BESTIUM • kth + pjm

Capítulo 21 - A maldição

A Hyosung de Jimin cortava os ares das ruas da cidade como uma tesoura corta um tecido. Seus olhos eram tão ferozes quanto os de Taehyung quando deixava seu lado bestial se aflorar. Em sua mente, diversos pensamentos e soluções se passavam, ainda não havia decidido o que fazer, mas alguma coisa ele ia.

Ele se viu na rua onde ficava a casa dos caçadores mais rápido do que nunca havia levado para chegar lá. Quando chegou na frente da casa, estacionou a moto, desligou, tirou o capacete e desceu. Ele encarou a casa, notando uma luz ligada na parte de baixo, onde ficava a sala, e outra em cima, em um quarto, sentiu uma eletricidade correr pelo seu corpo, brotando de seu peito, como se a magia dentro dele percebesse que ele estava prestes a fazer algo grande e já estivesse saindo para fora.

Ele caminhou na direção da entrada da casa, e a energia ao seu redor era tão forte que a porta da residência se escancarou quando ele chegou perto, sem que ele precisasse encostar um dedo nela. Ao adentrar a sala, não havia ninguém, Jimin permaneceu andando em linha reta, com os móveis se afastando e abrindo caminho para ele passar, a lâmpada piscava como as luzes de uma árvore de Natal na sua presença.

– O que está acontecendo aí?! – gritou a voz de Seokjin do quarto, pois ele estava ouvindo os móveis se arrastarem.

Jimin parou no meio da sala quando ouviu passos, da cozinha, surgiu Hoseok, e do quarto, Seokjin. Eles o olharam com espanto, e Jimin direcionou o olhar ao mais velho, lançando-lhe uma expressão ameaçadora antes de ir em sua direção.

– Jimin? – o caçador falou. – Jimin! O que é isso? Como está fazendo isso?

– Olá, hyung – o mais novo ignorou a pergunta dele. – O que você acha de acertarmos as contas?

Daquela vez, Seokjin demonstrou medo, ele engoliu seco e olhou para Hoseok como se pedisse ajuda. O platinado, por sua vez, querendo evitar que alguma coisa ruim acontecesse entre eles novamente, se apressou em ir na direção do tatuado, dizendo:

– Jiminie, por fav-

Ele não conseguiu completar a fala, pois Jimin estendeu uma mão em sua direção, sem olhar para ele, e automaticamente Hoseok sentiu sua glote se fechar, impedindo a passagem do ar em sua laringe. Ele pôs as mãos na garganta espantado, e o Park falou, ainda sem virar o rosto para ele:

– Fique onde está, hyung. Isso aqui é entre eu e ele. Você não tem nada a ver com isso. Não se intrometa.

Logo a garganta do platinado voltou ao normal e ele resolveu recuar para um canto da sala, mas não saiu da casa.

Seokjin andou para trás até que suas costas se encostassem na parede e ele não tivesse mais para onde ir. E Jimin fez uma falsa expressão de curiosidade misturada com um sorriso de lábios unidos.

– Está com medo, hyung? Engraçado, ontem à noite você não teve.

– Jimin – Seokjin começou a falar. – Por favor, pare com isso, lembre-se que eu sou seu hyung! Lembre-se que eu cuidei de você por todos esses anos, como um irmão de verdade!

– E mesmo assim não pensou duas vezes em tentar me matar, e depois tentar matar o homem que eu amo só para me atingir e me fazer sofrer. Acha que irmãos que amam os outros fazem isso, hyung querido?

– Jimin, eu sou caçador! Meu dever é caçar e abater bestas para proteger a sociedade!

– Hmm, interessante... – Jimin deu dois passos à frente, Seokjin se encolheu na parede. – Não acha que essa vida de caçador é cansativa? Acho que já é hora de se aposentar...

Nesse momento, as janelas do cômodo se abriram com um vento forte que vinha de fora, a lâmpada começou a piscar freneticamente e o chão parecia tremer sob os pés dos três, mas somente eles sentiam aquilo. No canto onde estava, Hoseok se abaixou, abraçou os joelhos e abaixou a cabeça, apavorado, Seokjin não estava se sentindo diferente, porém estava de pé e com as mãos pressionadas contra a parede.