Epílogo.

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Desde já agradeço pela sua atenção e peço, antecipadamente, desculpas por qualquer erro aqui cometido.














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  As duas semanas nas quais a perna de Arius tratava de melhorar passaram consideravelmente calmas no vilarejo. Os aldeões consertaram com pressa e eficiência o que fora destruído na invasão e os demais cuidavam dos campos, pois já estava na hora de fazer a colheita. Tudo corria bem e, apesar de o ataque ter sido recente, todos estavam felizes.
  E, após três dias do incidente, Arius e Yaze finalmente puderam sair da "enfermaria" e Henrietta sorriu animada quando mostrou para os garotos o quarto que havia arrumado para eles. Não era um local muito grande, pois inicialmente deveria ser o quarto de Leana, mas a pequena ruiva era tão apegada ao irmão que, mesmo quando teve idade o suficiente para dormir sozinha em seu próprio quarto, quis ficar junto de Arius -mas o ruivo mais velho nunca se incomodou, pois gostava de dormir com a ruiva também. Contudo, os garotos agradeceram com sinceridade e sorriram para a mulher, recebendo um carinho na cabeça por parte da mesma e um coloroso e maternal sorriso em seguida antes de deixá-los sozinhos, e esses simples gestos fizeram Yaze sentir o peito quente e um estranho sentimento de conforto, o que não passou despercebido de Arius e logo o ruivo acariciou sua cabeça e sorriu. "É melhor se acostumar, porque aqui em casa, no vilarejo todo, na verdade, demonstrações de afeto assim e toques de carinho são bem comuns", o garoto disse e o moreno sorriu, abraçando-o em seguida. Então, antes mesmo de Yaze e Arius poderem sentar na cama ou qualquer outra coisa, Leana abriu a porta do quarto com força e correu animada para cima do ruivo mais velho, pulando em seus braços e rindo quando ambos caíram na cama, juntamente do moreno que acabou no ponto de impacto quando a pequena pulou.
  Leana falou animada sobre querer sair e brincar e passar tempo com os garotos, mas sua mãe logo apareceu na porta e disse que isso não iria acontecer, pois Arius ainda estava com a perna machucada e não poderia ficar correndo e brincando por aí como sempre, e isso deixou a pequena ruiva entristecida, pois queria se divertir com o irmão. Contudo, assim que Leana, Arius e Yaze ajeitaram-se na cama -a ruiva sentada no colo do irmão-, o moreno disse que, se a pequena quisesse, ele poderia brincar com ela também. E não demorou mais do que alguns segundos para que Leana exclamasse um eufórico "Sim!" em respota, então, mais rápido do que Arius pensou ser possível, a pequena saiu de seu colo e parou à porta do quarto, encarando os garotos em seguida. "Vamos? Vamos lá?", Leana indagou animada e sorridente e Yaze levantou-se da cama, estendendo a mão para o ruivo. "Eu te levo", o moreno falou quando Arius aceitou a mão estendida e levantou-se, sorrindo com a fala do maior. Então, assim que o trio avisou Henrietta que iria sair para brincar, dizendo que Arius ficaria apenas sentado para não forçar a perna, saíram na direção do riacho, o local favorito de Leana.
  Assim, com brincadeiras e conversas banais e repouso -para Arius-, os dias e semanas transcorreram agradáveis e, finalmente, o ruivo pôde ver-se livre da bandagem na perna e de volta à ativa, sentindo-se completamente melhor e curado.
  Arius voltou a ajudar todos sempre que podia e, nas horas vagas de seus dias, passeava com Yaze pelo vilarejo ou seus arredores, mostrando os locais que mais gostava ou as coisas que mais gostava de fazer, e o moreno sorria e ria, realmente feliz. Às vezes Leana se juntava aos dois e passava a tarde brincando com ambos, chegando até a subir nos ombros de Yaze e correr com ele pelo vilarejo -os dois haviam se tornado muito amigos e a pequena até o chamava de irmão às vezes-, arrancando risadas divertidas do ruivo mais velho.
  Então, após as duas semanas de cura da perna de Arius acabarem, o restante do inverno passou mais rápido do que perceberam e, após duas semanas de chuva intensa e incessante, a primavera chegou com seus brilhosos e agradáveis raios de sol e as flores começaram a florescer ainda mais belas, a grama renasceu mais verde e o riacho ficou mais volumoso. Os pássaros cantavam desde a alvorada até o crepúsculo e o sentimento revigorante que a primavera trazia consigo aquecia o peito de todos.
  Um certo dia no meio da primavera, enquanto molhava os pés no riacho e comia algumas maçãs ao lado de Yaze, Arius se pegou olhando para a imensa floresta do outro lado da água e pensando no bosque, sentindo uma pura e estranha melancolia, deixando um suspiro escapar de seus lábios.

