alto, os líderes traindo-se uns aos outros, sem importarem-se com seus "queridos" civis e militares, apenas causando mais guerras, sendo que nem conseguiram concluir missão principal, resolver a causa daquele derramamento de sangue. Já os países mais pobres, ruíram e sucubiram ao caos em menos de um ano da guerra declarada a aqueles seres, virando apenas um palco sem plateia, onde os atores principais foram todos dizimados, somente sobrando os penetras, que se deleitaram da ausência deles, destruindo o teatro que eles construíram com todos os seus esforços.

Os gritos despertados ecoavam em sintonia, um coro angelical. Crianças e velhos foram os primeiros a aceitarem a morte, logo depois os jovens e adolescentes, por último, os adultos. Tudo porque as pessoas, os seres humanos, mataram as outras raças, pois não aceitaram elas andando ao lado deles.

Não havia mais esperança para aquela raça, eles apenas conseguiram aceitar. Os lupinos, atacando pela manhã, adentrando nas casas em suas formas animalescas, os mestiços, como pragas, esperando apenas uma pequena passagem para arrancarem as crianças de suas mães, os vampiros, como sempre, trapaceando, usando palavras sedutoras, convencendo os mais fracos a morrerem em suas mãos. Aquele ataque tão bem pensado que nenhuma pessoa foi capaz de contra-atacar.

O rei estava em xeque-mate.

Foi quando a questão mais importante se levantou. Quem ficaria com a coroa? Quem iria ser o próximo naquela teia? Na linha de sucessão? Os vampiros se achavam dignos de assumir o comando, porém os lobos discordavam, os mestiços, os quais foram enganados como o Império Austro-Húngaro em meio a Guerra Mundial, não receberam nada por sua contribuição.

O caos ia e voltava, pessoas morriam e nasciam. Mas a esperança é a última que morre, não? Vidas são substituíveis, certo?

Aquela nova raça não era evoluída, era tão egoísta quanto quem mataram. Cópias idênticas, tão orgulhosos. Se Lúcifer existe ele, possivelmente, só conseguiria sentir orgulho.

Foi quando, milagrosamente, um homem simples surgiu. Seus lábios se moviam de forma graciosa, as mãos se mexiam com sabedoria, os olhos focavam apenas no essencial. Não exista ninguém tão habilidoso quanto aquele homem.

Porém, como sempre, as pessoas não ficavam satisfeitas com gestos de bondade, procuravam falhas e, bem, foi assim que o mundo chegou neste caos.

Budapeste pegava fogo, ardia como uma floresta virgem sendo incendiada por quase meses e, por negligência, talvez, ninguém fazia nada.

Terroristas explodiam casas, lojas e outras construções apenas por rejeitarem as medidas pacificadoras daquele novo governo. Era hediondos racistas, não havia outra palavra para os descrever.

E agora? Qual seria a nova surpresa que a sociedade deturpada poderia dar?

Foi você quem gritou: Revolução.

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⏰ Última atualização: Aug 05, 2021 ⏰

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