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Karol point of the view

Quando entramos no avião, ele pede para colocar minha bolsa no bagageiro mas eu digo que não precisa, ele insiste mas eu teimo e me sento com a bolsa enorme no colo, ele pega uma alça da bolsa e eu seguro por baixo.

Ruggero: - por favor Sevilla, não seja ridícula, essa bolsa velha é enorme é melhor deixar ela no bagageiro.

- a bolsa é minha e eu quero levá-la no colo.

Ruggero: - você vai ficar desconfortável com essa coisa do colo.

Ele fala e puxa a bolsa bem no momento em que algumas pessoas estão passando, com o puxão eu solto a bolsa de uma vez, que vira na mão dele derrubando algumas calcinhas no chão. Eu escondo meu rosto entre as mãos morrendo de vergonha!

Oh, meu deus! Por que?

Ele junta as minhas calcinhas e dica dentro da bolsa, mas fica com uma na mão, percebo que ele está com minha calcinha minúscula fio dental com um laço atrás. Eu nunca sequer usei aquela calcinha, mas não tinha pegado o suficiente para o tempo que passaríamos lá, então as joguei dentro da bolsa na última hora, peguei um amontoado de calcinhas na gaveta e nem parei para conferir quais estaria levando.

- o que está fazendo? Guarde minha calcinha na bolsa!

Ouço um homem que está sentado atrás de mim rir e percebo que gritei isso, fico ainda mais vermelha, mas Ruggero fica rindo.

Ruggero: - interessante você usar uma calcinha mas dessas por baixo daqueles saiões horrorosos.

- isso não é da sua conta! Devolve a minha calcinha! (Sussurro)

Ruggero: - acho que não (fala com um sorriso malicioso)

Não tenho outra saída, tenho que mentir, me aproximo dele e sussurro:

- essa calcinha está usada.

Ele olha pra mim com algo nos olhos que não sei explicar, e eu, achando que ele ia jogar a calcinha em mim, mas ele leva a peça até o rosto e cheira.

- eca! E se estivesse mesmo usada? Seu nojento!

Ruggero: - (sorri e coloca a calcinha no bolso) então eu seria um homem muito feliz, senhorita Sevilla.

- (fico ainda mais vermelha) você não pode estar falando sério. Tem fetiche por calcinhas agora?

Ruggero: - não, mas vou pensar em você a viagem toda, cada vez que pegar essa calcinha, vou imaginar você usando apenas ela.

Fico sem reação por cinco segundos e sinto meu corpo todo formigar. Então, a comissária de bordo se aproxima para falar algumas coisas e volto para a minha poltrona ainda em choque, logo ele senta também.

Nós nos sentamos lado a lado no avião, eu na janela e ele no meio.

Ruggero: - então vamos conversar?

- (faço uma careta) prefiro não ouvir a sua voz.

Ruggero: - como quiser.

Ele não fala comigo, e quando me viro está conversando com uma mulher que sentou do outro lado. Loira, com um decote exagerado, seus peitos estão quase pulando para fora! Já está toda assanhadinha para cima dele.

Oh céus! Essa viagem vai ser longa!

Nem vinte minutos depois, ouço um risinho da loira que está ao lado de Ruggero, estico meu pescoço para ver o que está acontecendo e ela está falando no ouvido dele e dando sorrisinhos, bufo. Gostaria de ler o livro que trouxe, mas o idiota do Ruggero o colocou no bagageiro, e para pegá-lo precisaria passar por ele e pela loira assanhada, desisto.
Penso em olhar a paisagem pela janela, mas está escurecendo e não dá para ver nada.

Ouço outro riso alto e respiro fundo para ter um pouco de paciência.

De repente...

O PEGADOR • RUGGAROLOnde histórias criam vida. Descubra agora