  -O que houve? -Yaze indagou encarando-o e o ruivo olhou para si.
  -Eu estava pensando... Algum dia vamos voltar para lá? -Perguntou com um leve aceno de cabeça na direção da floresta e o moreno olhou brevemente naquela direção, logo voltando a encará-lo.
  -Podemos voltar quando você quiser. Nossa casa no bosque sempre vai estar esperando por nós, assim como as pessoas aqui. -Disse com um sorriso fino e o garoto sorriu abertamente, deixando o miolo da maçã que comeu pelo chão e logo inclinando seu corpo para beijar os lábios de Yaze, sendo correspondido imediatamente. -Você quer voltar? Digo, a viver no bosque? -Perguntou assim que afastaram minimamente os lábios e o ruivo ponderou.
  -Eu não sei. Gosto de viver lá, mas também gosto de viver aqui. -Falou com um leve dar de ombros, então subiu uma das mãos para o rosto de Yaze e acariciou, vendo-o abaixar a cabeça também para receber carinho, e isso o fez sorrir. -Se eu estiver com você, Yaze, não me importo onde for. Só preciso que esteja comigo, ao meu lado. -Disse baixinho ao encostar sua testa na do maior e este passou os braços ao redor de sua cintura, puxando-o para mais perto.
  -Eu vou ficar com você até minha vida acabar, Arius. Não vou te deixar sozinho. -Falou igualmente baixinho e roçou seu nariz no do ruivo.

  Em meio a sorrisos e risos apaixonados e alegres, Arius e Yaze desfrutaram do restante daquela tarde com calma, entrando no riacho quando o sol ficou mais forte e relaxando o corpo na água fresca, não demorando a receberem companhia, pois todos os jovens foram correndo na direção do riacho quando sentiram a temperatura subir, ansiosos por esfriarem seus corpos. E, então, todos ali começaram a brincar e sorrir e pregar peças uns nos outros, mas sempre tomando cuidado quando as crianças estavam por perto para que essas não se machucassem.
  Yaze sorria animado, feliz como não era havia muitos anos, e agradecia internamente a Arius por mostrar-lhe que a vida que poderia ser tão boa e alegre. "Você é para mim como o sol surgindo no horizonte após uma noite de tempestade, Arius", o moreno pensou com um calor agradável no peito e o ruivo olhou de imediato para si, levando a mão ao próprio peito e sorrindo caloroso ao encontrar as orbes azuis de Yaze. "Eu te amo tanto", o ruivo pensou enquanto se aproximava e, em segundos, ambos já estavam abraçados e sorriam apaixonados e animados um para o outro, falando ao mesmo tempo, com uma sincronia perfeita:

  -Não importa onde, contanto que estejamos juntos, tudo vai ficar bem.

  Então sorriram e riam baixinho por conta da sincronia, selando brevemente seus lábios e logo se juntando ao pessoal que fazia uma "guerra de barro" com a lama da margem do riacho.
  Tudo ficaria bem contanto que estivessem juntos. E a promessa perdurou até o final de seus dias.























                                                        ~Fim.















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Novamente agradeço pela sua atenção e peço desculpas por qualquer erro aqui cometido.

A Maldição do LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora