Coloquei uma torneira nova e liguei o registro geral. Com todo o cuidado do mundo abri a torneira e a água começou a cair. Fechei a torneira e olhei pela cozinha.
- O que fazer primeiro, almoço ou limpar.
Minha barriga roncou alto e tomei minha decisão, voltei para a pia e lavei tudo que ia usar, sequei as panelas e acendi o fogão.
- Pelo menos tem gás.
Enquanto a carne cozinhava, coloquei a panela de arroz para funcionar. Fui até a lavanderia e peguei um rodo, pano de chão, desinfetante, álcool em gel, cera de madeira, balde e vassoura.
Voltei para a cozinha e Alyce está sentada na mesa onde eu à tinha colocado, olhando fixamente para a panela que exala um cheiro maravilhoso.
- Quer esperimentar? - perguntei, colocando o que havia buscado em uma outra parte da mesa.
- Eu posso?
- Por que não poderia? Sinta-se a vontade para fazer o que quiser.
Retirei a tampa e logo senti o cheiro da carne tempeirada, me dando água na boca. Retirei um pedaço da carne, que estava quase pronta, e entreguei a Alyce.
- Cuidado, está muito quente.
Ela segurou o pedaço de carne com as pontas das unhas grandes. Fechei novamente a panela e comecei a limpeza pela cozinha.
- Posso ajudar em alguma coisa? - disse Alyce engolindo o resto da carne.
- Se você quiser.
Alyce desceu da mesa e pegou a vassoura, álcool em gel e um pano de chão, logo depois desaparceu da cozinha. Retirei todos os utensílios dos armários e reservei para que fossem limpos posteriormente. No meio da bagunça encontrei uma tábua de corte que auxiliaria na finalização da carne que estava sendo preparada.
Depois de pronta e cortada acrescentei molho madeira e servi em uma travessa, que foi direto para o forno, para enfim gatinar o cozido especial. Alyce passou pela cozinha e entrou na lavanderia, esquivei o meu corpo procurando ver aquela bela bunda em uma cueca minha, mas então ela se virou me pegando no flagra, com vergonha por ser pego desviei o meu olhar e recomecei a limpeza.
- Você não devia assediar uma garota.
Ela nem me deu tempo de responder, apenas saiu. Com a cozinha organizada e a refeição pronta sai a procura de Alyce pela cabana, começei pela sala mas não a encontrei, notei admirado que o cômodo estava limpo, as janelas não tinham mais uma camada grossa de poeira e os móveis reorganizados, de um modo que o lugar parecesse maior do que era.
- Gostou? - Alyce parece estar tímida.
- Por que está tímida? Ficou melhor do que a cozinha que limpei.
Não posso mentir, a cozinha parece estar uma nojeira perto deste cômodo, posso comer no chão desta sala sem medo de adoecer.
- Não estou acostumada a limpar, e também reorganizei os móveis, espero que não se importe.
Me aproximei de Alyce e a segurei pela cintura, mas mantendo uma distância segura.
- Você fez um ótimo trabalho, até melhor que eu. Vamos almoçar.
- Hum - Alyce pulou no meu colo e eu a segurei pela cintura.
- Nós dois poderíamos ter caido.
- Esses músculos são de asteroide?
- Claro que não, muito menos academia. Meu pai e o meu tio me colocam para trabalhar pesado.
- Então não iamos cair.
Carreguei Alyce até a cozinha e a coloquei sentada na mesa, fui pegar nossos pratos e a travessa com carne. Olhei para os olhos azul celeste que me encaravam de volta, Alyce mordeu os lábios e desceu da mesa.
- Vamos comer e sair, amanhã tenho que pintar o barco do meu tio.
- Posso ajudar?
- Você é livre, pode fazer o que quiser. Curta a sua liberdade.
Nos sentamos na mesa em um silêncio aconchegante e comemos a refeição. Enquanto organizava a cesta para o piquenique que iríamos fazer a tarde notei com um sorriso que Alyce lavava a louça do almoço.
Subi até o quarto e coloquei novamente no bolso o objeto que comprei para ela, desci e a vi observando atentamente as fotos na parede.
- Por que não tem foto de você aqui pequeno?
Acho que ela quis perguntar o motivo de não ter nenhuma foto daquela época. As fotos faziam Amélia e Arthur sofrerem muito, então eu as pedi para mim, agora estão todas no meu apartamento.
- Porque estão no meu apartamento.
- Quem é esse? - ela apontou para o Arthur, em um dos porta-retratos.
- O dono desta cabana, Arthur Gustavo Martinez.
- Ele não me é estranho, acho que o vi ontem no mercado com essa... Hum - ela começou a olhar as fotos e apontou para a tia Amélia - Mulher, aqui.
- Ela é a esposa dele.
- Está fazendo novamente.
- O que estou fazendo? - perguntei por não saber do que ela estava falando.
- Contando só a metade, escondendo algo de mim.
- Vamos para o lago, a noite esfria e podemos ficar doentes se voltarmos molhados.
- Claro, mas não é longe não, né?
- Vamos de quadriciclo.
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Sempre Estarei Aqui Para Você
RomantikAlyce cresceu em uma mansão, sendo mimada pelo seu pai. Quando voltou da sua graduação em Harvard, ela conseguiu escapar dos seus seguranças para ir a uma festa, a procura de um pouco de diversão na sua vida caótica. Sem acreditar mais no amor, aaro...