Capítulo 19

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Quatro semanas se passaram e minha vida estava uma porcaria. As noites são frias sem Alyce para me esquentar, Kairos esta ficando na casa dos meus pais, porque ele não está comendo e só fica quieto no canto quando está aqui em casa.

Alyce e Kairos são a minha vida e sem eles ao meu lado me sinto tão sozinho. Pelo menos tenho o meu emprego para me fazer esquecer de tudo que estou vivendo.

- Aaron! Esta me escultando - meu chefe me repreender em frete a todos os executivos.

- Desculpa. Pode repetir.

- Como estamos no mercado financeiro?

- Estamos só abaixo da Calvin Empresas - esse desgraçado me precegue até no meu trabalho.

- O que podemos fazer para conseguimos passar na frente e ficar no topo?

- Parar de desviar dinheiro e aplicar em melhoramentos da empresa - já estava cansado desses reunião, não estou com cabeça para suportar o meu chefe - Talvez assim os números subam nas pesquisas?

- AARRON! - olhei com cara de deboche para ele e me levantei da cadeira, olhando para os executivos.

- O dinheiro de vocês nunca vão render nessa empresa, pergunte ao financeiro - recolhi os meus matérias e fui em direção a porta - Aliás eu me demito.

No fim do dia eu iria me arrepender dessa decisão, mas no momento foi a melhor coisa que fiz a anos. Entrei no meu carro e acelerei para fora do prédio.

Deixei o carro no estacionamento do prédio onde eu moro e fui caminhando até o hotel Plaza. Entrei no elevador e subi para o terraço, não sei de quem foi a ideia de colocar um bar no terraço, a chance de alguém bêbado cair de lá de cima são grandes.

As portas se abriram relevando o terraço bem iluminado e enfeitado para que os ricos gastem uma fortuna em bebidas e petiscos. Me sentei em uma banqueta giratória e apoei meus cotovelos no balcão do bar,o barman veio em minha direção, limpando uma taça de gim.

- O que deseja Senhor?

- Uma dose de uísque doze anos e não deixa o copo esvaziar.

- Sim, senhor.

Ele pegou um copo de cristal, depositando na minha frente. O homem me serviu o uísque e deixou a garrafa no balcão atrás dele. Peguei o copo e virei o líquido na minha boca, que desceu queimando pela a minha garganta.

- Senhor? - o barman serviu mais uma dose.

- Obrigado.

Peguei o meu celular no bolso e está cheio de mensagens não respondidas, mas nenhuma era da minha doce e amada Alyce. Virei a bebida para dentro e logo a bargirl colocou mais uísque.

Agradeci com um aceno de cabeça. Olhei o meu celular novamente e minha mãe me enviou trinta mensagens, mas não estou afim de falar com ninguém.

- O senhor vai querer que continue colocando?

- Sim, por favor.

- Olhem e Afredo morreu - uma pessoa grita no meio da multidão de ricos bêbados.

Olho para a TV em um cato do terraço e está passando um reportagem, o rosto do desgraçado do Alfredo está estampado em toda parte.

- O empresário multibilionário deu entrada no hospital na manhã de ontem, com ematoma no cérebro que resultou em uma morte celebral. Sua filha Alyce Calvin essa tarde decidiu desligar os aparelhos e fazer a doação dos órgãos do empresário. Alyce agora se torna a jovem mais rica do Brasil ao seus vinte e três anos.

- Isso mesmo Rebeca, Alyce agora é dona de toda a fortuna Calvin. Vamos passar  a palavra para Roger, que está nesse momento com o médico responsável .

- Isso mesmo Gustavo, estou aqui com Mike Ree, médico da família Calvin. Então Mike o que poderia ter causado o ematoma celebral?

- É uma causa sobrenatural, porque no check-up da semana passada ele estava com os exames prefeitos, sem nenhum índice de hematoma no cérebro. E de acordo com o funcionário que o achou, ele estava sentado na poltrona dentro do próprio escritório.

- Garanto que vendeu a alma para o diabo - um homem gritou do canto direito do terraço.

Eu não acredito que ele vendeu a alma mesmo, pensei que ele está blefando para me atingir. Mas outra coisa me deixa intrigado, como um escritor chefe de uma impressa consegue estar em tantos lugares ao mesmo tempo. Virei o uísque garganta a baixo, voltei a prestar atenção na reportagem.

- E a filha dele, onde está?

- Garanto que ela foi ao encontro do grande amor da vida dela.

Eu sabia que essa resposta foi para mim, deixei sete notas de cem reais em cima do balcão. Guardei o meu celular no bolso e sai cambaleando pelo terraço. Chamei o elevador e me encosto na parede, a bargirl me trouxe uma garrafa d'água.

- Senhor, uma água para você. Em agradecimento pela gorjeta alta.

- Sem problema, obrigado.

O elevador apitou e eu entrei, me despedi da mulher com um aceno de cabeça e as portas se fecharam. Virei metade do líquido dentro da minha boca, deixando acalmar a minha garganta. A porta se abriu e eu saí da caixa metálica bebendo o resto da água.

Os carros passam em alta velocidade pela BR, fazendo um barulho alto. Parei em uma loja de conveniência e comprei mais duas garrafinhas de água, para garantir que eu chegue vivo em casa.

Antes de chegar na esquina eu já tinha acabado de beber a água das duas garrafinha. O álcool e a ansiedade juntos não são uma boa combinação.

O meu prédio fica à um quilômetros de distância do hotel, mas parece que agora fica a cem quilômetros. O vento forte baguncou o meu cabelo, deixando as mexas loiras se destacando com o brilho forte que os faróis dos carros iluminam.

- Oi Aaron. Como está? E cadê a sua namoradinha? Já se cansou dela também?

- Kaio, eu não estou com tempo para falar com você.

- Eu também não, ainda mais agora sendo administrador chefe da MylleExpress.

Parei de andar imediatamente, me viro e encaro os olhos verdes esmeralda de Kaio. Esse idiota vai ficar no meu lugar, o Rodrigo enlouqueceu. Pensando melhor, vai ser melhor aquela empresa se afundar em dívidas.

- Que bom para você Kaio. Bom trabalho amanhã.

- Você não está com raiva?

- Por que eu estaria? Foi eu que pedi demissão.

- Eu soube sobre o pai da garota que você comeu e jogou fora. Tinha que ter o mesmo nome da defunta.

Cerrei os meus pulos e minha mandíbula ficou tensa. Apenas me girei sobre o calcanhar e segui o meu caminho, pensando se Alyce vai estar me esperando no meu apartamento ou se foi apenas uma coincidência o médico falar aquilo.

Abri o portão do prédio com o código de segurança, entrei para dentro do edifício e por um milagre o lobby está estranhamente silencioso.

A música do elevador aumentava a minha ansiedade em um nível extremamente alto. Uma gota de suor pinga no chão do elevador. Limpei o suor da testa com a manga da minha blusa social.

As portas se abriram me dando acesso ao meu hall de entrada. Coloquei a chave na fechadura a girando, me dando liberdade para entrar no meu apartamento.

Sempre Estarei Aqui Para VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora