Lar.

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Desde já agradeço pela sua atenção e peço, antecipadamente, desculpas por qualquer erro aqui cometido.








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  O restante daquele dia no qual Arius finalmente voltou para seu vilarejo se passou repleto de abraços, sorrisos e choros, além de várias perguntas sobre por onde o garoto andou e porque não voltou antes para casa, e o ruivo, assim que pediu para seus pais e irmã se acomodarem nos assentos à mesa, começou a contar tudo o que havia acontecido após todos irem dormir naquela noite em que saiu do vilarejo, quase quatro meses atrás...
  Assim, a noite chegou e, após o garoto contar uma boa parte da históri, também perguntou sobre como estavam todos no vilarejo, ouvindo de seu pai que estavam todos bem e que o plantio logo poderia ser colhido. E Linus encarou-o profundamente nos olhos e agradeceu pelo que Arius havia feito, também pediu desculpas por não tê-lo impedido, pois, por mais que nada de ruim tivesse acontecido de verdade com o ruivo, poderia ter acontecido. Mas Arius sorriu em resposta e disse para seu pai que ele não precisava se desculpar ou agradecer, pois o ruivo havia feito a própria escolha de se tornar um sacrifício pelo bem de todos e ninguém ali tinha qualquer responsabilidade sobre sua decisão além dele mesmo.
  Então, quando a lua brilhava intensa no meio do céu, a família Brensinger finalmente foi dormir, com Henrietta e Linus tranquilos e felizes pela primeira vez em muito tempo, assim como Leana, a qual pediu para dormir com o irmão e sorriu animada quando este disse que tudo bem. E logo os dois ruivos estavam deitados na cama de Arius, com a garota abraçada a si e quase completamente oculta pelas cobertas, caindo no sono assim que fechou os olhos, mas o ruivo mais velho se manteve acordado, com um braço sobre os ombros da irmã, puxando-a para si, enquanto encarava as estrelas e a lua pela janela do quarto e pensava onde Yaze poderia estar.
  Arius, entre todas as coisas que aconteceram consigo enquanto esteve vivendo com Yaze, não contou aos seus pais e irmã sobre a pedra no colar que usava, nem sobre a lança ser a única arma capaz de matar o lobo ou sobre seu desejo de voltar a viver com Yaze assim que ele voltasse de sua viagem. O ruivo havia, sim, dito sobre Yaze e falou brevemente sobre a maldição e que, por mais assustador que o lobo pudesse parecer, era uma pessoa muito boa, e sua mãe, que não deixava nada passar, notou o olhar intenso do garoto quando este falou de Yaze e soube que ele, o lobo, era a pessoa pela qual Arius tinha aqueles sentimentos que vira anteriormente e isso a deixou um pouco preocupada, pois Yaze era um lobo, uma pessoa sofrendo de uma maldição há sabe-se lá quantos anos, e não queria que seu filho tivesse que pagar por isso de alguma forma. Entretanto, assim que o garoto falou que Yaze havia ido atrás da cura, certo de que pudesse, finalmente, quebrar a maldição, Henrietta ficou mais aliviada. Ela queria que o filho fosse feliz e, se Yaze pudesse mesmo quebrar a maldição e fazer Arius feliz, Henrietta estava bem com isso.
  E, sem sequer perceber, enquanto olhava o céu noturno, Arius acabou dormindo. Naquela noite, o ruivo sonhou com Yaze e a clareira no centro do bosque, e acordou alegre na manhã seguinte, sentindo o coração quente e uma sensação agradável de conforto ao subir, ainda de olhos fechados, a mão para o colar sobre seu peito. Então, lentamente, Arius abriu os olhos e encarou a pedra em sua mão, vendo-a brilhar um pouco, e imediatamente pensou nos olhos do lobo e sorriu bobo, atraindo a atenção de sua irmã.

  -Por que essa pedra é tão especial? -Leana perguntou de repente e Arius estremeceu de susto, pois havia esquecido completamente da pequena deitada ao seu lado.
  -Você me assustou! -Exclamou com a mão sobre o peito e a ruiva riu, e o garoto pensou que a risada da irmã era a coisa mais fofa que já ouvira e percebeu que estava morrendo de saudades de ouví-la.
  -Arih, você não vai mais embora, não é? -Indagou receosa ao apertar mais o irmão e este sorriu para si e acariciou seus cabelos.
  -Não fica pensando nessas coisas, irmãzinha. Eu estou aqui agora. -Disse ainda sorrindo e beijou a testa da irmã, recebendo um sorriso de volta. -Estou morrendo de fome! E quer saber de uma coisa legal? Eu trouxe algumas frutas deliciosas comigo! -Arius falou sorrindo ainda mais e se esticou para pegar o saco com frutas, despejando-as sobre a cama em seguida. -Vamos lá, pode pegar o que quiser! -Disse ao pegar uma maçã e a ruiva fez o mesmo, então mordeu a fruta e encarou o irmão com os olhos brilhando.
  -Que delícia! -Leana exclamou com a boca cheia e Arius concordou com a cabeça, também mastigando uma maçã.

  Arius e Leana comeram cada um uma maçã e, assim que sua mãe abriu a porta do quarto para avisar que o café estava na mesa, ambos rapidamente levantaram da cama, calçando as botas e logo indo para a cozinha, onde seu pai e mãe já os esperavam para comer.
  O ruivo cumprimentou a ambos e sentou-se sorridente à mesa, pegando um pedaço de pão e uma caneca de chocolate quente.

  -Depois do café, o que quer fazer hoje, filho? -Linus perguntou após uma mordida no pão e o garoto pensou um pouco.
  -Eu vou dar uma volta no vilarejo. Quero ver todo mundo. -Disse após engolir o pedaço de pão e bebeu um gole do chocolate quente.

  Então, assim que tomaram seu café da manhã e Arius e Leana arrumaram a cama, o ruivo mais velho beijou a testa de sua mãe e disse que daria uma volta pelo vilarejo e a pequena ruiva disse que o acompanharia.
  Os irmãos Brensinger caminharam pelas ruas do vilarejo e, após a surpresa inicial por ver Arius ali passar, os aldeões correram para abraçá-lo. E rapidamente quase todo vilarejo estava ali, rodeando o ruivo e abraçando-o, um atrás do outro, perguntando se aquilo era real e por onde ele havia andado, e o garoto apenas disse que era bom vê-los de novo e que contaria tudo mais tarde, então continuou cumprimentando a todos e sorrindo animado ao ver que todos estavam bem.
  Contudo, por mais que os aldeões quisessem falar com o ruivo e perguntar sobre os meses em que ele ficou fora, Linus os mandou voltarem a seus afazeres e, após algum tempo, quase todos se dispersaram e Arius, Leana e outros jovens continuaram a conversar enquanto caminhavam na direção do pomar.









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Novamente agradeço pela sua atenção e peço desculpas por qualquer erro aqui cometido.

A Maldição do LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora