|Capítulo 31|

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A vasta floresta amazônica se espalhava lá embaixo em uma miríade de tons de verde, cortada pelo enorme rio que tinha o mesmo nome da selva. Era uma visão espantosa, de tirar o fôlego, pensava Sophie ao olhar pela janela do jato da empresa.

Ela não havia feito a viagem toda de uma vez só. Em vez disso, dividira o vôo em etapas, dizendo a si mesma que era a coisa mais sensata a fazer. Mesmo agora, ela não queria admitir que talvez a senhora Brant estivesse certa: ela não era mais jovem como no passado.

Apesar disso, ali estava ela. Aterrissaria no aeroporto do Rio de Janeiro, e em seguida começaria a organizar a expedição. Com os planos concluídos, ela entraria em contato com Klaus e Caleb. Mas era tal seu entusiasmo com a aventura, com a idéia de que, depois de tanto tempo, Rosto Fabuloso estava a ponto de se tornar realidade, que Sophie não foi capaz de resistir a sobrevoar a floresta.

Confiante, Sophie nem se incomodara em verificar o interior do jato naquela manhã. Ela não sabia que, durante a noite, um seqüestrador havia invadido a aeronave e se escondido na parte de trás do avião. E tampouco percebeu sua presença quando ele saiu do esconderijo e se aproximou do painel de comando.

Antes que Sophie se desse conta do que estava acontecendo, o seqüestrador tinha uma pistola automática apontada contra sua mandíbula.

— Ouça bem, sua velha .- disse, com uma voz dura, provocando-lhe um arrepio na espinha. — Porque sua vida depende de fazer exatamente o que eu disser. Entendeu?

Engolindo em seco, Sophie concordou com um movimento de cabeça, sem dizer nada, determinada a controlar o medo. Devia ser o mesmo homem que invadira a Cosméticos Deinert e ateara fogo no laboratório, pensou. O homem que havia tentado roubar sua fórmula. Como ele havia embarcado, ela não sabia. Mas uma coisa era certa: ele não ia aproveitar-se dela! Ela podia ser velha, mas não estava morta. Na verdade, Sophie pensava, a idade às vezes trabalhava a seu favor, pois, sem dúvida, o homem acreditava que ela era frágil e desamparada.

Bem, pois ele logo saberia o quanto estava errado!

— Quero que dê uma olhada e encontre um lugar onde possamos aterrissar com segurança - ele ordenou.

— E onde sugere que eu aterrisse?  ela perguntou, mordaz. — Você pode ver que há muito pouco espaço lá embaixo, especialmente um trecho grande o suficiente para que um jato como este possa aterrissar. Não estou pilotando um Piper Cub, entende?

Ele bateu com a arma no crânio dela, como aviso.

— Nunca gostei de velhas. Então, não brinque comigo ou estouro seus miolos - resmungou. — Agora, pouse este avião!

— Muito bem! - Sophie concordou, firme. — Ali, onde os nativos estão derrubando e queimando a floresta, parece haver uma clareira. Vou tentar descer. Mas não me culpe se algo der errado. Este não é o tipo de avião que possa pousar em qualquer lugar, e eu também não sou uma piloto exímia.

— Apenas pouse o avião, sua velha! - ele gritou, rude. Sem retrucar, Sophie manejou os controles do jato que começou a descer.

O tempo todo, as engrenagens de seu cérebro giravam furiosas. Sem dúvida, o seqüestrador não sabia pilotar um avião. Senão, não precisaria que ela permanecesse viva. Mas, uma vez no solo, ela podia não mais lhe ser útil, e mesmo se fosse, não dava para dizer o que ele pretendia fazer com ela. Sophie teve visões de todos os tipos de horror: o pior de todos foi ser mantida sedada e desamparada para que finalmente se tornasse uma mulher senil. Ela preferia estar morta.

Portanto, quando o jato se nivelou e pousou sobre o solo, ela subitamente arrancou a arma do bandido, arremessando-se do assento. O avião deu solavancos na estrada de terra  que na verdade não passava de uma trilha  e balançou. As asas começaram a sacudir e o motor a fazer pressão num barulho insuportável. O jato estava fora de controle, mas não havia nada que Sophie pudesse fazer, já travava uma luta frenética com o bandido.

A pistola deslizou pelo chão do avião, assim como Sophie e o seqüestrador. Mas ele era jovem e mais forte. Segurando-se num assento, ele conseguiu se endireitar e tentou alcançar a arma. No momento seguinte, ele a tinha apontada diretamente para ela, e Sophie sabia que atiraria. Foi seu último pensamento coerente, antes que um movimento brusco do jato a atirasse contra a porta. Com o impacto, a porta se abriu, e ela foi lançada violentamente para fora. Ela caiu no chão e rolou, sentindo uma dor súbita e aguda no quadril, o que a fez arquejar e gemer.

Segundos depois, uma súbita luminosidade a cegou quando uma das asas do avião foi arrancada por uma fileira de árvores. O jato começou arodopiar desgovernado, explodindo em seguida num barulho ensurdecedor e atirando destroços em todas as direções. Alguma coisa atingiu Sophie na cabeça, e ela nunca soube o quê uma nuvem escura a envolveu.

Os nativos que assistiram à queda do avião e encontraram o corpo de Sophie inconsciente eram amistosos e tinham algum conhecimento em medicina. Eles a deitaram numa maça improvisada e a carregaram para sua aldeia no meio da floresta amazônica.









Até no outro ano 😚😚

Bjjs no Bumbum de vcs💖

Uma Esposa Contrada 「𝑺𝒊𝒚𝒐𝒐𝒏▪︎𝑯𝒆𝒚𝒏𝒂」(G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora