Nós.

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Desde já agradeço pela sua atenção e peço, antecipadamente, desculpas por qualquer erro aqui cometido.








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  Arius e Yaze dormiram durante todo o restante daquele dia, assim como mais da metade do dia seguinte também. E o ruivo foi o primeiro a despertar dos sonhos calmos e agradáveis que estava tendo, sonhos nos quais ele e Yaze conversavam animados à sombra de uma das inúmeras árvores do bosque enquanto os animais os rodeavam e brincavam entre si sobre a grama.
  "Meu corpo dói", Arius pensou antes de finalmente abrir os olhos, levando a mão ao rosto em seguida e cobrindo-o por conta da forte luz do sol que invadia o local por entre as frestas das janelas e porta. O garoto, então, piscou algumas vezes e acostumou seus olhos com a claridade, apoiando-se nas mãos e subindo com o corpo na cama, terminando por ficar sentado. E, assim que Arius desviou o seu olhar para o lado na tentativa de reconhecer o local no qual estava, viu o grande, belo e desconhecido corpo do moreno deitado na cama ao lado da sua, e no mesmo instante sentiu seu peito disparar.

  -Yaze... -Arius murmurou e, inconscientemente, esticou o braço em sua direção.

  Mas antes que o ruivo pudesse tocá-lo, Yaze abriu os olhos lentamente e os cobriu depressa com as mãos, sentindo as retinas doerem por conta da luz intensa, e Arius abaixou o braço. Porém, de repente, o moreno retirou as mãos do rosto e virou-o na direção do ruivo, encarando as orbes cor de mel intensamente. E apenas essa visão foi o bastante para que Yaze sentisse o peito se encher de um calor agradável.

  -Arius... -O moreno chamou com a voz levemente rouca e o garoto sentiu o corpo estremecer e um arrepio lamber sua coluna, pois a voz de Yaze era ainda mais penetrante e intensa do que quando era lobo.
  -Isso é... real? Você está mesmo aqui? -Perguntou com certo receio e apertou as mãos no cobertor que estava sobre si, então viu o moreno sentar-se na cama e logo colocar as pés para fora, levantando-se e, em questão de pouquíssimos segundos, subir em sua cama e o abraçar.
  -É real. Estou mesmo aqui, Arius. -Yaze disse enquanto apertava o abraço e o ruivo fez o mesmo, envolvendo-o com tanta força quanto podia, pois não queria soltá-lo e acabar o perdendo. -Obrigado, Arius. Por me salvar e libertar da maldição. Eu devo minha vida a você. -Disse baixo, realmente grato e feliz, e Arius apertou mais as mãos em sua roupa -Yaze fora vestido pelos ajudantes do curandeiro, pois poderia ficar doente caso não usasse roupas no inverno-, afundando o rosto em seu ombro.
  -Não. A vida é sua, Yaze, não a deve a mim. Quero você a use e viva como quiser. -Arius falou abafado e o moreno afastou um pouco o abraço, segurando o rosto do ruivo com leveza e encarando-o nos olhos.
  -Se eu quiser vivê-la com você... qual seria sua resposta? -Yaze indagou esperançoso e o garoto sorriu tão intensamente feliz ao exclamar um eufórico "Sim!" que o moreno não pôde evitar de sorrir também, causando um arrepio intenso no ruivo, pois era a primeira vez que o via sorrindo. -Isso me deixa muito feliz. Obrigado por me aceitar. Eu vou te fazer a pessoa mais feliz do mundo, Arius, e vou te amar com todas as minhas forças. -Yaze falou ao encostar sua testa na do menor e este sorriu mais.
  -Eu também. Vou te dar todo meu amor e fazer de você a pessoa mais feliz do mundo, Yaze, pode acreditar. -Disse com um puro e inebriante sentimento de felicidade e esfregou de leve seu nariz no do moreno, fazendo um carinho -como quando Yaze era lobo.
  -Eu já sou a pessoa mais feliz do mundo, porque você é meu. Esperei tantos anos para conhecer alguém como você, Arius, que cada dia me sinto a pessoa mais afortunada do mundo só por estar vivo ao seu lado. -Confessou baixinho e o ruivo sentiu o peito queimar, abraçando-o com força em seguida.
  -Eu pensei... que tinha te matado naquele momento... -Murmurou entristecido e o moreno afagou seus cabelos, passando o máximo de tranquilidade que conseguia para o menor.
  -Eu também... Mas a culpa é daquelas velhas que não falaram com exatidão como tudo deveria ser. -Disse com um susupiro de cansaço e beijou os cabelos ruivos com ternura. -Eu estou vivo, Arius, então não precisa se preocupar com mais nada. É graças a você que estou aqui e posso te abraçar agora. -Falou baixinho e desceu os beijos pela lateral da cabeça do menor, movendo seu rosto para o lado e beijando com calma sua bochecha, terminando por encará-lo diretamente nos olhos.

