Malignos - O infiltrado ||ji•kook||

Lugares secretos

Moonbyul's POV

Eu ainda era somente uma criança quando tive meu primeiro contato com um ser sobrenatural, e testemunhei o que um desses seres podem causar, e aquelas memórias nunca irão embora, por mais que eu queira apagar todas as vezes, mas elas sempre estão lá, me lembrando sempre o que aquela criatura tirou de mim.

Ainda pequena, vi meu pai sendo encantando pela beleza etérea de uma kitsune, ele era um homem que ficou viúvo muito cedo, minha mãe havia ido embora após o meu nascimento, e não tenho lembrança alguma de seu rosto, mas nunca esquecerei das feições da criatura que levou embora meu único porto seguro.

No começo, a kitsune se mostrou gentil e bondosa, brincava comigo e declarava amor ao meu pai, eles pareciam o casal perfeito, e ele confiava nela até o último fio de cabelo, porém, quando meu pai descobriu que ela estava desviando dinheiro da conta de nossa família para a dela, tudo ruiu, meu pai ficou arrasado, colocou um ponto final no romance no mesmo instante, jurando processá-la pelo roubo.

Porém ele nem conseguiu chegar a fazer isso, a bela mulher revelou o espírito traiçoeiro que ela era de verdade, ateou fogo em nossa casa enquanto gritava de forma delirante, palavras que não faziam sentido aos meus ouvidos, mas mostrava o quão insana ela estava. Foi o dia em que mais senti medo em toda a minha vida, mal sabia o que estava acontecendo ou o que aquela mulher era, mas entendia que existiam coisas em nosso mundo que fugiam da minha compreensão.

No final, os vizinhos chamaram os caçadores, eles conseguiram conter todo o desatino da kitsune, e eu fui retirada sem ferimentos daquela residência em chamas, mas meu pai não, ele havia inalado muita fumaça enquanto procurava por saídas na casa, já que todas as portas estavam barradas pelo fogo, ele me colou no único lugar seguro da casa enquanto lutava para nos salvar, mas não conseguiu salvar a si mesmo.

Os caçadores me acolheram e me ajudaram muito nesse período, pagaram todas as despesas médicas e funerárias, também fui acompanhada por um psicólogo por alguns meses, tudo fornecido pelos caçadores. Alguns membros do grupo ainda me visitavam às vezes, querendo saber como as coisas iam e como eu estava me recuperando daquele trauma, mesmo depois de eu ir morar com meus tios, que se tornaram meus pais adotivos.

Nunca me esqueci da bondade daqueles senhores, me senti inspirada por sua bravura também, e um dia, ainda tão jovem, eu jurei me tornar um deles, porque eu queria proteger as pessoas assim como eles faziam, ajudar crianças como eu e adultos como o meu pai, eu queria fazer a diferença, e por isso me juntei aos caçadores.

Mas o quão decepcionante é descobrir que seus heróis na verdade não são tão íntegros quanto você imaginava?

Eu estava profundamente confusa com o rumo que a missão de Jimin estava tomando, fui informada que Hajun e os demais chefes do grupo estavam organizando uma missão de invasão e tomada, daquele lugar onde até aquele momento se localizava uma barreira mágica, mas isso não fazia sentido, eu tinha lido os relatórios de Jimin, ele não relatou o cometimento de nenhum crime ou suspeitas fortes do planejamento para a violação de regras.

Tecnicamente falando, eu não estava autorizada a ler os relatórios, porque eu não fazia parte dos "líderes de pelotão", nome dado aos capitães de cada turma de caçadores, pois dentro do grupo inteiro há várias equipes, algumas destinadas a tarefas diferentes, outras com habilidades específicas, e muitos divididos pelo tempo de experiência.

Eu apenas era membro do grupo de arquearia júnior, e planejamento tático às vezes, junto de Jisoo, mas isso não me dava poder algum, tudo era mandado diretamente ao nosso comandante, ele que ia às reuniões com nosso chefe superior, o Hajun, e repassava os planejamentos e missões para a gente, porém, quando ele contou sobre a chegada dos relatórios de Jimin, eu pedi para dar uma olhadinha, e o capitão deixou, mesmo sabendo que Hajun não iria gostar de saber disso, mas isso ficava sendo nosso segredo.