We've only just begun... (Parte 1)

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As galinhas já haviam cantado há muito tempo e Ben ainda estava na cama, cansado. Havia passado a noite pensando em como o ritual seria e principalmente sobre a "conjunção carnal", transar com uma garota que acabou de conhecer lhe parecia estranho, bizarro e surreal.

Suspirou ainda na cama até ouvir sua mãe abrir a porta do quarto e dizer.

– Ben, vem tomar café, mas primeiro precisa descobrir onde a Lily está, ela saiu cedo com a Anna e até agora não voltaram.

– "Lily"? – Estranhou a intimidade e se sentou rapidamente na cama. – De onde veio essa intimidade?

– Ela estava com insônia e eu também então conversamos bastante de madrugada, tomamos um chá e então ela saiu com a Anna quando o sol nasceu.

– Vou encontrar as duas.

Ben levantou com preguiça, ainda se sentia cansado, arrumou os cabelos desgrenhados com as mãos, vestiu a primeira roupa que viu e saiu do quarto, a casa estava silenciosa, ouvia apenas o som dos animais do lado de fora. Andou com calma até a porta e viu Anna brincando com Eva, procurou por Lília com o olhar, até avistar uma figura de vermelho no alto de uma árvore.

Ao se aproximar da árvore percebeu que a figura de vermelho era ela, e que a garota estava dormindo. Pensou em formas de acordar a moça, mas nada além de subir na árvore lhe vinha a cabeça. Então decidiu subir na árvore, onde a garota estava e se sentou no mesmo galho que ela, torcia para que o galho aguentasse ou seria uma queda e tanto daquela altura.

Lília dormia tranquilamente, como se aquele fosse o lugar mais confortável do mundo, suas bochechas estavam rosadas, provavelmente pelo sol da manhã que só aumentava a temperatura do lugar.

Ben notou que ela segurava uma ampulheta nas mãos, com algumas inscrições em latim, ao se aproximar para olhar viu que era o seu nome, foi quando se assustou ao ouvir a voz da garota.

– Estava me espionando enquanto eu dormia?

– O- o que? – Gaguejou confuso. – Não. Estava pensando em uma forma de te acordar.

– Ótimo que não tentou nada, costumo ficar bem irritada quando me acordam.

– Na verdade você estava dormindo tão gostoso que não quis te acordar. Fiquei só olhando mesmo. – Desviou o olhar. – Estava uma linda visão.

Lília olhou para a ampulheta como uma forma de fingir que não ouviu o que Ben disse e para não demonstrar o quão lisonjeada estava pelo comentário, mudou de assunto.

– Vamos a cidade hoje, não é? Comprar os itens do ritual.

– E passear também Lília. – Completou. – Antes disso nós precisamos falar sobre o ritual. E principalmente sobre...

– Pode parecer que não, mas a ideia de transar com você também é desconfortável pra mim. Nunca vi uma magia com um requisito desses.

Ben encarou Lília e percebeu que ela não parava de olhar a ampulheta, então pousou uma mão na ampulheta e a fez olhar para ele puxando o rosto dela em direção ao seu.

– Minha mãe disse que você não conseguiu dormir. Foi por causa disso?

Lília deu de ombros e então Ben continuou.

– Você não é obrigada a nada. Não vou ficar com raiva se você desistir do ritual.

– Ben... – Sorriu afetada. – Quando eu criei o ambiente astral li um feitiço do livro. Eu sabia que precisava de ajuda, mas fiz tudo sozinha e tenho certeza que foi por causa disso que você foi metido nessa confusão. Tenho que te ajudar de qualquer jeito, foi minha culpa.

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