As aulas se passaram, entediantes como sempre, até o terceiro horário. Eu estava anotando qualquer coisa no caderno para parecer que eu estava ouvindo o que a senhora Delanay escrevia no quadro quando um aviãozinho pousou sobre a minha mesa.
Franzi...
- Que decisão? - franzi o cenho, sentando-me ao lado dela.
- Você vai precisar escolher, Alice. - Jack interveio. - Ou o seu pai, ou o seu povo.
- O que? - fuzilei-o com os olhos.
- Se o seu pai continuar vivo, as chances dos outros vermelhos também continuarem são muito baixas. - ela continuou - Ele sabe tudo. Sabe demais. E vai querer nos matar custe o que custar. Você entende, não é?
- Querem que... Querem que eu mate o meu pai? - eu entendia cada palavra dela. Mas será que eles se escutavam e ouviam o que estavam me pedindo?!
- Não se esqueça que ele não hesitou em matar a sua mãe. - ele disparou.
- É, mas eu não sou como ele. Eu não sou como ele! - quase gritei a última frase, para que Jack ouvisse bem.
- Você não é. - ela sorriu pra mim - Nós sabemos. Dar a ele o que ele merece não faz de você uma pessoa ruim. - encarei o chão.
Você precisa sobreviver.
...E mesmo que isso custe algumas coisas.
Jack estava certo.
Bea estava certa.
Só havia uma pessoa que podia salvar todos aqueles vermelhos.
Peter estava certo.
- Ok. - encarei-os novamente - Muito bem. - levantei-me - Nós vamos voltar lá. A revolução começa hoje, e começa agora. - abri a porta do apartamento.
- Você vai avisar que ela está indo salvar o mundo de pijama? - Bea fingiu sussurrar.
- EU ESTOU ESCUTANDO! - gritei da escada e escutei as risadas seguidas dos passos deles atrás de mim.
Entramos no carro de Beatrice indo de volta para minha casa.
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Assim que chegamos, a cadeira estava vazia, as cordas no chão e a fita colada na parede. Arregalei os olhos.
Como ele poderia ter se soltado sem ajuda?!
A porta atrás de nós se fechou de uma vez.
As luzes se apagaram e eu me afastei, esbarrando no tronco de alguém.
- Eu estou aqui. - A voz de Jack. Ele colocou suas mãos frias e pesadas sobre meus ombros, liberando uma nova onda elétrica pelo meu corpo.
Respirei fundo.
Um barulho de algo caindo no meio da sala.
- VOCÊ VAI MORRER! - era a voz dele, saindo num grito rouco, cheio de ódio.