{It's all right}
Amarantha teve a dignidade de deixar Maya e Azriel se verem uma última vez. Eles foram levados para um quarto que tinha naquele lugar, iriam estar sozinhos por apenas 10 minutos, nem mais, nem menos.
Azriel havia se agarrado em Maya e não soltado mais, a apertava como se aquilo fosse impedir a morte de sua parceira. Ele estavam se balançando, como se uma música suave tocasse.
A fêmea conseguia ouvir Az chorar baixinho, e aquilo partia seu coração em milhares de pedaços. Uma lágrima escorreu pelo rosto de Maya.
— Por favor, não chore — ela disse.
O macho respirou fundo, tentando controlar sua respiração.
— Maya, não faça isso — ele sussurrou.
A Grã-Feérica teve que fechar os olhos e respirar fundo para não desabar.
— Está tudo bem, Az.
Ele se afastou para conseguir encarar seu rosto.
— Não está tudo bem — ele disse.
A fêmea começou a chorar e abraçou o parceiro novamente.
— Me desculpe.
Eles ficaram em silêncio até ouvirem a porta sendo aberta e os guardas entrarem para levarem Maya até a sala do trono.
Azriel tentou fazer com que os guardas não levassem a fêmea, mas ele sabia que seria em vão.
❍
Maya estava certa sobre o feitiço que Amarantha queria fazer. E também estava certa quando pensou que todos iriam ver a sua morte.
Amarantha iria usar a morte de Maya como exemplo do que ela é capaz de fazer. O título de ter matado a Encantadora de Luzes a traria benefícios.
Então lá estava Maya, acorrentada no meio da sala do trono, com vários Grão-Feéricos e Feéricos ao seu redor. Todos esboçaram uma expressão de pena, e toda aquela pena estava voltada para Maya. E aquilo a deixava nervosa, não gostava que as pessoas sentissem pena dela. Ela não queria que a última coisa que visse nos rostos das pessoas fosse pena.
Azriel estava lá também, de joelhos ao lado de Amarantha. A fêmea ruiva era tão cruel ao ponto de forçar Azriel a ver a morte da própria parceira. Maya não queria que seu parceiro visse aquilo.
Amarantha estava falando alguma coisa agora, mas a fêmea não estava prestando atenção. Ela estava pensando em como estava seu pai e irmão, se eles estavam seguros. Maya presumiu que sim, era o que Lucian dizia pelo menos.
"Todos estão bem, May, não se preocupe" era isso que seu irmão dizia.
Seus pensamentos estavam vagando de um lado para o outro quando Maya viu Thesan tentando chamar sua atenção. Ela olhou para o Grão-Senhor da Corte Crepuscular com a testa franzida.
Os lábios dele se moviam. Ele estava tentando falar com ela. Maya se concentrou nos lábios do macho, tentando decifrar o que ele estava tentando dizer.
"Olhe para cima" era o que ele estava dizendo.
Ela olhou para cima e seus olhos brilharam de surpresa. Cassian estava literalmente no canto do salão, bem no teto, suas asas batendo para ele não cair.
Maya não deixou nada transparecer em seu rosto, qualquer expressão poderia acabar com o plano que Cassian e mais alguém tinha.
Cassian deu um aceno de cabeça leve para ela.
Maya se perguntou como não conseguia ouvir o farfalhar das asas do Illyriano, deduziu que seu pai tinha algo a ver com isso.
— Vamos acabar logo com isso — Amarantha disse por fim.
Ela se levantou do trono com uma adaga em mãos. A adaga era tão brilhante que parecia ser feita com a luz do sol. Com toda a certeza aquilo contia magia, e era parte do feitiço que Amarantha iria fazer.
Ao ver a Grã-Rainha vindo em sua direção, Maya pensou se ela faria aquilo de uma forma rápida ou não. Ela deduziu que teria de ser rápido, na maioria dos feitiços é necessário uma morte limpa e rápida, sem muita criatividade.
Azriel estava gritando agora, e aquilo a machucava mais do que nunca.
Quando Amarantha chegou perto de Maya e ergueu a adaga para cortar seu pescoço, Cassian passou como um raio e derrubou Amarantha no chão. A adaga parou nas mãos de Thesan.
Tudo foi tão rápido que Maya sequer viu quando Thesan correu até ela e a soltou.
Guardas agora corriam de um lado para outro. Cassian estava segurando Amarantha no chão, que gritava ordens para matarem Maya. Azriel estava chocado no mesmo lugar, e Thesan estava segurando o braço de Maya, se assegurando que ela ainda estava ali.
Um estrondo foi ouvido quando a porta da sala do trono foi aberta, e escuridão invadiu o cômodo.
Tudo agora estava escuro, ninguém conseguia ver nada, e Maya assumiu uma posição de luta, esperando qualquer ataque.
Gritos soavam pela sala.
— Que porra está acontecendo? — perguntou Maya.
— Vieram salvar vocês, minha querida — respondeu Thesan.
A escuridão que estava na sala agora havia desaparecido, Maya olhou em volta, havia vários feéricos correndo de um lado para o outro, mas por outro lado, os guardas estavam no chão, mortos. Cassian ainda estava sob Amarantha, a segurando com toda a força que tinha, mas agora, com Rhysand ao seu lado.
Ela olhou para o lugar onde Azriel estava, mas ele havia sumido.
— Lucian soltou ele — disse Thesan ao reparar na cara de desespero que a fêmea havia feito.
Maya olhou para a mão de Thesan, onde estava a adaga que Amarantha antes tinha em mãos.
— Isso aí tem magia, certo? — perguntou.
Thesan assentiu.
— Magia do caldeirão.
Maya arregalou os olhos.
— Porra.
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𝑒𝑐𝑙𝑖𝑝𝑠𝑒 • ACOTAR
FanfictionFogo pode trazer destruição, mas se você souber como não se queimar, isso pode trazer benefícios. A luz traz vida, traz paz ao ambiente escuro, e dizem que afasta as coisas ruins da vida. Ela é os dois. Feita de fogo e luz. Maya pode ser a própria...