Capítulo 9

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Parei o quadriciclo perto de uma árvore que serve como sombra onde o meu pai e o Arthur ficam sentados pescando por horas.

- Agora pode me soltar - Alyce soltou a minha blusa e desceu.

- Você corre muito nessa coisa.

- Não e para tanto, nem corri tanto - desci do quadriciclo e arrumei o cabelo de Alyce - Você é a garota mais linda desde que me entendo por gente.

- Você é tão sexy quando está sendo fofo.

- Poxa! Alyce, estou tentando ser um homem romântico e você fala isso.

- Seu corpo fala ao contrário - Alyce tirou a blusa que está vestindo - Seu corpo está reagindo a mim.

Ela está certa, meu corpo anseia pelo dela, mas não posso fazer isso. Tem muita coisa em jogo, o meu amor por Alyce é a coisa mais importante para mim.

- Vou ficar com as bolas roxas, mas vou fazer de tudo para que se lembre do nosso passado.

- Vou ficar feliz em aliviar as suas bolas.

Alyce pulou no lago afundando nas águas cristalinas. Estendi a toalha no gramado, espalhando as comidas e bebidas pelo tecido xadrez. Retirei a minha blusa e a joguei em cima da que Alyce estava usando.

- Você deveria tirar isso do seu bolso antes de entrar na água.

Ela afundou indo para longe da borda. Tirei o pirulito de dentro da minha bermuda o colocando escondido no meio das frutas. Com um pulo adentrei na água, meu corpo se arrepiou com a temperatura gelada.

A transparência d'água me ajudou a encontrar Alyce que está na superfície. Puxei os seus pés fazendo-a afundar. Logo a liberei para que subisse à superfície para respirar.

- Você é maluco? Quase me afoguei.

- Maluco para explorar cada canto do seu corpo e te levar aos orgasmos mais intensos - ela morde o lábio inferior - Sim Alyce, você não vai se aguenta sobre as pernas, mas não é isso que importa no momento.

- Podemos comer, estou com fome.

- Claro, mas sua fome não vai passar - me aproximei da sua orelha - ela só irá passar de dois jeitos, se tocando ou eu a penetrando.

- Não, estou com fome mesmo. Não almocei direito.

- Se você diz. Vamos comer.

Saímos do lago e fomos até onde montei o piquenique. Sentamos sobre o pano e Alyce pegou um morango e mordeu um pedaço.

- Eu queria te dar uma coisa - peguei o anel de pirulito e a entreguei.

- Você está me dando um anel de pirulito. Uau, isso é muito fofo para uma criança - ela colocou a mão na cabeça e fechou os olhos com força - Ah!

- Está tudo bem Alyce?

- São pequenos flashes de algumas lembranças.

- Quais lembranças?

- Não sei direito, estão embaralhadas, é como se eu gritasse por ajuda - Alyce abraçou os joelhos - Não sei se quero lembrar desse dia.

- Fique calma. Essa é a lembrança do dia em que fomos separados.

- Estou com medo Aaron.

- Desde quando o Alberto te bate? - ela olhou para baixo ainda abraçando os joelhos.

- Que eu me lembro, ele me bateu três vezes. A primeira foi quando eu era criança e fugi de casa - ela levantou a cabeça - julgo que tinha dez anos. Os seguranças do meu pai me acharam e me levaram para casa e o Alberto pegou uma das suas varas e me bateu até não conseguir me segurar e urinar em toda a roupa.

- Alyce me desculpa por querer que você lembre desse dia aterrorizante.

- Não foi o pior. Quando fiquei com notas baixas em algumas matérias, ele me colocou ajoelhada em seu escritório e me chicoteava com as tiras de couro branco. Nada se compara ao couro batendo na minha pele. Nunca senti tanta vontade de chorar e de nunca ter nascido naquela família.

- Você não nasceu naquela família.

- Ah! Ah! Isso é doloroso - Alyce colocou a cabeça entre as pernas e apertou com força - Por que isso doei tanto? Ah!

- Calma Alyce.

- Ah! Me solta, quero os meus pais. Aaron me ajuda, socorro - ela jogou a cabeça para trás gritando - Isso doei muito.

- Aguenta, vai passar.

A deitei no meu colo e Alyce treme sem parar. Eu preciso fazer alguma coisa, mas não sei o que. Ela senta no meu colo e me abraça chorando muito.

- Aaron, eu me lembro de tudo. Não é nem um pouco legal. Eu preciso de você.

- Calma, eu sempre estarei aqui para você.

Abracei Alyce com força à trazendo para mais perto de mim. Suas lágrimas escorrem pelo meu peitoral, descendo pelo abdômen molhando a minha bermuda.

- Foi horrível, eu não sabia o que estava acontecendo. Eu só queria que você estivesse comigo.

- Agora estou e não vou deixar ninguém te machucar.

- Quero você Aaron, por inteiro. Me dê isso, por favor.

- Eu te darei, mas não aqui é não agora. Você acabou de se lembrar e está vulnerável, não seria uma ótima experiência.

Ela se manteve junto ao meu corpo por mais alguns minutos antes de se distanciar. Seus olhos estão claros como as águas do mar no verão.

- Eu sempre estarei aqui para você.

- Aaron, quer namorar comigo.

- Oi? - meu rosto se esquentou.

- Eu sempre soube que você gostava de mim, mas não queria estragar a nossa amizade. E agora ficando com você esses poucos dias e percebi que o que nos proibia era mais que uma amizade.

Ela encostou os seus lábios macios aos meus em um beijo quente e intenso. Minha língua entrou em sua boca e Alyce a sugou com força me arrancando um gemido.

Suas mãos enfiaram no meio dos fios do meu cabelo intensificando cada vez mais o beijo. Mordi o lábio inferior de Alyce e puxei encarando o momento.

- Eu te amo, Alyce - enfim consegui falar a palavra que guardo para mim há dezoito anos - Você é única, não há ninguém que possa substituir o seu lugar.

- Eu também te amo, Aaron.

Com um beijo rápido ela se afastou de mim e começou a chupar o pirulito em seu dedo. A cena tanto erótica não passou despercebida pelo meu corpo.

Enchi duas taças de vinho e fizemos um brinde ao nosso amor e uma nova vida. Mesmo sabendo que uma hora teríamos que encarar Alfredo Calvin, mas isso é para outro momento. Eu só quero estar na cabana me perdendo em Alyce.

Sempre Estarei Aqui Para VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora