{One life for another life}
Tudo estava completamente fudido. Amarantha havia descoberto o laço de parceria e trancado Azriel em algum lugar onde nem a pouca luz de sol que havia naquele lugar poderia entrar. E o que mais irritava Maya era não saber onde aquela vadia havia trancado seu parceiro.
Porra, Maya tinha um parceiro. E quando ela o encontra, é roubado de si. Ele foi simplesmente jogado em algum canto daquele lugar de merda para morrer. Ou talvez não, talvez Amarantha ainda precisasse de Azriel para o tal feitiço que ela queria fazer. Mas isso não importava para Maya, a fêmea só conseguia sentir raiva, pura raiva.
Ela estava em seu banheiro, olhando para o espelho, na esperança idiota de conseguir pensar onde Amarantha havia trancado o Encantador de Sombras. Maya havia tentando achar o macho, e como havia. A tentativa resultou em vários soldados mortos pelos corredores, mortos de uma forma rápida e cruel.
Ela pensava se Azriel se importaria com as mortes daqueles feéricos. Azriel era um macho incrível, apesar de sua profissão, ele era uma pessoa pura por dentro, ele era especial.
A raiva se acumulou no corpo da fêmea, fazendo com que ela socasse o espelho com toda a sua força. O espelho quebrou no momento em que seu punho o atingiu, fazendo cacos de vidro voarem pelo banheiro. Ela olhou para sua mão e viu que estava sangrando.
— Merda — a garota resmungou.
Ela abriu as gavetas procurando por alguma coisa para estocar o sangue que escorria pela sua mão, mas não encontrou nada.
— Claro que não iria ter nada — sussurrou irritada para si mesma.
Ela saiu do banheiro indo em direção ao guarda-roupa, pegando uma camiseta preta e a rasgando, amarrando o pedaço rasgado na mão. Ela sentiu uma brisa se chocando contra seu rosto e olhou em volta.
Sua janela estava aberta. Ela nunca deixava a janela aberta.
Ela ouviu um ruído vindo de suas costas, em um movimento rápido virou de costas com uma adaga no pescoço da pessoa a sua frente.
— Que porra, Lucian? — quase gritou, tirando a adaga do pescoço do irmão.
— Que porra digo eu! — ele rebateu — Você quase me matou, merda!
Ela não disse nada, apenas o abraçou. O macho demorou para retribuir, por conta do choque, mas a abraçou com força.
— Senti sua falta — ela sussurrou contra os cabelos do irmão.
— Eu também — ele disse.
Os dois se separaram, Lucian encarou a fêmea, parando seu olhar sobre sua mão machucada.
— O quê é isso? — perguntou.
— Eu com raiva — ela deu de ombros.
Lucian sabia que Amarantha havia trancado Azriel em algum lugar, e sabia que Maya estava se corroendo por dentro para conseguir achar o parceiro.
Amarantha havia literalmente informado sobre a parceria de Maya e Azriel para toda Prythian. Poderia parecer algo bobo no olhar de alguns, mas Azriel tinha inimigos, Maya também, e agora, eles sabiam o ponto fraco de ambos. Amarantha não fez isso de propósito, ela quer fazer a vida dos dois um inferno.
❍
Lucian foi embora logo após explicar como as coisas estavam fora de Sob a Montanha. O que se resumia a: puro caos.
As Cortes estavam caindo novamente, menos a Primaveril, que parecia viver em um paraíso, o que era de se esperar. Maya não duvida que Tamlin teria feito outro acordo com a Grã-Rainha, apenas para poder salvar a sua Corte, não que ele se importasse com as pessoas que viviam lá.
E agora Maya estava indo em direção à sala do trono. Guardas haviam aparecido em sua porta mais cedo, dizendo que Amarantha queria ver a fêmea.
Ela caminhou devagar até a sala, cada segundo sem a presença daquela fêmea era uma benção. Mas infelizmente, nada dura para sempre, e ela teve que adentrar na sala de trono, apenas para ver Azriel com corretes nos pulsos, sendo segurado por dois machos enormes e ajoelhado ao lado de Amarantha.
Maya paralisou no lugar, e seu coração quase parou quando seus olhos encontraram os de Azriel. Ele não havia mudado nada, mas parecia assombrado por alguma memória do passado.
O macho não estava mais magro, não parecia ter perdido massa muscular, sem nenhum arranhão na pele ou nas asas... que jogo Amarantha estava jogando?
Maya desviou seu olhar para a Grã-Rainha, a olhou com puro ódio. Amarantha sorriu.
— O quê você fez com ele, vadia?
A fêmea no trono colocou a mão no peito, fingindo estar chocada.
— Você deveria me agradecer sabia? Estou a deixando ver seu parceiro, afinal — respondeu com um sorriso cínico nos lábios.
— Vai se fuder — disse Maya.
A expressão de Amarantha fechou por completo. Certo, o que ela estava planejando fazer?
— Matem o macho — ordenou.
No segundo seguinte, uma faca estava sobre o pescoço de Azriel.
Maya arregalou os olhos e gritou:
— Não!
Amarantha levantou a mão, o macho com a faca no pescoço do Encantador de Sombras parou.
— Não o mate — Maya disse
— E o que você poderia me dar em troca, querida? — ela perguntou.
Maya analisou a fêmea a sua frente, sabia que era besteira perguntar o que ela queria em troca da vida do parceiro, mas o que ela poderia fazer? Já se importava demais com o macho.
Ela suspirou e perguntou:
— O que você quer em troca?
Os olhos de Amarantha brilharam, estava feliz com a pergunta.
— Uma vida por outra vida — ela disse.
Os olhos de Azriel se arregalaram.
— Nem fudendo! — Azriel gritou.
Essa foi a primeira vez de Maya escutando a voz de seu parceiro depois dele ter sido tomado de si. E a voz dele parecia carregada de medo, medo do passado aparentemente. Mas ele sabia fingir, e para as outras pessoas, a voz carregava firmeza.
— Não é você que decide isso, morcego — Amarantha avisou.
Azriel olhou para Maya, seus olhos eram pura súplica. Ele estava desesperado.
— Maya, não faça isso — ele avisou.
Maya o olhou no fundo dos olhos, deu um pequeno sorriso para ele e disse:
— Está tudo bem.
Azriel agora tentava se soltar, tentava chamar a atenção da fêmea, mas Maya não escutava mais nada agora. Somente o pensamento de que ela daria sua vida em troca da de seu parceiro, e que estava tudo bem.
— Uma vida por outra vida, então.
Azriel gritou.
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𝑒𝑐𝑙𝑖𝑝𝑠𝑒 • ACOTAR
FanficFogo pode trazer destruição, mas se você souber como não se queimar, isso pode trazer benefícios. A luz traz vida, traz paz ao ambiente escuro, e dizem que afasta as coisas ruins da vida. Ela é os dois. Feita de fogo e luz. Maya pode ser a própria...