As aulas se passaram, entediantes como sempre, até o terceiro horário. Eu estava anotando qualquer coisa no caderno para parecer que eu estava ouvindo o que a senhora Delanay escrevia no quadro quando um aviãozinho pousou sobre a minha mesa.
Franzi...
Parecia que havia um "campo-de-força-invisível" que me impedia de passar pela porta.
- O que foi? Você sabe que não precisa de cerimônia para entrar, vem logo.
- Não é isso... - falei, tentando empurrar aquela... "coisa" com as mãos. - Eu não consigo.
- Que porra é essa? - ela franziu as sobrancelhas, percebendo que havia algo antes da porta.
Sua mão atravessou a "barreira", como se não houvesse nada ali. Ela me encarou espantada e confusa. Eu devolvi o olhar.
- O que... - suspirou - Segura minha mão. - fiz o que ela mandou.
Segurei bem firme e ela me puxou para dentro. E aquilo que eu podia jurar que existia ali, uma barreira, uma força, um escudo, sumiu.
Como se nunca tivesse estado ali.
- O que foi isso? - franzi as sobrancelhas.
Não queria deixar nada estragar aquele dia, mas estava ficando impossível. Não tinha como ignorar aquilo.
- Bem... - ela olhou uma última vez a porta com incompreensão. - Vamos para o quarto.
- Não podemos ignorar isso também. - suspirei. - Isso é... Eu não sei mais o que está acontecendo... Primeiro Kelly, depois Beatrice, agora Sophia... - não consegui parar de pensar alto.
- Espera ai, você está falando daquela rosa do outro dia? Mas Beatrice e Sophia também? Como...?
- Eu não sei! Eu não sei se o que acabou de acontecer tem a ver com isso mas eu estou exausta de tudo... - suspirei mais uma vez.
- Porque é que eu não consigo ver? - cruzou os braços, falando como uma criança.
- Ah que se dane isso. Vamos para a festa do Taylor e vamos nos divertir muito, ok? - encarei-a - Não vamos nem nos lembrar disso.
- Você que manda. - ela sorriu, dando de ombros e me ajudando a levar a mala para o seu quarto.
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Como sua mãe havia nos avisado, o quarto já estava arrumadinho, um colchão ao lado da cama dela com duas cobertas e uma almofada.
Sorri ao perceber cuidado que ela teve.
Sobre a cômoda encontrava-se uma tigela com várias frutas; uva, morango, pedacinhos de kiwi, que eu supus que a mãe dela também tinha tido a paciência de cortar e deixar para nós.
Era assim que era ter uma mãe.
Todos esses cuidados minuciosos e delicados, a responsabilidade que ela não conseguia abrir mão, mesmo que não tivesse necessidade.
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