bônus II

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Balanço a perna em sinal de nervosismo, olhando para o teste de gravidez sobre a pia do banheiro e sentindo os olhares de mais 11 mulheres sobre mim e o objeto, apenas esperando pelo resultado

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Balanço a perna em sinal de nervosismo, olhando para o teste de gravidez sobre a pia do banheiro e sentindo os olhares de mais 11 mulheres sobre mim e o objeto, apenas esperando pelo resultado.

O que eu vinha sentindo era enjoo, como os que senti antes de descobrir que estava grávida de Brenda.

Agora, prestes a entrar na quadra para uma final olímpica, eu esperava o resultado de um teste de gravidez em uma ansiedade que eu nunca havia sentido antes. Novamente, se eu estivesse, não havia sido planejada, mas não me importaria em ter mais um bebê com Bruno.

Era da nossa vontade e tínhamos ótimas condições para criar, então eu não me preocupava. Sabia que amaríamos muito o nosso bebê, como já fazíamos com Brenda.

— Agora eu tô ansiosa para o jogo e para o resultado desse teste. — Gabriela falou, roendo a unha. — Você tinha que dar bem perto das Olimpíadas, Rosamaria?!

— Ué, era pra fazer greve? — Pergunto. — Tava com vontade, fui e fiz.

— Alguém traz um paracetamol pra mim, tô passando mal. — Brait falou.

— Não sai nunca o resultado? Daqui a pouco temos que ir para o ginásio. — Ana Carolina disse, olhando ansiosa para o teste.

O meu celular apitou assim que ela fechou a boca e eu o desliguei, pegando rapidamente o teste nas mãos e sorrindo ao ver o resultado.

— Será que esse vai ser mais parecido comigo? — Brinco, mostrando o resultado positivo para as meninas e recebendo gritos como resposta.

[...]

Desço do ônibus e olho confusa para Bruno, ao o encontrar do lado de fora do ginásio, conversando com Brenda em seu colo.

— Meu amor? — Chamo ao me aproximar e ele me olha rapidamente, ao mesmo tempo que Brenda soltava um gritinho animado e se jogava para o meu colo.

A pego, deixando um beijo em sua bochecha e voltando o olhar para Bruno em seguida.

— Oi! — Sorriu abertamente. — Viemos te dar um beijinho de boa sorte. — Completou.

— Ah, é claro! — Rio. — Sem os beijos de boa sorte de vocês eu não sobrevivo. — Digo boba.

— E... — Bruno fez suspense. — Nossa Brendinha tem um presente pra você, não é, bolinha? — Perguntou para a menor, que bateu palmas.

A curiosidade tomou o meu corpo no mesmo segundo e eu olhei ansiosa para Bruno, que colocou a mão no bolso da calça, pegando algo e me mostrando uma presilha rosa em seguida.

Sorrio abertamente, vendo outra letra B com um coração do lado. O objeto era menor do que a que ele havia me dado a quatro anos atrás, deixando claro que aquela era uma representação da nossa menininha.

— Que coisa mais linda! — Digo e pego em minha mão, olhando mais de perto. — Você fez?

— Brenda e eu. — Respondeu.

Rio e dou outro beijo na bochecha da minha filha, juntando meus lábios aos de Bruno em seguida.

— Obrigada, meus amores, eu adorei. — Falo sincera. — É linda!

— Deixa eu colocar. — Meu namorado pediu e eu entreguei a presilha novamente, me aproximando mais dele e deixando que o mesmo colocasse o objeto preso em meu cabelo, próxima à verde e amarela. — Agora sim você está pronta para o jogo.

Sorrio e o beijo outra vez, mais demorado que o primeiro.

— Meu beijinho de boa sorte. — Sussurro e ele sorri.

Dou alguns beijos em Brenda também e a devolvo para o pai, me despedindo deles dois antes de ter que ir para dentro do ginásio.

*

Respiro fundo e coloco a mão no pé da barriga por um breve momento, pedindo sorte para o pedacinho de Bruno e eu que estava ali dentro. Volto a apoiar minhas mãos em meus joelhos e olho para trás, vendo Carol sacar.

A bola viajou até ao lado da quadra das nossas adversárias e foi recebida com certa dificuldade.

O Brasil estava na frente, mas ainda corríamos o risco das outras empatarem conosco. Para que aquilo não acontecesse, estávamos 100% concentradas para vencer o nosso terceiro set e conquistar a medalha de ouro mais uma vez, como em 2020.

Não via a hora de poder pendurar outra daquela em meu pescoço e de comemorar com Bruno e Brenda. Estava ansiosa também para contar sobre a gravidez para o meu namorado e ver a sua reação. Na primeira vez ele chorou como um bebê.

Volto a me concentrar no jogo, respirando fundo mais uma vez.

Seguimos pressionando, até abrirmos uma vantagem de 5 pontos e alcançar o set point.

Jogo a bola no chão, batendo na mesma e não desviando o olhar dela. A seguro em minha mão em seguida e encaro as adversárias, pensando em quem eu poderia jogar a bola para que ocorresse uma falha na recepção e, talvez, rolasse um ace.

Levanto a bola, a jogando para cima e saltando em seguida, batendo forte na mesma. Observo a líbero esticar o braço e tentar pegar a mesma, falhando e a mandando para a arquibancada.

Solto um grito, comemorando e sentindo braços ao redor de mim em seguida.

Ponto do ouro. Mais uma vez.

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em 2024 vai ser nosso

Caso Indefinido ━━ Bruninho e RosamariaOnde histórias criam vida. Descubra agora