𝙂𝙞𝙣𝙣𝙮 𝙒𝙚𝙖𝙨𝙡𝙚𝙮 𝙖𝙣𝙙 𝙩𝙝𝙚 𝙃𝙖𝙡𝙛-𝘽𝙡𝙤𝙤𝙙 𝙋𝙧𝙞𝙣𝙘𝙚

07: Pedaços de Riddle

Era o primeiro dia do semestre, e Ginny já estava se atrasando para a aula.

Não que ela se importasse tanto, para ser completamente justa. Ela chegaria em poucos minutos lá embaixo nas masmorras para poções. Isso era algo que ela normalmente detestava, é claro, já que o Professor Snape tinha sido o Mestre de Poções em Hogwarts nos últimos 15 anos, e não era muito gentil com os Grifinórios ou Weasleys. Mas para a grande surpresa de todos os alunos no banquete de Seleção, foi feito o anúncio de que o Professor Snape agora estaria ensinando Defesa Contra as Artes das Trevas. Por mais emocionados que Ginny e seus amigos estivessem por Snape não estar mais ensinando poções, ela não conseguia suportar a ideia do cabelo preto seboso olhando para eles enquanto praticavam técnicas defensivas. Com Snape ensinando o curso, Ginny achou que eles deveriam retirar as palavras "Defesa Contra" do título.

Ainda assim, não era para a aula de Snape que ela se atrasaria. Em geral, os alunos não se atrasavam para as aulas do Professor Snape, a menos que eles tivessem um toque desafiador, o que, verdade seja dita, Ginny tinha. Não, o novo Mestre de Poções de Hogwarts era o Professor Slughorn, e enquanto seu júri pessoal ainda estava decidido sobre ele, sua primeira impressão na reunião de alunos influentes no Expresso de Hogwarts não foi terrivelmente favorável. Ela ainda estava perplexa quanto ao motivo de ter sido convidada; ela dificilmente pensava que lançar um Feitiço de Bat Bogey de qualidade merecesse inclusão no encontro de Slughorn com os alunos de elite de Hogwarts. Ela só podia presumir que se parecia muito com aquele velho aluno favorito dele que ele mencionara e, ao pensar nisso, agradeceu em silêncio a quem quer que fosse do passado que a manteve fora da detenção.

Ela não queria abusar da sorte com Slughorn, no entanto. Portanto, embora estivesse resignada com o fato de que se atrasaria para a primeira aula com o novo Mestre de Poções, pois tinha negócios importantes a tratar, ela ainda acelerou o passo, na esperança de não acabar nas masmorras por mais de um poucos minutos após o início do período.

Seria difícil, no entanto. O corredor do segundo andar não ficava perto da sala de Poções, e Ginny tinha negócios importantes para tratar lá.

O corredor estava vazio quando ela chegou, que era exatamente como ela gostava, e por que ela estava vindo aqui, agora, quando ela sabia que a maioria dos alunos já estaria na aula. Ela trotou agilmente pelo corredor até chegar a uma porta muito particular. Parando, ela respirou fundo e se virou para o banheiro feminino do segundo andar. Este era o banheiro que ninguém usava. Este era o lugar onde a Murta-Que-Geme havia muito tempo atrás estabelecido residência. E era o banheiro em que a entrada da Câmara Secreta estava escondida.

Ginny evitou este banheiro e este corredor por um bom tempo depois de seu primeiro ano. Ela havia passado tempo mais do que suficiente aqui, embora involuntariamente, ao longo daquele ano, e ela não sentiu necessidade de passar mais tempo em qualquer lugar perto desta porta depois de retornar a Hogwarts para seu segundo ano.

A verdade é que ela estava com medo de fazer isso. Mesmo agora, a versão mais velha, mais sábia e mais resoluta de si mesma podia sentir seus joelhos tremendo um pouco enquanto olhava para a entrada do que tinha sido uma casa pessoal de horrores. Em seu segundo ano, ela não conseguia passar por aquela porta sem chorar, e seu terceiro ano provou ser o mesmo. Ainda assim, havia chegado um ponto naquele terceiro ano em que ela determinou para si mesma que cresceria e superaria seus medos; foi quase no mesmo ponto, como ela se lembra, que decidiu que desistiria de sua paixão infantil por Harry. No quarto ano, ela já conseguia andar por aquele corredor sem nenhum problema, praticamente, embora ainda tivesse dificuldade para se aproximar da porta do banheiro. Felizmente, ninguém considerou isso fora do comum, como ninguém nunca entrou no banheiro da Murta.