|Capítulo 23|

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Steven prosseguiu com a entrevista, fazendo a Sina várias das perguntas que já havia feito a Heyoon. Para seu alívio, ela sabia que, pelo sorriso incentivador de Heyoon, estava indo bem, não havia cometido nenhum erro.

— Então, senhora Jeong, perdoe-me pela intromissão em assuntos pessoais, mas tenho que lhe fazer a próxima pergunta porque geralmente quando duas pessoas se casam apenas para impedir a deportação de uma delas, quando o casamento é só no papel, pode-se obter uma rápida anulação posteriormente. Então, a senhora pode me dizer, por favor, se seu casamento foi consumado?

Sina podia sentir o calor em seu rosto. Sem conseguir falar, constrangida, ela balançou a cabeça numa afirmativa. E se perguntou, abalada, se essa informação poderia chegar a sua avó e seu pai.

— Na verdade, acabamos de voltar de nossa lua-de-mel. – Heyoon anunciou, sem se alterar. — Passamos uma semana em Maplewood Lodge, logo depois da fronteira canadense. Posso lhes dar o endereço e o número de telefone se quiserem verificar. Com certeza, eles vão se lembrar de nós. Estávamos no chalé nupcial, e nosso aquecimento quebrou na última noite que passamos lá.

— Sim, obrigado, gostaria muito de ter o telefone. – Steven respondeu, levantando-se. — No entanto, acho que não haverá nenhum problema sobre o casamento de vocês. Se precisarmos de mais alguma coisa, entraremos em contato.

— Os senhores sabem onde nos encontrar. – Heyoon entregou a Steven um pedaço de papel com o endereço e o número do telefone do Maplewood Lodge. — Ah, e mais uma coisa. Não sei como e de onde os senhores tiraram a idéia de que já fui agente da K.GB. Eu sou química... e somente química. Sempre fui. Pensem nisso. Se eu realmente fosse uma espiã da Rússia, por que estaria perdendo tempo numa empresa de cosméticos? Vocês realmente acreditam que eu escondo transmissores em tubos de batom? Câmeras em miniatura dentro de pó compacto? Que falo com Moscou num telefone escondido no sapato? Talvez pensem que também chamo Caro de "Noventa e Nove"? Se for isso, eu diria que os senhores andam vendo muita reprise do seriado Agente 86. – Alex deu uma risada tranqüila, imediatamente interrompida pelo olhar firme e irritado de Steven.

— Pode ser piada para a senhora, Dra. Jeong, mas nós, americanos, levamos nossa segurança a sério. Que as recém-casadas tenham um bom dia.

Assim que os dois homens saíram, Sina levantou-se e aproximou-se de Heyoon com o rosto ansioso e pôs a mão no braço dela.

— Você acha que eles realmente acreditaram em nós? Que o senhor Steven disse a verdade sobre não haver problema quanto ao nosso casamento?

— Não sei. Mas terão um trabalho enorme para provar que somos mentirosas e sabem disso. Você quase disse a eles que estariam enfurecendo toda a família e o império Deinert. O que seria uma perspectiva intimidadora para qualquer pessoa, especialmente aqui nas Cidades Gêmeas. Obrigado, querida. – Heyoon abaixou a cabeça e deu-lhe um beijo.

Como ela não protestou nem se afastou, ela aumentou a pressão de sua boca sobre a dela, a língua forçando-lhe os lábios a se abrirem, insinuando-se para dentro. A boca de Sina ansiava pela dela e um fluxo de desejo corria todo seu corpo. Heyoon tinha gosto de café preto e quente e cigarros Player, coisas que ela começava a associar a ela. Tinha cheiro de sabonete, colônia e fumaça de cigarro. A língua dela se contorcia e remexia com a dela. As mãos de Heyoon se enroscavam na massa encorpada e brilhante dos cabelos dela.

Quando ela a aproximou de seu corpo, Sina sentiu a força e dureza de sua excitação fazendo pressão sobre ela. Logo, Heyoon estaria trancando a porta do escritório, jogando-a sobre o sofá ou sobre o chão. E ela queria aquilo. Mas não podia se render à tentação.

— Heyoon... Heyoon, não... – ela murmurou, afastando-se dela, resoluta, pousando as mãos trêmulas sobre seu peito, para se defender. — Eu... tenho que voltar ao trabalho e você também. O fato de descer até aqui para conversar com o SIN já atrapalhou os compromissos da minha agenda. Britney teve que cancelar uma reunião e reagendar outra. Além disso, você não acha que as fábricas de boatos já estão trabalhando além da conta?

— Sim, suponho que sim. – ela a soltou, relutante, com um sorriso pesaroso, embora os olhos castanhos ardessem como brasas enquanto a olhavam.

Ela tinha razão. Na ausência delas, as fofocas se espalharam pela Cosméticos. Heyoon e Sina souberam disso assim que entraram no prédio, pela manhã. Foram observadas com olhares especulativos por toda a parte: na garagem do prédio, no elevador, nos corredores. Mais de uma pessoa havia gritado: "Ei, ouvi dizer que vocês se casaram". claramente esperando uma explicação sobre o assunto. Heyoon não havia respondido a ninguém. Apenas sorria como um certo ar de gato que engolira um canário, enquanto Sina enrubescia de constrangimento por se ver mais uma vez objeto de fofocas na empresa.

— Ah, ia me esquecendo. – Ela já estava saindo do escritório, quando voltou da porta — Vovó quer que almocemos com ela ao meio-dia em seu escritório. Acho que devemos contar a ela sobre a visita do SIN.

— Sim, devemos porque, embora eles pareçam satisfeitos no momento, nunca se sabe. Pode ser que voltem.

— Espero que não. – retrucou veemente. — Um interrogatório foi mais do que o suficiente para mim! Nos vemos no almoço. – Ela saiu do escritório, assustada pela estranha sensação de que Heyoon a observava, admirando o balanço de seu traseiro enquanto caminhava.

Ela não ia olhar para trás, disse a si mesma, com firmeza. Não ia. Heyoon estava encostado no umbral da porta do escritório, as mãos enfiadas nos bolsos das calças, o olhar de um jeito que qualquer pessoa que a visse saberia no que estava pensando ao observá-la. Ela deu uma olhada furtiva para trás e Heyoon sorriu para ela, maliciosa. Depois, gritou-lhe alguma coisa em russo. Sina podia não saber o que era, mas tinha certeza de que fora alguma coisa muito imoral.

Ela desejou ardentemente que ninguém no laboratório entendesse russo.

Uma Esposa Contrada 「𝑺𝒊𝒚𝒐𝒐𝒏▪︎𝑯𝒆𝒚𝒏𝒂」(G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora