16 | R e d

1.3K 171 19
                                        


- Vem! - ele se virou, movimentando as mãos para que eu o acompanhasse.

Suspirei.

Tinha medo que ele fizesse algo, mas também não tinha exatamente para onde ir.

Decidi seguí-lo, somente pela rosa que ele me mostrou em seu braço.

Nós caminhamos por um tempo, até quando ele parou, no meio do nada.

- O que aconteceu? - perguntei, a uma distância segura dele.

- É o limite desse mundo.

- O que? - ele estendeu a mão e a espalmou sobre o ar. Uma onda azulada reverberou diante do seu toque. Um escudo invisível. - É aqui onde eu e você somos pegos.

- É uma barreira? - aproximei-me dele, tocando a mesma, e sentindo a barreira como na casa de Vanessa.

Era dura e espessa ao toque.

- Sim. Somente os vermelhos não conseguem passar. - olhou para a reverberação azulada com raiva nos olhos cor de mel.

- Era o que tinha na casa da Vanessa. - conclui em voz alta. - Eles conseguem produzir esse tipo de coisa?

- É parte do poderzinho idiota deles. - deu de ombros.

- Eu não diria isso dessa forma. Eles nos mataram afinal, hum? Não é só um poderzinho idiota.

- Mas nós não vamos deixar isso como está. Não é, princesa? - havia uma súplica na última frase.

- Pare de me chamar assim.

- Porque? É o que você é.

- Talvez um dia eu deveria ter sido. Mas não sou. Esqueça isso. Vamos sair daqui antes que descubram que somos dois impostores.

- Sabe o que tem do outro lado da barreira?

- Como assim? - Virei-me.

- Este mundo dentro dela é uma ilusão criada pelos próprios azuis. No dia do massacre, o céu manchou-se com o nosso sangue. Escarlate é a cor que os persegue depois dele. Qualquer um deles consegue ver esse céu se passar pela barreira.

- O céu ficou... Vermelho?!

- Sim. Isso tudo é só uma réplica perfeita do mundo antes do massacre. Dentro de uma bolha. Dizem que até a chuva tem o gosto do nosso sangue.

- Nossa... - fiquei pensativa. Essa era a dimensão do nosso poder, algo que perpetuava além da vida. Algo que nem mesmo os Hadrias podiam compreender.

- Bem, vamos. Como você disse, podemos ser pegos e não estamos afim de morrer, não é?

- Espere. O que mais tem do outro lado da barreira?

- Eu não sei. - deu de ombros - Eu nunca passei por ela, né. Mas aquele seu amigo... Jack, hum?! Ele deve saber. - Jack.

Jack...

Senti minha visão rodar e meu estômago se contorcer.

- Está tudo bem? - Peter se aproximou de mim. Tudo estava ficando escuro e não sentia mais as minhas pernas.

A última coisa da qual me lembro é dos olhos dourados dele, confusos. As sobrancelhas grossas arqueadas e o impacto do meu corpo nos seus braços.

 As sobrancelhas grossas arqueadas e o impacto do meu corpo nos seus braços

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Alice [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora