𝑒𝑐𝑙𝑖𝑝𝑠𝑒 • ACOTAR

capítulo 14

{Lit night}

Maya sabia que o plano se resumia apenas em não morrer, o que não era algo ruim. Mas tirando isso, o plano era conseguir recuperar as luzes e sombras de volta, devolvendo aos seus donos. Lucian havia dito que Amarantha deu um jeito de prender elas em um tipo de esfera, usando um feitiço antigo, que eles não faziam ideia da existência.

Minutos de felicidade foram dados a fêmea quando Lucian estava dançando com ela na noite passada, mas ele teve que ir embora, afirmando que não podia ficar mais ali. Disse que voltaria, ele prometeu isso. E Maya sabia que ele voltaria.

Amarantha não estava pegando no pé dela e de Azriel nesses últimos dias, o que ela achou estranho, mas não reclamou. A fêmea deduziu que ela estava ocupada com um boato sobre uma possível rebelião em Sob a Montanha.

Uma batida na porta soou pelo quarto. Maya levantou e abriu a porta.

Azriel estava ali, olhando para a fêmea com o olhar sério de sempre.

— Oi Az — o apelido fez com que os olhos cor de avelã de Azriel recebessem um brilho.

— Olá, raio de sol — ele cumprimentou pelo apelido que havia dado para a fêmea.

Ela sorriu de leve e deu espaço para ele entrar, mas ele balançou a cabeça negativamente.

A fêmea ergueu as sobrancelhas.

— O que foi? — perguntou.

— Quero lhe mostrar uma coisa — o macho respondeu.

Maya pareceu surpresa com a fala de Azriel, mas assentiu com a cabeça e seguiu ele para fora dos seus aposentos.

❍

Eles estavam em uma varanda enorme, grande o suficiente para dar uma festa ali mesmo. A Encantadora de Luzes olhou para o macho ao seu lado e perguntou:

— O que queria me mostrar?

Ele deu um sorriso pequeno.

— Fique olhando para trás daquelas montanhas e verá — respondeu.

Atrás daquelas montanhas ficava o caminho para a Corte Diurna, sua casa. Ela olhou para lá, esperando o que quer que Azriel quisesse que ela visse.

Luzes começaram a aparecer além da montanha, pareciam lanternas. E foi aí que Maya se lembrou de que dia era, e que era um dia especial na sua Corte.

Hoje era o dia onde lanternas flutuavam pelo céu estrelado, um evento que era exclusivo da Corte Diurna. Seus antepassados criaram esse evento para agradecerem à tudo que têm, e para fazer desejos, os seus desejos mais profundos. Todos sempre pediam coisas preciosas naquele dia. A história diz que as luzes escutam, e que elas realizam o desejo de quem merece.

Na lenda, as luzes são espíritos enviados pela Mãe para darem uma segunda chance às pessoas que são dignas, que contêm um coração puro.

Lágrimas desceram pelo rosto de Maya, e Azriel apenas à olhava com um sorriso acolhedor no rosto.

— Eu havia me esquecido — a fêmea conseguiu dizer.

— Eu nunca vi esse evento — começou o macho Illyriano — É lindo.

Maya deu uma risadinha.

— Sim, é lindo.

Ela não sabia que aquele evento podia ser visto de Sob a Montanha, e vendo aquilo, conseguiu se sentir um pouco em casa novamente.

Os dois Encantadores ficaram longos minutos observando aquele evento acontecer, hipnotizados pela beleza das lanternas iluminando o céu escuro.

Quando as lanternas se apagaram, os dois se encararam.

Sem perceber os dois se aproximaram, se encarando profundamente nos olhos. Maya sorriu para Azriel, que devolveu com o mesmo gesto. E eles se abraçaram.

Maya com o ouvido no peito do macho, conseguia ouvir seu coração bater. A respiração dos dois estava calma, se sentiam seguros um com o outro.

Eles ficaram minutos ali, apenas em silêncio sentindo o calor um do outro. E foi quando uma onda de choque atingiu os dois ao mesmo tempo, parecia até combinado. Maya se afastou rapidamente de Azriel, o encarando com os olhos arregalados, e o macho não estava muito diferente da fêmea.

— Nós... — Maya começou, mas não conseguiu terminar a frase.

— Você é... — Azriel começou, mas parou para pegar ar, sua respiração agora estava agitada — Você é minha parceira.

Maya quase ficou sem ar quando ouviu ele a chamar de parceira.

— E você é meu parceiro.