  E tanto Arius como Yaze sentiram seus corações acelerarem e seus corpos serem atraídos, não podendo conter -e sequer querendo fazê-lo- o desejo quase hipnótico que impulsionava-os um para o outro, e, mais lento do que realmente pareceu, uniram suas bocas em um calmo, apaixonado, eletrizante e tão ansiado beijo. Era como se apenas precisassem daquele simples, porém profundo, gesto para que, finalmente, sentissem que aquilo era real, que ambos estavam mesmo ali. E após afastarem as bocas, Yaze e Arius encararam as orbes alheias com ainda mais intensidade do que antes, sorrindo felizes um para o outro e sentindo um calor gostoso no peito.
  Então, apenas alguns minutos depois, Henrietta e Leana entraram na "enfermaria" e a pequena ruiva sorriu e quis correr animada ao ver que seu irmão estava acordado, mas deteve-se assim que olhou para a cama, pois Arius estava nos braços de Yaze e sorria mais belo e radiante do que nunca enquanto olhava para o moreno de longos cabelos negros. Leana nunca vira o irmão tão feliz, e ela mesma sentiu-se feliz pelo ruivo mais velho, pensando que se Yaze fazia seu irmão sorrir daquele jeito, ele era uma pessoa incrível. Porém não demorou muito para os garotos notarem a presença de Henrietta e Leana ali e, assim que o fizeram, Arius sorriu para ambas e pediu para que se aproximassem.
  Sua mãe perguntou como eles estavam e também agradeceu a Yaze por ajudá-los e salvá-los e o moreno apenas aceitou o agradecimento e disse que faria outra vez se necessário, pois eles eram a família de Arius e iria proteger todos aqueles que o ruivo amasse, pois amava-o mais do que tudo, ainda que custasse a sua vida. E Henrietta não pôde evitar de sorrir terna ao ouvir a declaração séria e apaixonada do moreno, pensando que o filho tinha sorte de achar alguém assim para si, mas Arius, diferente de sua mãe, apenas cobriu o rosto com as mãos e sorriu meio bobo, sentindo o peito muito quente, assim como sua face. Então, logo que Arius e Yaze disseram que estavam bem e o ruivo perguntou sobre o restante das pessoas, recebendo a informação de que todos estavam bem e que não houve nenhuma morte entre os aldeões, apenas alguns feridos, Henrietta e Leana colocaram sobre a cama na qual ambos estavam uma cesta com comida, dizendo para eles comerem, pois precisariam de forças para melhorar, e não tardaram em obedecer à mulher, pegando as frutas e carne seca e pães e comendo-os com vontade, pois estavam morrendo de fome.
  E o restante do dia passou-se com os garotos ainda em repouso na cama, com Arius tendo que trocar o curativo da perna mais duas vezes e colocar mais pomada como o curandeiro havia ordenado -tarefa esta que foi realizada por Yaze, o qual também não saiu da cama do ruivo, pois não queria mais ter que dormir afastado do mesmo, já bastaram aquelas duas semanas e meia nas quais teve que fazer sua viagem até a anciã-, dizendo que, com sorte e bastante pomada, o machucado estaria fechado em duas semanas. Os garotos também receberam a visita dos amigos de Arius naquele mesmo dia e todos perguntaram sobre Yaze e sobre o lobo que ele era até dois dias atrás, mas o ruivo disse que eram perguntas indelicadas e que o moreno precisava descansar, então seus amigos se desculparam e, após cerca de mais uma hora de conversas jogadas fora, se despediram dos garotos, desejando melhoras antes de saírem, pois logo Linus entrava na "enfermaria", já ao cair da noite.
  A conversa com Linus foi calma e um pouco mais séria, pois Yaze abraçou Arius com mais força -este que estava escorado em si entre suas pernas enquanto estavam sentados na cama- e disse, encarando seriamente os olhos castanhos claros do homem, que amava o ruivo e queria-o para si, pedindo a benção de Linus para tal. E, juntamente de um sorriso fino e contente, o líder disse que, sim, dava sua benção e pediu para o moreno cuidar de seu filho, então encarou o ruivo nos olhos e também pediu para ele cuidar de Yaze, pois parecia ser um bom rapaz, e ambos os garotos concordadam com os pedidos feitos e sorriram, aliviados por, no fim, tudo ter dado certo. Porém, assim que a noite chegou completamente, Linus despediu-se de Yaze e Arius e disse para eles descansarem, desejando uma boa noite para ambos e afagando levemente os cabelos dos dois antes de sair. E, assim que se viram sozinhos, Arius e Yaze começaram a conversar sobre o tempo em que o moreno esteve longe e sobre o que cada um fez naquelas duas semanas, ficando assim até o sono vir e acabarem caindo, abraços, em um profundo e pacífico sonho.













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Novamente agradeço pela sua atenção e peço desculpas por qualquer erro aqui cometido.

A Maldição do LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora