Caso Indefinido ━━ Bruninho e Rosamaria

oito

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Bruno deixou um último beijo breve em meus lábios e me desejou boa noite, saindo do corredor só depois que eu acenei para ele antes de começar a fechar a porta do meu quarto.

Após ele me encontrar no ginásio, fomos para o hotel e pedimos lanche para comermos. Poderíamos ter ido até uma lanchonete qualquer da cidade, mas assim que pensamos em paparazzis e gente nos atrapalhando a todo momento, desistimos.

Comemos besteira e conversamos sobre assuntos completamente aleatórios, enquanto um filme de comédia passava na TV e nós não dávamos atenção.

Ficar com ele melhorou totalmente a minha noite.

— Onde estava?

— Ai, caralho! — Digo, pulando de susto. Me viro e encontro Carol sentada na cama dela, me encarando de maneira curiosa. — Porra, Carolina.

— Tá devendo? — Perguntou e eu revirei os olhos.

— Claro que não, achei que você você estivesse dormindo, por isso me assustei. — Falo e me afasto da porta, caminhando até a minha cama e sentando na ponta da mesma.

Sentia o olhar da minha amiga em mim, mas eu foquei na mala à minha frente, escolhendo uma roupa para dormir.

— Onde estava? — Voltou a perguntar e deu um pulo de sua cama, vindo para a minha.

— Dando uma volta pela cidade. — Respondo.

— Sozinha?

— Sim, Carol. Uma mulher não pode mais andar sozinha pela cidade?! Tá proibido agora?

— Calma, militante do Twitter. — Falou e levantou as mãos em rendição. — Só estou curiosa.

Reviro os olhos para ela e a mesma se aproxima, me fazendo a olhar confusa. Seu rosto parou praticamente colado na minha blusa e ela cheirou o local.

— Carolina, você está ficando maluca? — Pergunto baixo, mas séria.

— Você está cheirando a perfume de homem. — Disse, como se tivesse me pegado no pulo. — Sua safada! Com quem você estava?!

— Ah, eu mereço. — Murmuro com tédio.

— É de homem, eu tenho certeza. — Falou e me cheirou novamente.

— Para com isso, você não é uma cadela farejadora. — Digo, a afastando. — É só cadela.

— Idiota. — Resmungou e deu um tapa no meu braço.

Agradeci mentalmente quando ela se afastou e voltou para sua cama, se jogando na mesma e me encarando ainda com um sorriso no rosto.

— E então...?

— E então o que? — Pergunto, voltando a atenção para a mala.

— Quem é o seu namoradinho? — Indagou.

— Não tenho um namoradinho. — Respondo, olhando para Carol depois de pegar uma roupa leve. — Saí para dar uma volta e acabei encontrando alguns fãs pelo caminho, talvez o perfume tenha ficado impregnado após nos abraçarmos.

Carol semicerrou os olhos na minha direção e eu manti nosso contato visual, para garantir que não estava mentindo, mas eu estava sim.

— Rosamaria, Rosamaria... — Disse desconfiada.

— Sempre te conto dos meus peguetes, se agora estou dizendo que não tenho um, é porque não tenho. — Falo. — Você já acreditou mais em mim, hein, Carol? — Completo ofendida.

— Não vem com esse seu joguinho de ser vítima não.

— Você não gosta mais de mim? — Faço drama, me levantando da cama e me aproximando dela. — Não somos mais amigas?

— Rosamaria, sai pra lá! — Pediu quando fiquei mais perto dela.

Uso minhas mãos para a fazer cócegas e Carol solta uma gargalhada alta, me fazendo sorrir ao escutar. Termino pouco tempo depois, antes que ela me desse um chute para me afastar, coisa que já havia acontecido várias vezes.

— Vou tomar um banho, beijos. — Digo, deixando um beijo estalado em sua bochecha e me levantando logo depois.

— Sim, para tirar o cheiro do seu namoradinho do corpo! — Falou. Mostro o dedo do meio, saindo do quarto, e ouço sua risada. — Eu não acreditei nessa história de fã, ok?!

— Problema seu! — Retruco, fechando a porta.

Caminho até o banheiro no fim do corredor e entro no mesmo, trancando a porta. Começo a retirar as peças de roupa do meu corpo, encarando a minha blusa por alguns instantes e a aproximando do meu nariz em seguida.

Inspiro fundo, sentindo o cheiro de Bruno na mesma.

Adoraria estar sentindo aquele mesmo cheiro pessoalmente, como mais cedo, quando estávamos abraçados na grande cama de casal e ele me fazia um cafuné gostoso.

Bufo, soltando o ar e também um palavrão, antes de deixar a blusa de lado e ir rápido para debaixo do chuveiro.

Água fria poderia me ajudar a tirar Bruno da cabeça por alguns minutos.

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