─ Acho que vou ter que aceitar que ele realmente vai se casar com ela ─ Ginny suspirou, recostando-se em Harry enquanto ela, Ron e Hermione olhavam por uma janela aberta na sala comunal da Grifinória acima do crepúsculo nos terrenos de Hogwarts.
─ Ela não é tão ruim assim ─ disse Harry, ao que Ginny olhou para ele, arqueando as sobrancelhas de brincadeira. ─ Feia, no entanto, muito feia ─ ele se apressou em acrescentar.
Ela soltou uma risada satisfeita e se permitiu um pequeno sorriso enquanto se aninhava de volta nos braços de Harry.
─ Bem, ─ ela admitiu relutantemente, ─ suponho que se mamãe aguenta, eu também aguento.
A verdade era que Fleur estava realmente se revelando não tão ruim quanto ela, Hermione e sua mãe acreditaram no início, cuidando ferozmente de Bill como ela podia, ficando ao seu lado e cantando os louvores de sua bravura para qualquer um que quisesse ouço. Não, parecia que eles poderiam odiar Fleur Delacour, afinal.
A verdade era que todos eles tinham coisas maiores com que se preocupar agora.
─ Alguém mais que conhecemos morreu? ─ Ron perguntou a Hermione, que estava lendo o Profeta. Ela estremeceu com a pergunta comum; Ginny e Harry também se mexeram desconfortavelmente.
─ Não ─ Hermione disse enquanto dobrava o papel, e todos eles exalaram um pouco de alívio. ─ Eles ainda estão procurando por Snape, mas nenhum sinal ...
─ Claro que não ─ disse Harry, e Ginny pôde sentir a raiva crescendo dentro dele sem olhar para ele. Isso tinha se tornado talvez a coisa menos favorita para falar ... ou talvez sua favorita, a julgar pela frequência com que ele tocava no assunto. ─ Eles não encontrarão Snape até encontrarem Voldemort, e vendo como eles nunca conseguiram fazer isso em todo esse tempo ...
Ginny gentilmente colocou sua mão sobre a dele, e ele parou tão repentinamente quanto havia começado. Ele podia perder a paciência tão rapidamente às vezes, mesmo sem perceber. Tão rápido quanto a raiva dele aumentou, ela a sentiu diminuir, substituída pelo cansaço e ansiedade que todos sentiam, embora no caso dele tenha aumentado dez vezes.
─ Eu vou para a cama ─ Ginny disse baixinho, reprimindo um bocejo. ─ Eu não tenho dormido bem desde … ─Mas ela não disse isso. Ela não conseguiu. Todos eles sabiam desde quando. ─ Bem ... eu gostaria de dormir um pouco ─ Gentilmente, ela se inclinou e beijou Harry, demorando-se talvez um momento ou dois a mais do que o absolutamente necessário, e com um aceno para Hermione e Ron ela passou pela porta em direção ao dormitório feminino e foi para a cama.
Uma vez lá, o sono não veio mais fácil do que em qualquer um dos dias desde a morte de Dumbledore. Nada mais vinha fácil, parecia. Desde o assassinato do diretor pelas mãos de um professor, a escola havia se tornado tão solene e silenciosa como ela jamais a vira, mesmo estando tão lotada como ela jamais vira, com bruxos e bruxas vindo de todo o mundo para prestar seus respeitos à memória do maior mago de uma era.
Era irônico, na verdade: os últimos dias tinham visto o tempo mais magnífico que se possa imaginar, os exames foram cancelados, então não havia nada a ser feito a não ser descansar ao sol e vagar pelo terreno, mas o habitual descuido preguiçoso do verão que se aproxima foi ofuscado tanto pela sensação de luto pela perda compartilhada quanto pelo medo do que mais estava por vir.
Ginny, por sua vez, passava todo o tempo com Harry. E Ron e Hermione, sim, mas com Harry. Ele estava se segurando muito melhor do que ela esperava, ela tinha que admitir, e embora houvesse momentos em que ele parecia se desligar de todos e olhar para um futuro que estava vindo rapidamente para ele, ele voltaria rapidamente para eles, voltaria para ela, e ele será capaz de ser Harry novamente, tão mudo naquela existência quanto todos eles eram na sua.
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𝙂𝙞𝙣𝙣𝙮 𝙒𝙚𝙖𝙨𝙡𝙚𝙮 𝙖𝙣𝙙 𝙩𝙝𝙚 𝙃𝙖𝙡𝙛-𝘽𝙡𝙤𝙤𝙙 𝙋𝙧𝙞𝙣𝙘𝙚
Teen FictionA história de Harry Potter e o Enigma do Príncipe, mas contada do ponto de vista de Ginny Weasley. Tradução da história escrita originalmente em inglês no fanfiction da autora @/RRFang