Piquenique

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A aula passou depressa com as conversinhas de Draco e Louise, tanto que nem viram o horário do almoço chegando.

— Queria te mostrar uma coisa. — Draco avisou. — Pode vir comigo?

— É horário sagrado, horário de comer. Vamos depois. — Respondeu, começando a descer para o primeiro andar, onde ficava o Salão.

— Não, onde eu vou te levar tem comida, só vem comigo. — Draco ofereceu a mão para ela, que a segurou, mesmo relutante – a comida de Hogwarts era incrível. – Andaram para fora do castelo e pela grama.

— Onde estamos indo? Pra andar tudo isso de volta vai ser uma canseira que só. — Disse enquanto tentava seguir os passos apressados de Draco.

Eles pararam em um tipo de rio. Havia algumas árvores altas e pedras ao redor dele. Também havia um pano estendido e uma cesta no meio. Parecia um tipo de picnic.

— O que é isso? — Perguntou curiosa e Draco se sentou por cima do pano. Louise fez o mesmo.

— Eu não sou de falar essas coisas, então se sinta privilegiada. — Ele começou a falar enquanto olhava para o rio, começando a jogar pedrinhas bem pequenas nele. — Ontem, você me ajudou. Eu sou grato por isso. Não sei como agradecer em palavras e nem fazer as coisas direito, mas comprei essas coisas, sei que gosta.

Louise sorriu largo e se ajeitou ao lado de Draco, estava contente por aquilo. Logo ela abriu a cesta e tinha uma variedade de doces. Os sapos de chocolate, cupcakes, bolo, alguns salgados, petiscos e duas caixas de suco. Laranja e Abóbora.

— Você pegou tudo que gosto, eu nunca te disse, como sabia? — Perguntou olhando para ele. Ele deu de ombros, mas Louise insistiu. — Diga! Por favor, como sabia?

— Eu observei! Você comeu um monte no trem quando nos conhecemos, você sempre tem um saco de salgadinhos consigo, vive comendo bolo. E em toda refeição você bebe um desses dois sucos. — Ele apontou enquanto falava e depois voltou a jogar pedrinhas no rio.

— Você presta muita atenção em mim, sabia? — Louise olhava para o garoto sorrindo. Era óbvio que aquele tipo de coisa afetava ela, até demais. Mas fingia não estar tão rendida em Malfoy.

— Se eu disser que sim, o que você falaria? — Malfoy perguntou enquanto abria a garrafa de suco. Louise ficou sem saber o que responder.

— Não sei bem. — Respondeu e Draco lhe olhou, tentando decifrar a garota.

Draco deixou a garrafa de lado e aproximou-se um pouco de Louise, olhou ela nos olhos e em seguida para seus lábios. Sua vontade era de beijá-la logo, mas certa parte dele recuava, com medo da menina lhe rejeitar.

Louise observou tudo, estática e em silêncio.

— Vamos comer? Estou com fome. — Ela disse se virando um pouco, pegando o chocolate e comendo.

Estava muito pensativa e com medo. Medo de tudo, sabia que não rejeitaria ele, sabia que se entregaria. Mas também sabia da promessa que tinha sido feita por ela mesma: Não iria se apaixonar e amar mais ninguém.
Draco ficou envergonhado e assentiu, pegando um docinho e comeu, voltou a olhar para o rio, em completo silêncio. Sua mente estava vazia, não tinha muitos pensamentos além de ter sido rejeitado por ela naquele momento.

— Antes de vir pra cá, eu namorava uma pessoa. — Louise começou a falar. — E era tudo maravilhoso, ele era e é uma pessoa boa. Mas ele começou a ter sentimentos por outra garota, começou a conversar mais e mais com ela. Aos poucos eu fui ficando de lado, o interesse que ele tinha em mim antes, no começo do namoro, se apagou. Foi se afastando e eu me esforçava ao máximo pra trazer ele de volta. — Willians engoliu em seco e olhou para baixo, parando de comer. Draco olhou para ela. — Eu lutei muito pra dar certo, mas ele não sentia mais nada. Mas ao mesmo tempo mentia, falava algumas coisas que me mantinham ao lado dele. Ele passava por vários estresses e era em mim que descontava. Em uma semana estava tudo bem, na outra já não estava. Em um dia ele dizia que me amava, dois dias depois, perto do nosso aniversário de namoro, ele terminou comigo, dizendo que não se sentia como antes. Dias depois ele se aproximou ainda mais dessa garota. Eu me machuquei muito e passei a ter mais traumas do que já tinha. Vi ele com a garota no meu jogo de quadribol, aquilo me afetou e eu me machuquei. Então teve as férias, teve a Dolores, teve um monte de coisas e eu e Louis viemos para cá.

