capítulo 22 • linhagem amaldiçoada

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O local onde a bruxa nos enviou, era escuro, carregado com uma aura pesada. Por algum motivo, não me era estranho. Eu não sabia compreender como, mas essa sensação vazia e familiar, me trazia outra sensação, de deja vú.

Sentia que eu estava no cenário do meu próprio sonho de quando eu tive à 2 dias atrás. Sentia calafrios subindo no meu corpo, arrepiando cada parte. A bruxa ao meu lado, cujo qual eu ainda não fazia ideia de quem era, ainda me amedrontava. Sua aura negativa ainda penetrava cada ambiente que passava. Estava nítido que ela era uma bruxa de mais de cem anos, pelas suas vestes e seu modo ético de falar. Mas, era como se ela soubesse exatamente o que estava fazendo perante à mim. Ela era sábia, velha, mas com a aparência de uma jovem adulta, podia sentir seu afeto por magia das trevas, era isso que o-deixava cada vez mais tenebrosa.

Eu não havia avisado ninguém que iria dar uma passeada com a bruxa que tentou matar todos, inclusive, o Matt que, estava tendo um funeral nesse exato momento. Com certeza, as reações seriam bem negativas e com suas razões. É uma ideia insana que eu não tenho mais tanta certeza se foi boa assim como pensei antes. E se algo de ruim acontecer... Eles nunca iriam saber, nunca conseguiria despedir-me de Damon.

Ao ir caminhando pelos arredores, meus olhos se perdiam no misterioso cenário que eu me encontrava. Não era exatamente idêntico ao meu sonho perturbador. Não era um cenário de casamento como a minha premonição que, por sinal, estava certa. Era mais como... Um cemitério. O local carregava uma aura bem sombria, desconfortável e vazia, embora que seja ironia já que, centenas de lápides estavam em fileira.

Eu não sabia onde essa bruxa estava me levando, apenas seguia a mesma, tendo em vista seus longos cabelos loiros jogados para trás.

- Ei... -Tentei chamar sua atenção.

Ela fingiu que não ouviu. Não me deu ouvidos e muito menos virou seu rosto para trás. Eu reviro os olhos, preste a fazer outra tentativa de ser escutada pela bruxa surda.
- Entendi que você não quer conversar, mas porque me trouxe aqui? - Eu esbravejei.

- Você faz tantas perguntas, ruiva. - Sua voz suave, mas sombria proclamou depois de um tempo. - Se contenha por mais alguns minutos. Estamos quase lá.

Ela não parava de andar, em um corredor sem fim com milhares de túmulos em volta. Eu seguia a mesma já revirando os meus olhos. Não estava crendo que, àquela bruxa que tanto queria me matar estava me levando para um passeio no cemitério, metáfora para o local onde ela vai fazer os rituais para me matar? Talvez!

Enfim ela parou de andar. Jogou o capuz que cobria metade do seu rosto para trás, ao ficar de frente para uma lâpide. Era difícil compreendê-la. Não sabia se era para mim ir até ela e prestar luto seja lá pra quem fosse essa pessoa. O silêncio que ela fazia era estressante. Me estressava essa falta de comunicação quando ela já tinha desenhado todo o meu destino no percurso.

- O que tem aí? - Dei de ombros.

A bruxa estava com seu rosto abaixado, mal podia ver o seu perfil e nem os traços do seu rosto. Ela parecia abatida, embora sendo assustadoramente macabra, ela olhava pensativa para a lâpide.

A lâpide parecia estar anos ali. Considerando sua aparência mal cuidada e seus dados.

1909 - 1934
Leanne Celeste Martin

- Ah meu Deus! - Eu arregalei meu olhar e liguei os pontos. Eu já tinha ouvido sua história. - É você... - Eu estava em choque, muita coisa para processar e muitas perguntas que eu queria fazer, mas, só consegui ficar perplexa.

- Imagino que já tenha ouvido falar de mim. - Ela levantou seu rosto, sem manter contato visual.

- Resumidamente. - Apressei me em responder. - Apenas sei que, somos parentes... De longa distância. - Olhei esperançosa para a mesma me dar uma explicação sobre isso.

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