|Capítulo 28|

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O intruso terminara de perfurar o cofre. Direcionando o foco da lanterna potente para dentro do buraco que fizera, ele observou as engrenagens girarem internamente, enquanto ele movia o miolo do disco, até elas se alinharem e pararem de se mover. Pegando um jogo de chaves do bolso, inseriu uma no buraco e manipulou-a com destreza até conseguir encaixar o ferrolho.

— Voilà! – ele sussurrou pára si mesmo, com um sorriso largo.

Abrindo a porta do cofre, retirou o único pen drive que continha e o enfiou no bolso. Arrumou as ferramentas de volta na sacola e a pendurou no ombro. No laboratório, ele olhou à volta para ver que substâncias inflamáveis estavam à mão. Pegando recipientes aleatoriamente das prateleiras, ele espalhou o conteúdo pelo chão.

Ele se preparava para riscar um fósforo e pôr fogo em tudo, quando, do outro lado do corredor, as portas do elevador se abriram, mostrando duas pessoas.

E uma delas viu o intruso. Heyoon estava despreparada para o que aconteceu quando abriu a porta do laboratório. Uma explosão diante de seus olhos cegou-a e fez com que recuasse, chamuscada. Não pensou na própria segurança, mas na de Sina e da fórmula secreta. Ao longe, ela ouviu o grito de Sina e percebeu que ela havia desobedecido suas instruções.

O intruso passou por ela correndo. Uma máscara de esqui cobria seu rosto, proteção contra as chamas e a fumaça que consumiam o laboratório. Heyoon correu atrás dele, pensando apenas que o homem podia atacar Sina e usá-la como refém. Ela valeria uma fortuna de resgate, e o intruso poderia matá-la. Mas no corredor ao lado do laboratório, foi Heyoon quem o atacou, rolando atracado com ele pelo chão. O intruso tentou escapar, mas Heyoon agarrou-lhe o tornozelo e o arrastou de volta, dando-lhe um murro no maxilar.

Sina ficou ali olhando, abalada, enquanto o alarme de incêndio emitia um apito ensurdecedor. De repente, ela se deu conta de que os sprinklers não estavam funcionando, que não jorrava água do teto para conter as chamas no laboratório.

Em pânico, correu pelo corredor e abriu o painel do extintor de incêndio que havia em cada andar. O cilindro era tão grande e pesado que ela quase não conseguia levantá-lo; Sina arrastou-o pelo corredor até o laboratório.

Leu as instruções no extintor, tentando ignorar o fato de que Heyoon e o intruso ainda estavam atracados numa briga brutal a apenas alguns metros de distância. Abriu o pino e a espuma saiu. Com ela, Sina começou a apagar as chamas que consumiam o laboratório. Uma fumaça de cheiro forte subiu pelo ar, fazendo arder seus olhos e nariz, provocando-lhe tosse e levando-a a arquejar, enquanto lutava contra o fogo. Com o coração na mão, ela percebeu que seus esforços não seriam suficientes para salvar o laboratório, e era possível que todo o prédio acabasse em chamas.

— Heyoon - ela gritou. — Heyoon!

Ela ouviu o grito de Sina. Uma rápida olhada para o laboratório a avisou do perigo. Mas, com o movimento, Heyoon acabou por soltar o intruso, que a chutou para o lado, pondo-se de pé em seguida e fugindo pelo corredor antes que pudesse alcançá-lo. Mas, ao escapar, o pen drive roubado escapuliu de seu bolso. Ele xingou com raiva. Não havia tempo de recuperá-lo. Heyoon corria atrás dele pelo corredor. Ainda xingando, o intruso correu até a escada de emergência e desceu em disparada.

Heyoon o deixou escapar. Pegou o pen drive e o colocou no bolso do jaleco. Abriu, então, o painel do outro lado do corredor e retirou o extintor de incêndio, correndo de volta para ajudar Sina.

Naquele momento, o pessoal da segurança que ela havia chamado estava chegando, junto com as equipes de limpeza.

