⚠️Esse capítulo pode conter possíveis gatilhos para pessoas que são sensíveis aos temas como: automutilação, depressão e ansiedade. Não é nada tão explícito, mas caso isso seja um gatilho pra você, recomendo que não leia.⚠️
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— Louise... — Draco Sussurrou para ela, ainda estavam abraçados. — Eu não sei quanto tempo vou aguentar.
A voz de Draco estava rouca, como se fosse chorar a qualquer momento. Ela se afastou dele brevemente e o olhou nos olhos, tentando entender o que estava se passando na mente dele.
— Eu não consigo te falar. — Draco disse. — Mas tem muito acontecendo na minha família.
Draco começou a respirar mais pesadamente, como se estivesse com falta de ar, sua boca secou e os olhos marejaram. Louise sabia o que era aquilo. Uma crise de ansiedade.
Ela puxou o menino até dentro do castelo, passou correndo para ninguém notar a situação de Draco. Correu sem olhar em volta, foi para as masmorras, até o dormitório e o puxou para dentro. Passou pela sala e entrou no quarto dele, fechando a porta atrás de si. A respiração dele ficou ainda mais ofegante que antes, ele estava trêmulo e choroso, mas não descia nem mesmo uma lágrima de seu rosto. Louise procurou por um copo e encheu de água, fez Draco se sentar na cama e o entregou o copo. A mão da menina passeava pelas costas dele em um carinho, tentando o acalmar da forma que conseguia.— Não precisa dizer nada, ok? — Louise tirou o copo da mão dele assim que ele bebeu toda a água, colocou o copo sobre a escrivaninha e ficou ali, ao lado dele. — Respira fundo, fecha os olhos e se concentra em sua respiração.
Draco fez exatamente isso, conseguiu controlar melhor a respiração, mas continuava trêmulo.
Louise segurou suas mãos com força e ergueu uma, beijando ela e sorriu para ele, que começava a sentir as lágrimas descerem.— Eu tô aqui, ok? — Ela disse em uma voz serena. — Você não está sozinho.
Louise se levantou e arrumou rapidamente a cama para ele, pedindo para ele deitar em seguida. Draco estava constrangido, mas não disse nada, apenas se deitou. Louise deitou ao seu lado, ambos um olhando para o outro. A menina começou a fazer carinho nos fios loiros e Draco fechou os olhos, sentindo seu corpo relaxar um pouco, mas ainda sentia sua pele fria, o coração acelerado, um enjôo forte e a cabeça prestes a explodir.
— Você pode me dizer o que quiser, mas não precisa se não quiser. — Louise disse com a voz baixa, quase em um sussurro. — De qualquer forma, não te deixarei sozinho... Mas se você quiser, eu deixo. — Ela riu de como se embaralhou e Draco deu um sorrisinho de encanto, mas negou com a cabeça, continuou de olhos fechados.
— Não quero te envolver... Nisso. — Ele falou tão baixinho que foi difícil pra Louise entender.
— Já estou envolvida contigo desde o momento que decidi que você era meu amigo. — Falou, acariciou a bochecha dele e apertou levemente a pontinha do nariz. — Não tente me afastar.
— É mais sério que qualquer coisa, Louie. — Finalmente ele abriu os olhos e Louise pôde ver os olhos claros do menino, estavam um pouco vermelhos e ainda um tanto tristes. — envolve minha família e o Lorde.
Louise suspirou, olhou para os lados e engoliu em seco, ela já imaginava que fosse aquilo.
— Eu sei que não te disse antes. — Ele respirou forte antes de falar. — Mas ele realmente está de volta... E obviamente, por sermos da família Malfoy, ele envolveu a gente. Meu pai também quer seguir ele... — Draco levantou o olhar e mordeu o lábio. — E a qualquer momento ele vai querer que eu faça alguma coisa. E depois outra... E depois coisas ainda piores. — Sua voz voltou a embargar. — E se eu não fizer, ele vai ferir aos meus pais e a mim. Ou até pior...
— A quanto tempo está guardando isso pra você? Um ano? — Louise sentiu seu coração apertar ao imaginar todo o sufoco que Draco estava passando. Não foi por bobeira o estresse e a forma como ele tratava todos. Tudo bem que ninguém tinha nada a ver com aquilo, mas era sua forma de defesa, infelizmente. — Estou orgulhosa por saber que você não quer machucar ninguém, sabia? Eu sei que não vai ser fácil, mas podemos dar um jeito.