— Ele é um idiota. Você diz que ele é uma boa pessoa, mas foi um completo babaca. — Draco estava sério, bravo com o tal ex de Louise. A menina deu um pequeno sorriso.

— Draco.

— Hm?

— Eu prometi a mim mesma que não iria me envolver com mais ninguém. — Louise olhou para ele, dizendo aquilo com toda sinceridade que tinha. Draco estava infeliz naquele exato momento. — Prometi que focaria só na escola. Só que você está dificultando tudo isso. — Ele abriu a boca pra dizer algo, mas um sorriso ainda maior apareceu no rosto dela. — e eu acho que já não posso cumprir com a promessa que fiz a mim.

Draco ficou um tempo pensativo, tentando entender onde ela queria chegar com aquilo. Se perguntava se aquilo foi uma declaração, se era um passe livre pra ele avançar. Estava perdido em pensamentos.

— Eu não sei o que isso quer dizer. — Sua voz saiu em um murmúrio, Louise deu risada.

— Bom, está aí algo pra você pensar, Malfoy. — Louise riu novamente e voltou a comer, deixando Draco inquieto e tentando raciocinar o máximo que podia. — Na primeira semana eu jurei que ia te matar. Não faz muito tempo e as vezes ainda tenho essa vontade. A gente se conhece a quanto tempo?

— Um mês e meio. — Ele disse, queria que fosse mais tempo.

— O tempo passou meio devagar pra mim. — Respondeu e se deitou sobre o lençol, encarando o céu. — Até pouco tempo eu não perdia uma aula. E olha eu agora, perdendo aula de novo. E perdi o almoço, ainda bem que você trouxe bastante coisa, eu não iria te perdoar se eu ficasse com fome.

— Você come demais, não sei como não ganha peso. — Draco deitou-se ao lado dela, ficou encarando o céu também e comeu uma maçã.

— Metabolismo acelerado. — Comentou. — Quer saber de um segredo? — Louise virou apenas o rosto para Draco, que fez o mesmo, assentindo. — Acho que Louis e Cedrico estão ficando. Acho não, eu sei, mas...

— O que? — Os olhos do garoto se arregalaram e ela deu risada. — era por isso que vocês estavam próximos...?

— Não sou próxima do Cedrico, mas ele sempre anda muito com Louis, então acho que sim. — Dito isso, voltou a encarar o céu.

— E eu achando que era contigo... Sou idiota. — Suspirou, Louise estava com seu típico sorriso no rosto.

— Sim, você é. — Respondeu baixinho. — Com isso e com Potter. Não sei de onde tirou essa idéia.

— Os garotos sempre ficam em cima de você, até as garotas. — Malfoy disse, não conseguia olhar para Louise porque se sentia envergonhado. — A todo momento tem alguém atrás de ti. Não é como se você desse atenção a eles ou ficasse se jogando, mas... é, tem muita gente que outros acham bacana.

— "Tem muita gente que outros acham bacana", você claramente odeia todo mundo, né? — Louise perguntou.

— Quase todo mundo. — Respondeu risonho.

Ambos se calaram e ficaram olhando para cima, Louise pensando no que faria e Draco ainda tentando decifrar o que ela tinha dito sobre "não cumprir a promessa."

A gêmea apoiou os dois cotovelos na grama e levantou suas costas, então virou-se para Draco, agora apoiada apenas em um braço e se aproximou dele. Malfoy ficou estático, olhava diretamente nos olhos da menina e respirou fundo. Willians sorriu de canto e se aproximou cada vez mais. Draco fechou os olhos e pôde sentir a respiração na menina em seu rosto. Louise mantinha os olhos abertos, observando o garoto por longos segundos antes de selar seus lábios contra os dele. Ficou parada ali, apenas naquele selar e então se afastou, levantou-se e Draco abriu os olhos com um largo sorriso, sem entender porque ela havia parado.

— Vou pra aula, preciso tirar notas boas se quiser me formar algum dia. — Disse e saiu correndo. Draco ficou observando a menina se afastando cada vez mais e não conseguiu tirar o largo sorriso do rosto ou acalmar seu coração que estava batendo forte e desregulado.

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Outro capítulo que eu amei escreveer!!!
Lembrem de comentar, isso me motiva, vocês sabem. E assim eu também sei o que estão achando da história.

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