Capítulo 4

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Eu realmente estava muito surpresa com as palavras do Heitor e mais surpresa ainda com a proposta de morar com ele. O Heitor é o príncipe encantado que toda mulher sonha encontrar, eu gostava de sua companhia,eu estava gostando dele de verdade.

Naquele mesmo dia almoçamos fora, fomos ao cinema, mas o Heitor parecia não conseguir relaxar.

Tá tudo bem? Pergunto assim que chegamos em sua casa.

-Sim,só um pouco cansado.

Tem certeza que é só isso?

-Eu preciso te mostrar uma coisa. Diz tenso

O que?

- Vem cá. Me leva até seu escritório e abre o notebook no vídeo sobre o caso que iria defender.

Eu já vi esse vídeo Heitor.

-Não todo. Ele diz dando play.

Fiquei observando o vídeo, revendo as mesmas cenas até que a pessoa que acabara de enfiar uma faca no pescoço da menina vira de frente para câmera e então eu pude vê-lo, nesse instante o mundo parou. O horror estava estampado em meu rosto.

-Por isso que não quero que você defenda esse caso Clarice.

Ele, ele é o culpado por todas essas atrocidades Heitor?

-Sim, ele assumiu o lugar do pai á um tempo.

O pai das minhas filhas é um monstro, um ser humano capaz de tantos absurdos viveu comigo durante quatro anos, ele poderia ter me vendido facilmente.

-Quando eu o vi na sua casa aquele dia minha vontade foi de mata-lo ali mesmo, mas não podia.

Agora faz sentido, a pessoa que solicitou meus serviços sabia que ele era meu namorado.

-E quando eu descobri fui até ele, que me disse que a única coisa que ele queria era livrar você e tantas outras das garras dele.

Agora está explicado as viagens repentinas, as ligações sigilosas, os e-mail que ele sempre lia e apagava.

-Você vai se desligar do caso?

Heitor, se eu posso coloca-lo na cadeia eu vou colocar, ele não vai fazer mal a mais ninguém.

-Clarice, por favor, você sabe que ele é extremamente perigoso, sabe que na primeira audiência ele vai esquecer tudo que vocês já viveram e não vai ter pena.

Eu estou apavorada, meu coração tá batendo tão rápido que acho que vai saltar do peito, mas Heitor, eu não posso deixar ele continuar com suas maldades. Pode intima-lo.

-Eu vou, mas você vai ter aulas de tiro comigo durante essa semana e vai carregar uma arma minha por segurança no carro.

Mas eu não tenho porte.

-Eu resolvo isso, mas desprotegida você não pode ficar. Era visível a preocupação em seu rosto e o medo do desconhecido estava me consumindo.

DIAS DEPOIS

Sete dias tendo aula de tiro com o Heitor e com a Clara, confesso que fiquei admirada com minha destreza para tal coisa. Eles me ligavam ou mandavam mensagem a cada hora, por fim Heitor me deu um par de brincos com um dispositivo gps dentro caso Henrique tentasse alguma coisa.

Hoje pela manhã um oficial de justiça intimou Henrique e amanhã iria interroga-lo na delegacia onde Heitor trabalha, estava uma pilha de nervos, confesso que estava cogitando desistir, estava me arriscando e arriscando minhas meninas.

O Acaso de ClariceOnde histórias criam vida. Descubra agora