"No inferno, os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram neutralidade em tempos de crise." - Dante Alighieri.
Os sinos da cidade tocavam avisando a chegada de gente nova, as poucas pessoas que se permitiam andar naquele clima gélido da rua paravam seus passos para olhar a procissão de carros luxuosos, estampados em suas laterais o emblema do clã dos vampiros, porém, não só este emblema. Os carros carregavam bandeiras negras em sinal de luto e se dirigiam ao centro em uma marcha lenta como se quisessem mostrar sua presença e imponência.
Do alto da mais afastada torre, Peter Tepes olhava a procissão ao lado da irmã mais velha.
— O que eles fazem aqui, Sakura?
— São vampiros anciões. — suspirou com um sorriso calmo. — Não viriam se não fossem chamados.
— E que os chamou? — perguntou o mais novo com impaciência.
— Não sei, mas se vieram procurar pelo assassino de Lion, vou fazer uma festa para recebê-los.
Peter encarou a irmã contrariado e sem dizer mais nada, saiu do local.
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O homem dá fé estava reunido com seus fiéis em um pequeno templo improvisado no centro de Budapeste, lia sua bíblia enquanto observava Suzume e diversos outros fiéis distribuírem mantimentos para os moradores da cidade, sentia seu peito arder, em chamas pela palavra do senhor que lhe era revelada. Então apenas se ajoelhou, prostrou seu rosto no chão e começou a orar alto, falando com seu deus.
— Fale senhor! Fale comigo! Fale que o teu servo ouve. Nenhuma palavra sua será ignorada! Me mostre, senhor!
Todos ao redor pararam o que estavam fazendo, confusos, os mais chegados à fé, também se ajoelharam e começaram a orar, o restante tomou uma leve distância, inclusive Suzume, que olhava aquilo assustada.
Neste momento, Peter Tepes adentrou a cabana, sério, andou até o homem e o indagou.
— Então aqui é o local onde exerce a sua fé?
— Sim, Tepes. Não sabe das coisas que estão por vir.
— Mas sei que alguém chamou os vampiros anciões para Budapeste.
— Então é isso! — sorria olhando para o teto, como se visse coisas no céu — Bem aventurado, os que têm fome e sede de justiça! Porque estes serão saciados. A justiça vai ser feita, Tepes. — sorriu — Isso te deixa aflito ou em paz?
Peter tentou manter a calma, deu as costas para o homem e saiu do local.
⦽
O clima frio do solstício de inverno dominava não só Budapeste, como todo o hemisfério norte, casas fechadas, uma leve nevasca tinha início, Siegfried estava desaparecido, sumiu sem deixar rastros e algo dentro de Faith lhe alertava. Talvez o mestiço não estivesse mais entre os vivos, olhava para a paisagem gélida através da janela da enorme sala pensativa, bebericava sua xícara de chá, tensa, até ouvir uma calma voz conhecida.
— Matando a saudade do quarto do hospital? — questionou o sem-nome, parado ao lado da mulher.
— Nenhuma notícia do Sieg.
— Nenhuma. Estou tentando acreditar que ele está em casa, vivendo a vida dele, como prometeu.
— Ele não está lá — permaneceu encarando a janela enquanto as lágrimas quentes percorriam seu rosto — Alguns informantes me confirmaram isso.
— Então, acredito que seja cedo demais para decretar luto.
— Ele disse que me amava. Essa é a maldição de me amar. Todo mundo que ousa ter algum sentimento por mim acaba morto.
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Revolution - Interativa
Fantasía[+18 | Gore | gatilho | linguagem imprópria] - NÃO REVISADO. Brincar de Deus não foi o suficiente! Para vários, é muito pecado manchar as ruas de sangue, para outros, mais errado ainda é brincar de manipular. Mas é tão divertido fazer isso, pois sã...