Revolution - Interativa

No Ritmo da Música

Akemi sabia que não conseguiria manter o seu passado escondido por muito tempo de Gerda e seu "espírito guardião", ela estava cansada demais para sonhar, no entanto ela sabia que assim que baixasse a guarda os sonhos perturbadores voltariam e com eles, os gritos e a ansiedade. Aí então mais cedo ou mais tarde ela teria que explicar tudo a Gerda.

Encarando fixamente as chamas da fogueira que trepidava com o vento frio da floresta Akemi não tinha ideia de onde estava, mas essas pessoas eram tão diferentes dela em sua aparência... Seu modo de falar, comer... Mesmo assim tão... Parecidos. Akemi admirava o respeito que Gerda possuía por aquilo que a natureza proporciona, apesar de não entender muito bem como era exatamente essa relação.

Sob a proteção da árvore mãe, Gerda pensava cuidadosamente sobre a garota loira que havia se tornado a sua companheira de viagem. Devido a busca não apenas do homem que considerava seu pai, Conrad, mas também a busca dos poderes que ela tinha ela estava fazendo a sua própria viagem, entretanto isso não significava que ela não poderia acompanhar.

A paisagem da floresta estava mudando drasticamente de tempos em tempos, por esse motivo não poderia dizer de onde, quem ou do que a garota estava fugindo, mas sentiu a necessidade de ajudá-la. Sem pensar o fez e agora ela era a sua companheira, mas ela não tinha ideia de como iniciar uma conversa e o silêncio incômodo imperava.

– Sabe... – A ruiva limpou a garganta, tentando não soar muito invasiva. – O que estava acontecendo quando chegamos?

– Eu estava tentanto fugir sabe...

– Fugir de onde?

Gerda tentou ficar mais confortável na raiz da árvore de onde estava sentada.

– Na verdade eu não sou daqui... é tão complicado... – Ela coçou os cabelos tentando arrumar mais tempo para organizar seus pensamentos. – Eu... fui vendida como escrava e fugi, só que eles me acharam e agora estou aqui de novo. Fugindo.

Gerda deu um suspiro, ela não tinha palavras para tentar diminuir a situação. Aquilo era realmente complicado e ela nunca tinha lidado com isso antes.

Com uma risada sem jeito. Ela respondeu.

– Eu não sei como te ajudar... Mas se você quiser continuar a ficar com a gente vamos para Londres. É uma cidade bem grande e tenho certeza que vai dá para você se esconder, ou procurar alguém que possa te ajudar.

– Verdade.

Gerda sorriu em resposta.

No dia seguinte, o acampamento tinha sido desfeito e a caminhada seria longa, entretanto Gerda estava feliz de ter uma amiga. Fazia tempo que estava sozinha, depois de deixar a senhora que a criou após a morte de seus pais ela estava em busca do homem que a protegia, ela tinha bastante carinho por ele e, depois que ele desapareceu, por muito tempo ela se sentiu desamparada até que foi abençoada por um espírito da floresta em forma de lobo que o que estava sempre próximo a ela.

Akemi já estava em pé mesmo antes do amanhecer do sol. Ela tinha medo de que fossem rastreadas e pediu para que Gerda continuasse com a caminhada, mas a única forma de disfarçar o rastro delas seria evitando as trilhas mais conhecidas, atravessar rios, e isso não seria nada fácil. O sol já estava a pino quando chegaram a um rio Gerda olhou para Akemi.

– Temos que atravessar. O rio parece calmo, mas as suas águas podem esconder correntezas, que podem nos jogar contra pedras ou pode até mesmo nos afogar, você sabe nadar?

Akemi tinha receio do rio que estava a sua frente, ela suspirou em resposta.

– Tudo bem, mas a água aqui tá tão fria...