— Como? — Draco perguntou e Louise mordeu o lado interno da bochecha, pensativa. — Não é qualquer pessoa...
— Eu sei que não, mas eu também não sou qualquer pessoa, você não é qualquer pessoa e não estamos sozinhos. — Ela disse e segurou no queixo dele. — Se você o odeia, se quer que tudo isso acabe, saiba que não está sozinho. Eu não vou soltar sua mão, não vou. Se depender de mim, estarei aqui contigo o tempo todo. Mas preciso que confie totalmente em mim. E me permita confiar totalmente em você.
Draco não sabia exatamente o que aquilo significava, era claro que muitos de Hogwarts estariam contra Voldemort, mas as outras casas ficar ao lado do Malfoy era outra história. Malfoy seria conhecido como traidor de sangue por muito sangue-puros, dentro e fora da escola. Sua família poderia fazer coisas que ele nunca imaginaria e tudo poderia piorar. Mas por ser Louise, ele faria qualquer coisa. Era a primeira vez que confiava em alguém, eles não se conheciam a anos, mas a ligação entre ambos foi o suficiente para um sorriso sincero surgir no rosto dele.
— Eu confio em você, Lou. E pode confiar em mim, eu te dou minha garantia de que não vou fazer nada contra você. E nem contra seu irmão ou amigos... — Draco fez careta na última parte, Louise revirou os olhos mas sorriu.
A menina voltou a olhar para o pulso do menino, com mais atenção, notou finas linhas cicatrizadas e sabia o que aquilo significava. Esperava que aqueles cortes fossem os únicos no corpo dele.
— Me promete outra coisa? — Ela pediu e ele assentiu. — Por favor, não se machuque mais. Quando se sentir assim, venha me ver ou me chame pra ir até você. Sei que essas feridas doem menos do que a dor daqui. — Ela disse colocando a mão rapidamente sobre o peitoral dele, indicando seu coração. — Mas acredite em mim ao dizer que essas cicatrizes não vão adiantar, a dor não pode ser curada dessa forma. Eu já fiz isso, sei do que estou dizendo. Respira fundo, pense em algo que te anime ou te faça feliz, qualquer coisa, qualquer momento.
— Então posso pensar nesse momento agora? — Louise juntou as sobrancelhas. — Não tenho momentos felizes, Louie... Quer dizer, não tinha. Mas esse de agora, com você aqui, é um deles.
Louise ficou sem saber o que dizer, suas bochechas ficaram mais rosadas e quentes, automaticamente sorriu. Virou-se de barriga para cima e ficou encarando o teto.
— Sua vida era chata antes de mim, né? — Ela perguntou, Draco também virou-se de barriga para cima.
— Aposto que a sua era bem mais. — Draco respondeu, fazendo Louise rir ainda mais.
— E nos conhecemos a pouco mais de um mês. — Louise não negou, talvez a vida dela não fosse tão agitada sem Draco Malfoy. — Mas parece que estou aqui desde pequena.
— Você ainda é pequena. — Draco disse e levou uma cotovelada. — Aí!
O restante da tarde se resumiu naquilo, Louise e Draco conversando, rindo e comendo alguns docinhos. Na parte da noite, Louise saiu do dormitório dele, disse que tinha algo a fazer.
Não disse que era por ele.
Desceu até as masmorras e foi a uma sala específica, bateu na porta e logo pediram para que entrasse.
— O que está fazendo aqui essa hora? — O professor disse e Louise se aproximou, suspirando. — O que aconteceu?
— Eu sei que pediu para evitar te procurar dessa maneira, principalmente agora com aquela mulher aqui, mas preciso de ajuda. Você é nosso padrinho, praticamente nosso pai e única família, isso é realmente importante pra mim, Snape.
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REVELADO O PADRINHO, NOSSO MORCEGUITO.
Comentem bastante!!
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TWINS | DRACO MALFOY
FanfictionNão escolhemos por quem temos sentimentos e por quem vamos nos apaixonar e amar. Não era uma escolha, e os sonserinos mais populares de Hogwarts sabiam disso. Por mais que a vida entre Draco malfoy e Louise Williams fosse difícil, cheia de brigas, p...