𝐜𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝟓!

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capítulo 5.
i didn't meant to.

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Acordo com o sol batendo na minha cara. Chuto que devem ser umas oito da manhã. Levanto e saio do quarto indo pro banheiro lavar meu rosto. Vou pra sala e encontro Rafe sentado no sofá, inclinado pra frente com os cutuvelos sobre os joelhos, olhando pro nada, mas parecendo estar pensando em tudo.
— Bom dia - digo e percebo o quão Rafe parece cansado. - Não dormiu ontem?

— Eu vou pedir dinheiro pro Topper - ele ignora a minha pergunta - vou pedir dinheiro emprestado pro Topper e vai ficar tudo bem. Não, já sei. Vou pegar o dinheiro dos geradores, Ayla, eu vou dar um jeito nisso eu prometo, eu consigo.

— Calma, Rafe, calma, eu sei que você vai conseguir. - ele me olha com uma mistura de surpresa e desconfiança.

Acabo reparando um porta retrato numa estante empoeirada. Era Sarah e Rafe crianças, juntos do Sr. Cameron e uma mulher, que chuto que era a mãe de Rafe. Enquanto Rafe e Sarah puxaram os olhos do pai, eu tinha certeza que puxaram o cabelo da mãe, os fios loiros dourados compridos daquela mulher me lembrava os de Rafe.

— Caso esteja se perguntando o que aconteceu, ela morreu. - Rafe diz grosso e se levanta indo pro quarto.

Eu sabia como era. Meu pai desapareceu a meses atrás. Já o deram como morto. John B acredita que ele ainda ta vivo, acho que seja um modo de tentar lidar com isso. Ele e o meu pai tiveram uma briga logo antes dele sumir, imagino o quão difícil foi pro John B. Eu já aceitei. Meu pai se foi, não vai aparecer algum dia na porta falando que só se perdeu no mar, contando todas as aventuras que viveu. Mas no fundo, se alguém me perguntasse o que preciso pra ser feliz, essa seria minha única resposta: meu pai aparecer vivo. E pensar que, quando o tinha, minha única preocupação era JJ, JJ e JJ.

Me levanto e bato na porta do quarto onde Rafe estava.

— Entra - vejo Rafe digitando algo muito rápido no telefone.

— Olha, sobre antes, eu não quis-

— Eu sei.

— Certo - digo mudando meu peso de uma perna pra outra.

— Ela morreu de câncer - Rafe falou com a voz falha - quando eu tinha treze anos. Essa é a casa pra onde ela se mudou depois de se divorciar do meu pai.

Não sei porque Rafe estava me dizendo isso. Talvez porque precisava dizer em voz alta, dizer pra alguém.

— Eu sei que não adianta de muita coisa, mas eu sinto muito pela sua mãe. De verdade.

Percebo que Rafe estava tentando não chorar, e me viro pra sair do quarto.

— Eu falei com o Topper, ele vai me emprestar o dinheiro. A gente já pode voltar. - Rafe se recompõe.

Eu não sabia. Não sabia que Rafe Cameron era capaz de sentir coisas além de desprezo por pogues. Eu não consigo imaginar o quão difícil foi pra ele perder a mãe tão novo. Quanto mais tempo eu passo junto com Rafe mais eu me surpreendo com quem ele realmente é, pelo menos comigo. E eu não conseguia evitar de sentir no mínimo empatia por esse Rafe.

𝐒𝐄𝐂𝐑𝐄𝐓𝐒, 𝗰𝗮𝗺𝗲𝗿𝗼𝗻.Onde histórias criam vida. Descubra agora