Capitulo 25

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Nunca ganhei tantos carinhos e beijos na cabeça, como hoje.

   Quando nos deitamos para dormir, Jungkook me abraçou como sempre fazia, só que ao invés de enfiar os dedos em meus cabelos, ele ficou acariciando minha cabeça careca. Algumas vezes, durante a madrugada, eu acordei com ele me dando beijinhos na cabeça.

   ―Kook, você tem que dormir. ―Resmunguei, sonolento.

   ―Sabe quando você está com o bebê do Namjoon nos braços e o encaixa no ombro? Sabe aquela sensação? É a que estou sentindo. Eu te amo tanto, meu Pequeno. E sua cabeça fofinha e macia fica me chamando a noite toda. Não consigo tirar minhas mãos dela. ― Enquanto falava, distribuía beijinhos pelo meu rosto todo. Ri do que ele disse. Me comparando com um bebê!

   ―Vamos amor, você tem que dormir. Vem aqui. ― O puxei para baixo e acomodei sua cabeça em meu peito. Comecei a fazer cafuné em seus cabelos e ele me abraçou pela cintura. Em minutos ele estava ressonando baixinho e eu caí no sono novamente. Pela manhã, coloquei a camisola que o Tae me deu na mala e mais algumas outras mais fresquinhas, algumas cuecas e um chinelinho confortável.

   E era isso.

   Havia chegado a hora de me internar para o transplante. Seriam uns dias de quimio para “parar” meu sistema imunológico e então, após a retirada e preparação da medula, eu a receberia.

   Que Deus me ajude, que a medula pegue e que dê tudo certo com o Tae também, pois nesse caso, quem vai para a sala de cirurgia é ele. O transplante em si, ocorre através de uma bolsa de sangue, como se fosse uma transfusão de sangue.

   Suspirei e fechei a mala, passando a mão em minha cabeça.

   Kook chegou por trás de mim e me deu um beijo na careca. Ah! Ele está adorando a minha carequinha!

   ―Acho que vou aderir a esse novo corte, Kook. Estou ganhando tantos beijos! ― Me virei e o abracei, sorrindo.

   ―Amo você de qualquer jeito. Pegou tudo? Vamos?

   ―Uhum. Vamos lá. Chegou a
hora. Você vem dar uma olhada aqui, nesses dias que eu vou ter que ficar no hospital?

   A preocupação com minha casa sozinha era o de menos, eu queria que ele tivesse algo para fazer fora do hospital, pois pelo o que eu conhecia dele, ia ficar comigo dia e noite, o que não faria bem para ele.

   ―Prometo que venho, Pequeno. ― Me deu um tapinha na bunda e pegou minha mala de mão. ―Vamos.

   Coloquei o boné em minha cabeça e fomos. Em menos de vinte minutos depois, estávamos dando entrada no hospital. Respirei fundo novamente. Seriam vinte dias, no mínimo, internado nesse lugar.

   ―Não fique nervoso. Vou estar com você sempre. As visitas serão liberadas, apenas para a família, portanto você não vai ficar sozinho. ― Jungkook acariciou minhas costas e recostei minha cabeça em seu peito.

   ―Parece que a coisa é mais... real agora.

   ―É assim mesmo, Pequeno. Mas dará tudo certo. Vou ficar em cima o tempo todo, de olho nos resultados. Assim que houver a pega da medula, eu te tiro daqui.

   ―Certo, meu Dr. Tentação. ― Elevei a cabeça, oferecendo meus lábios para um beijo. Ah! Eu sentiria saudade daquela boca. Os beijos não seriam liberados tão cedo.

   Nesse momento a enfermeira chegou até nós.

   ―Bom dia, Dr. Jeon. Olá Jimin, sou a Sook, a enfermeira do setor. Vamos? Vou te levar até seu quarto e logo mais começamos os procedimentos.

   Seguimos a enfermeira até meu quarto.

   ―Deite-se, Jimin. Vou conferir seus sinais e buscar o medicamento.

   Sook era uma pessoa sorridente, cabelos lisos e uma franja, com uma expressão tão cálida que me acalmou na hora.

   Obedeci e deixei que ela medisse minha temperatura e aferisse minha pressão sanguínea. Kook só olhava de longe, mantendo sua postura de médico, com os braços cruzados sobre o peito e uma carranca séria, enquanto prestava atenção em como a enfermeira realizava os procedimentos. A cada momento ele procurava por alguma coisa, próximo ao
pescoço e apostaria minha mão direita que ele estava louco para ele mesmo auscultar meu pulmão e coração.

   Sook anotou os resultados na ficha em sua prancheta e se despediu, dizendo que voltava em breve.

   ―Não se preocupe, Pequeno. Sook é a melhor aqui e pedi pessoalmente que ela cuidasse de você e, quando ela não pudesse, que mandasse alguém experiente.

   Ele se aproximou e como se estivesse se segurando a algum tempo, me abraçou, tomando minha boca com urgência. O
beijo foi louco e selvagem. Meu Deus, se não houvesse o risco da enfermeira entrar por aquela porta, eu o montaria aqui e agora, sem querer saber onde estava.

   ―Só em saber que não vou poder te beijar, te amar durante todos esses dias, me deixa querendo ainda mais. ― Ele confessou baixinho, próximo a minha boca e me beijou novamente.

   ―Amor, vai passar rápido. Você vai ver. ― O acalmei. Bem, pelo menos tentei, pois, minha voz saiu rouca de desejo.

   ―Promete que, assim que você
estiver bem, vamos atrás dos seus óvulos e vamos tentar ter nosso bebê? ― Ele pediu sorrindo, seus olhos castanhos, bem clarinhos, o sorriso chegando até eles.

   ―Kook! Vamos pensar nisso quando chegar a hora. ― Ri dele e daquela carinha linda.

   ―Eu não te disse, mas até que Hoseok e Tae retornem, eu estou de folga. Deus sabe que, o que eu mais tenho nesse hospital, são horas sobrando! Vou ficar com você o tempo todo.

   Sorri abertamente. Bem que eu desconfiei, até porque ele se identificou como acompanhante e não médico, na recepção. Nisso, Sook voltou, com o saquinho da quimio e os apetrechos todos. Jungkook deu a volta na cama e, como quando ela conferia meus sinais, ele ficou de olho em como ela colocava o acesso e tudo mais. Ficaria vinte e quatro horas com a quimio, fraquinha, mas constante.

   Assim que estava tudo em seu lugar, ela se despediu novamente e Jungkook se deitou ao meu lado. Acomodei-me em seu peito e ele me beijou a cabeça.

   Com ele ao meu lado, eu enfrentaria o que quer que fosse.

INCONDICIONAL  ( Jikook ) Onde histórias criam vida. Descubra agora