Conforto

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Donghyuck não foi à escola por três dias.

Na verdade, ele mal se levantou da cama por dois dias e quando se levantou foi porque Jeno pediu por favorzinho para ele comer na mesa.

Nesses três dias, tudo que Hyuck fez foi assistir Modern Family e conversar com Renjun que ligava a cada duas horas para reafirmar que o amava e que ficaria sempre ao lado dele, enquanto Mark e Jeno estavam sempre por perto.

Suas mãos melhoraram com certa rapidez, aparentemente Taeyong era um ótimo enfermeiro e usou remédios de qualidade, e diariamente um dos alfas refazia seu curativo.

Hyuck não pensou muito sobre o segredo que eles escondiam. Apenas decidiu que quando fosse a hora certa, ele saberia. E agora definitivamente não era.

Não estava mais triste, mas frequentemente pensava se seus pais sentiam qualquer tipo de amor por ele. Seu pai sempre tentava ser carinhoso, fazia cafuné e perguntava sobre seu dia, claramente se sentia desconfortável com aquela situação, mas ainda assim tentava. Porém, quando sua mãe lhe dava carinho, sempre parecia algo ensaiado, e normalmente acontecia quando ela queria algo.

Quando sentia algum tipo de pensamento negativo tomar conta de si, mudava a linha de raciocínio para os meninos. Eles faziam de tudo para que Donghyuck se sentisse confortável na casa de Jaemin. Haviam lhe mostrado todo o lugar, desde a pequena sala de cinema, até a bela piscina que havia nos fundos da casa. Mesmo que não saísse muito do quarto, Jeno sempre o convidava para nadar ou mexer no — enorme — closet de Jaemin, só para se divertir, mas o ômega sempre negava.

Ele fingia que não, mas via os beijos que Jeno roubava de Mark quando achavam que Hyuck não estava olhando. Aquilo o fazia pensar se eles estavam apenas dando um tempo para Donghyuck ou se eles haviam desistido do pedido quando viram o quão maluca era a vida do ômega.

Na quinta-feira Hyuck acordou por volta das 5 da manhã, sentindo sua cabeça pulsar de dor. Ele tentou não se mexer ou fazer qualquer barulho, mas parecia que até sua respiração aumentava sua dor. Se levantou silenciosamente, tentando não fazer nenhum movimento bruto para não acordar Mark, que dormia tranquilamente abraçado a Jeno.

Desceu as escadas e enquanto procurava por algum remédio para a dor de cabeça, se perguntou se não deveria ir para a casa de Renjun até que essa bad passasse para então lidar com os meninos de forma justa.

Não achava correto para os dois terem que lidar com sua fase ruim sem sequer terem tido uma fase boa. Por outro lado, havia sido escolha deles trazê-lo para casa de um amigo e ajudá-lo nesse momento difícil. Então não havia porque fugir agora, quase quatro dias depois.

Se deitou no sofá após tomar o remédio que estava em cima da mesa de centro, tentou não pensar em nada e apenas esperar que o medicamento fizesse efeito, porém sua mente começou a divagar pelos meninos e se pegou pensando em como queria, desesperadamente, beijá-los. Não de forma erótica, mas sim carinhosamente, como eles faziam entre si.

Sabia que aquilo poderia ser apenas uma resposta a sua "perda" em forma de carência, mas não conseguiu se desvencilhar do pensamento. Imaginava como o beijo de Mark deveria ser lento e carinhoso. Pensou em como seria se assistissem a um filme romântico e em determinada cena olhasse para Mark, sentindo que o que a personagem do filme procurava desesperadamente, ele tinha ali, bem ao seu lado.

Quando sentiu o sono chegar, a campainha da casa tocou, o assustando e fazendo com que sua cabeça voltasse a latejar. Se sentou no sofá, checando se nenhum dos alfas havia descido com o barulho ensurdecedor, com o segundo toque e nenhum sinal dos dois, decidiu por si mesmo levantar-se para atender a porta.

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