— Um de vocês desça até o porão! ‐ gritou Heyoon, esguichando espuma pelo laboratório. — O invasor deve ter desligado a água no registro principal e os sprinklers não estão funcionando. O restante de vocês, tranque o prédio todo. Chamem a polícia. Chamem a senhora Deinert. O intruso desceu as escadas.

Um dos seguranças correu até o porão. Outros dois foram para a escada, enquanto um terceiro pegava o celular preso no cinto para chamar emergência. Informaram-lhe que o corpo de bombeiros já estava a caminho, em resposta ao alarme. Alguns minutos mais tarde, o sistema de sprinklers começou a funcionar, ajudando a apagar as chamas, para alívio de Sina. Ela largou o extintor, quase sem fôlego pelo esforço.

— Querida, está tudo bem? - perguntou Heyoon, colocando de lado o extintor que também tinha nas mãos e aproximando-se de Sina, a testa franzida de preocupação. Ela a abraçou. — Você não se machucou?

— Não, só estou cansada.

— Graças a Deus! Por que diabos você não fez o que eu falei? Aquele homem podia tê-la atacado, levado como refém, ferido... ou coisa pior! E se isso acontecesse, eu nunca me perdoaria! - Sem se importar se alguém estava olhando, Heyoon a beijou com fervor, soltando-a apenas quando os policiais e bombeiros surgiram em cena, seguidos por Sophie e Caleb Diaz.

— Heyoon, o que aconteceu aqui? - Sophie perguntou, ríspida, olhando para a destruição no laboratório, enquanto os policiais e bombeiros tomavam depoimentos dos que estavam presentes.

— Um intruso invadiu o meu escritório e tentou roubar o pen drive que contém a equação para a fórmula secreta da juventude. Não, não se preocupe, Sophie. Ele não o levou. Mas poderia ter levado se Si e eu não estivéssemos aqui até tão tarde. Ele pôs fogo no laboratório. Lutei com ele, mas tive que deixá-lo escapar para ajudar Sina a conter o fogo, que poderia ter se espalhado por todo o prédio. Sinto muito se não fiz melhor.

— Não diga isso - Sophie respondeu. — Você fez a coisa certa, Hey Hey. Se o prédio tivesse pegado fogo, pessoas poderiam ter se ferido ou morrido. Estou tão feliz que isso não aconteceu. Você salvou o Rosto Fabuloso, e o laboratório pode ser reconstruído. A equipe de limpeza está a caminho. Amanhã, teremos melhor idéia dos estragos. Enquanto isso, por que você e Si não vão para casa? Sina mal se agüenta em pé - observou Sophie, abraçando a neta.

— Sinto muito, vovó. - Sina conteve um bocejo.

— Está tarde. Você está exausta, e teve uma experiência horrível. Hey Hey, leve-a para casa.

— Vou levar. Vamos, Si - ela murmurou. — Vamos para casa e para a cama. Boa noite... vovó. - Sophie sorriu, com olhos calorosos e gentis.

— Boa noite, Hey Hey, Si. Vejo vocês amanhã.

— Vovó? - Caleb olhou para Sophie numa indagação. — O que quer dizer isso?

— Isso, meu querido amigo, quer dizer que encontrei a pessoa certa para minha neta.

— Como assim?

— Você sabe o que Heyoon fez com o bônus que Klaus lhe pagou para casar-se com Sina?

— Não. - Caleb balançou a cabeça.

— O quê?

— Depositou num fundo para os filhos dela com Sina.

— Você está brincando! - O advogado estava boquiaberto com a notícia.

— Viu! Nunca duvide da intuição de uma mulher, Caleb. - Sophie deu uma risada. — Eu lhe disse que teria pelo menos dois netos por conta desse acordo. E terei. Agora encontre o detetive encarregado dessa confusão. Quero que o responsável pelo incêndio seja encontrado e punido. Alguma empresa concorrente ouviu falar da minha fórmula secreta, tenho certeza disso! Estão tentando roubá-la, e isso eu não vou tolerar, Caleb. Ninguém toma o melhor de Sophie Charlotte Deinert. Ninguém!

Uma Esposa Contrada 「𝑺𝒊𝒚𝒐𝒐𝒏▪︎𝑯𝒆𝒚𝒏𝒂」(G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora