𝙂𝙞𝙣𝙣𝙮 𝙒𝙚𝙖𝙨𝙡𝙚𝙮 𝙖𝙣𝙙 𝙩𝙝𝙚 𝙃𝙖𝙡𝙛-𝘽𝙡𝙤𝙤𝙙 𝙋𝙧𝙞𝙣𝙘𝙚

06: Clube do Slugue

Ron, Hermione e Harry passaram mais tempo enfiados juntos sussurrando do que antes da viagem para o Beco Diagonal, Ginny percebeu com certa irritação. Algo havia acontecido lá, algo que eles não estavam dispostos a compartilhar com ela, e quanto mais ela tentava ignorar, mais irritada ficava. Sempre que ela começava a resmungar sobre isso, sua mãe a alertava com um olhar severo claramente destinado a comunicar um lembrete sobre sua conversa anterior sobre o desejo do Professor Dumbledore de que Harry, Ron e Hermione tivessem um tempo em particular para discutir ... seja o que for que ele queria que eles discutissem.

Ainda assim, Ginny não era uma irmãzinha à toa e, embora seu irmão e seus dois amigos fossem terrivelmente reservados, ela conseguiu ouvir uma ou duas palavras aqui ou ali. Nada que fizesse muito sentido para ela, infelizmente.

Eventualmente, as datas no calendário caíram cada vez mais perto de 1º de setembro, as horas dos dias ficaram mais curtas e os jogos de quadribol de dois lados ficaram mais raros e distantes entre si. Quando não estavam cochichando com Harry, Hermione e seu irmão voltavam à prática usual de brigar e flertar-mas-não-realmente, o que fez com que ela e Harry revirassem os olhos para os supostos pombinhos, e fazerem piadas coloridas sobre Bill e Fleur.

Em uma tarde particularmente enfadonha, Ginny se viu presa na cozinha com uma braçada de roupa lavada, cerrando os dentes até virar um pó fino enquanto Fleuma divagava sem parar sobre as cores do vestido de dama de honra de Ginny que ela não queria ser. Não importa que Ginny nunca tivesse pedido para ser dama de honra; foi apenas assumido.

Quando ela finalmente conseguiu escapar, ela subiu os degraus e quase trombou de cabeça em Harry, saindo do quarto de Fred e George com sua própria roupa lavada e parecendo tão irritado quanto ela se sentia.

─ Eu não iria para a cozinha agora, ─ ela o avisou. ─ Há muita Fleuma por lá.

Harry sorriu, todo o seu comportamento de repente parecendo animar-se.

─ Terei cuidado para não escorregar ─ respondeu ele. Eles sorriram um para o outro e continuaram em seus caminhos separados.

Isso, Ginny descobrira, era o número de trocas deles hoje em dia, cada um tentando superar as piadas do outro sobre Fleur ou sobre Ron e Hermione. Ela percebeu que era um Harry bem diferente do que ela estava encontrando neste verão do que aquele que ela conhecera no ano passado, ou mesmo aquele que parecia tão envolvido em uma conversa tão frequente com seus dois melhores amigos. Certa vez, ela refletiu sobre o que poderia ter inspirado suas mudanças de atitude quando passavam um tempo juntos, mas apenas brevemente, já que ela havia chegado à conclusão de que ele simplesmente não a considerava madura o suficiente para entender o peso da responsabilidade que ele carregava.

Esse pensamento rapidamente arruinou seu bom humor, então ela tentou o seu melhor para não tê-lo com mais frequência do que podia evitar.

Empurrando a porta do quarto de Percy com o pé, Ginny jogou todas as roupas na cama. Por decreto materno, seus baús de escola absoluta e positivamente tinham que ser embalados antes de ir para a cama. A Sra. Weasley parecia determinada a evitar a corrida louca para o trem que chegava todo primeiro de setembro, e Ginny tinha evitado de fazer as malas até o último momento possível. Seus pertences estavam espalhados por todo o quarto de Percy e, como a cada ano, ela não tinha ideia de como iria colocá-los todos em seu malão. 

Adicionando um insulto, é claro, estava o malão de Hermione, cuidadosamente embalado ao lado da cama conjurada em que sua dona agora estava sentada, folheando preguiçosamente seu novo exemplar de Preparação Avançada de Poções.

─ Olhe para você, ─ disse Ginny, balançando a cabeça. ─ Já está embalado e você usa o tempo livre extra para ler livros didáticos.

─ Eu tenho que ler!─ disse Hermione, abaixando o livro e com um toque genuíno de pânico em sua voz. ─ Eu mal li este ainda! Só terminei até o capítulo cinco e dificilmente terei tempo para lê-lo no trem amanhã!