Capítulo 01 - Sombras da noite

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Noite de lua nova em Seul, em um parque vazio e solitário em Dongjak, já passava das onze.

Bem, não se podia dizer ao certo que o tal estava vazio por completo, já que quatro indivíduos se locomoviam sorrateiramente e um pouco separados, juntos de uma outra presença vital misteriosa e não-humana, a qual os mesmos perseguiam.

Os quatro jovens moços encalçavam com cautela aquele ser com aparência de uma raposa, porém com nove caudas, estando mais próximo dela, o mais baixo deles. O rapaz a seguiu por dentro dos pinheiros até que a mesma descesse uma leve inclinação e pulasse no calçamento do parque, então vendo isso, disse baixo para o walkie talkie que usava em sua orelha direita:

– Ela desceu para o calçamento hyung.

Eu vi, vamos cercar ela – disse a voz do outro lado.

Em menos de trinta segundos os outros três apareceram no calçamento, vindos de direções diferentes trazendo consigo bestas de caça e cercaram-na, visto isso, o até então "animal" equilibrou-se nas patas traseiras e sua aparência começou a tomar um apecto diferente, como se ela estivesse se transformando.

Porém, antes que essa transformação evoluisse, de uma das bestas houve um disparo e a flecha acertou a raposa de nove caudas nas costas, depois de um ganido, o processo de transformação foi impedido e regredido ao zero, e a criatura caiu deitada de lado, sentindo sua vitalidade esvaindo-se de seu corpo aos poucos.

O segundo mais alto do quarteto abaixou sua besta e dirigiu-se rumo ao corpo da raposa, e o mais baixo, que até então havia permanecido entre os pinheiros, desceu a inclinação e adentrou o calçamento, observando a energia de cor dourada presente ao redor da criatura, que ele e somente ele conseguia ver, desbotando-se e desaparecendo, indicando que já estava sem vida.

– Ela já está morta, Jimin? – perguntou o segundo mais alto a ele.

– Sim – respondeu.

O primeiro então se abaixou, passou o braço esquerdo debaixo do corpo do bicho e o ergueu com o mesmo, jogando-o no ombro logo em seguida.

– Essa é a terceira kumiho que abatemos só este ano – comentou. – Lembra que nunca achamos nenhuma dentro de Seul até o ano passado?

– Devem estar querendo achar mais presas fáceis na cidade – o primeiro mais alto comentou.

– Namjoon – o segundo mais alto se virou para ele. –, o seu walkie talkie não tá funcionando?

– Ele está, eu só deixo ele desligado, eu consigo ver como vocês estão se movimentando e só com isso sei pra onde ir.

– Tá, mas já que você está usando, o que custa deixar ligado? – questionou Jimin, o mais baixo.

– Hmm – Namjoon olhou para ele. – É que me enjoa ouvir o Seokjin hyung me dando ordens.

Após responder isso ele se virou e começou a andar pelo calçamento, deixando Jimin e o segundo mais baixo com expressões de pessoas que estão tentando segurar uma boa risada, e Seokjin, o segundo mais alto, com uma expressão indignada.

Logo eles começaram a acompanhar Namjoon, andaram bastante até chegar na calçada que dividia o parque da estrada, onde estava estacionado um furgão marrom com uma logo de design e letras minimalistas na cor verde tendo por dizeres: "The Kim's Floricultura" dentro de um círculo de pétalas.

– Hobi, pega a chave e abre por mim, por favor – solicitou Seokjin ao segundo mais baixo do grupo, visto que não podia executar aquela ação por segurar uma besta e a kumiho.

O outro assentiu e obedeceu, logo abrindo a porta lateral do veículo. Por mais meiga que fosse a aparência do furgão, seu interior possuía uma estética um pouco antagônica, tudo era escuro, haviam mais armas, como revólveres, adagas e balas de prata, também haviam três cadeiras espalhadas e uma Hyosung GD 250 N Exiv cor preta encostada nas portas traseiras.

BESTIUM • kth + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora