O Pacote Branco

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No próximo dia, Jimin voltou ao trabalho no Clube Streets Nigth. Durante todo o tempo, estava se forçando para concentrar unicamente em fazer as outras pessoas rirem, mesmo que sua aparência e o comportamento estivessem mais diferentes que o normal.

Por um momento, ele lembrou dos beijos de Jungkook e de suas carícias gentis. Sentiu o coração bater rápido, e sua imaginação foi além, imaginou-se com os braços de Jeon sobre si, fechando os olhos e sentindo o ritmo da batida que tocava no Clube.

– Jamais conheci um cara como ele. – negou gentilmente com a cabeça, tentando afastar os pensamentos eróticos. Era a sexta vez que pensava coisas assim. – Se acalme Jimin! – se repreendeu, mordendo o lábio inferior, se ajeitando no sofá aonde estava sentado. – Ele é apenas um mafioso. Você não vai se render para um mafioso... – escorou o braço no apoiador de braço, suspirando. – Não vou mesmo.

  Após chegar em casa, depois da noite anterior, Jimin pensou na hipótese de cancelar o encontro com Jeon. Pensou seriamente em fazer isso. Mas, de alguma forma, ele não conseguiu se convrncer com aquele sentimento que percorria por todo seu corpo e por sua alma.

– Eu vi ele... Pessoalmente. Cara-a-cara! – negou mais uma vez, ajeitando sua postura, agora encarando o chão. – Já tenho o suficiente para julgá-lo. E, não tem como esse homem ser um... – suspirou alto, sacudindo a cabeça mais uma vez. – Eu adoro a Lisa, faço de tudo por ela. Mas isso é demais... – se levantou, andando de um lado ao outro. – Acho que ela está com ciúmes de que o melhor cara daquele clube me preferiu, sempre fiquei só com os ruins. Eu não acredito que é verdade o que ela disse... Ou é?

A sua reflexão interior foi quebrada assim que o som da porta ecoou pelo escritório. Jimin resmungou baixinho, mas logo se colocou a andar na direção.

Normalmente, era naquele horário que as encomendas chegavam. E, estava certo.

Ao pegar seus pacotes, Jimin logo estava de volta à sua mesa de trabalho de qualquer jeito, derrubando algo sem perceber. Ajeitando as encomendas em ordem, a maioria eram quadrinhos locais ou nacionais, revistas de moda, revistas de fodoca, e, contas de fatura relacionadas ao Clube.

– Tudo isso? – pensou em jogá-lo fora, mas não podia fazer aquilo. Embora quisesse. Assim que brincou que iria o jogar o papel longe, ele realmente caiu de sua mão. – Ótimo! – Jimin resmungou, se inclinando para pegar a conta.

Assim que se abaixou, o loiro olhou para o chão em um todo e uma coisa havia o chamado atenção. Havia um pacote branco, com uma fita dourada ao redor e uma marcação de caligrafia incrível. Ignorando totalmente a conta, seus braços se esticaram para pegar o que estava no chão. Deveria ter deixado cair.

– Lojas... Departamento Jeons? – leu o endereço, sentindo um formigamento subir por sua espinha que parecia ser mais uma mistura de animação com ansiedade para abrir logo.

Animado, Jimin não tardou em abrir o pacote, dentro não havia nada mais que um terno. Um terno lindo. Um terno que havia sido feito por medida, e agora sua única dúvida era, quem havia feito aquilo.

Bom, ele sabia. Mas, não acreditava.

Detalhando um pouco mais o terno, era na cor marrom, havia um smoke junto para colocar sobre a blusa branca e seu tecido era simplismente a coisa mais adorável do mundo, simulando linhas quase invisíveis.

– Uau... – suspirou bobo, segurando o terno desdobrado, o admirando um pouco mais.

Após um tempo parado, voltou para seu assento, dando uma risada de ladinho, e se esticou para pegar o pacote aberto que estava sobre a mesa, vendo um papel dobrado que havia dentro da caixa. Até o papel era bonito.

– Há! – Jimin pegou o papel, lendo o nome de quem havia enviado. Era exatamente quem pensava. – Chupa Lisa, é a logotipo dos Jeons e não da Família Mafiosa! – falou animado.

Abrindo a carta com cuidado, Jimin notou que até tinha um selo preso e no desenho havia uma flor avermelhada. Mas, além daquele ar de delicadeza, Park também iria elogiar a caligrafia. Era incrível. Mas, a curiosidade bateu mais alto, e ele começou a ler em voz alta.

– "Amado Jimin..." – sorriu aberto, arrumando o tom de voz para falar de uma forma mais sexy. – "Eu não consigo parar de pensar em você, não desde a última vez que nos vimos. Continuo te desejando, espero que a semana passe rápido e que possamos nos encontrar novamente o mais rápido possível. Eu, particulamente, não sou muito fã de escolher ternos, então pedi para que o melhor estilista do Departamento Jeons, que escolhesse o terno mais lindo para nosso encontro. Se não é do seu gosto, pode vir nos visitar, agora você tem uma conta aberta e pré-paga." – fez uma careta de quem estava surpreso, gostando da novidade. Voltou a ler: – "Temos certeza que teremos algo que você goste, — e se não, posso entrar em contato com nossos designers de moda para preparar algo único para seu gosto!". – parou de ler.

Jimin piscou algumas vezes.

– Espera... – soltou a carta sobre a mesa, respirando fundo, passando as mãos no cabelo. – Normalmente você envia apenas uma carta, mas não um terno para um lanchinho... – sussurrou consigo mesmo. – Esse cara é real mesmo? – Jimin se pegou pensativo.

Perfeito demais.

Ajeitando a postura, Park pegou a cantar mais uma vez e voltou a ler as últimas linhas da carta.

– "Sempre que você usar esse terno, imagine minhas mãos em sua cintura. E, com isso, meu querido, me despeço — ou melhor, digo, até mais. Com todo o carinho, Jeon Jungkook."

Mais uma vez, o loiro botou a carta sobre a mesa e desabou no sofá que estava cheio de almofadas. Esticando suas pernas de forma preguiçosa, ele sentiu seu corpo agradecendo por aquilo e fechou os olhos.

Em sua cabeça, ele se imaginou no Clube Dance, dançando lindamente e devagarinho, e ao seu lado estava seu companheiro de dança. Se aprofundando mais na imaginação, quase poderia dizer qual a sensação de dançar agarradinho com alguém.

  Sem perceber, algo começou a crescer entre suas pernas. O fazendo ficar envergonhado.

– Ah, meu querido... – se endireitou no sofá, limpando a garganta. – Já fazem alguns anos que eu namorei, e... Ah... Estou nervoso.

Mesmo desejando se tocar, ele deixou o pacote de lado e guardou seu presente. Ele sabia que não era sua culpa estar assim, estava sensível com todas as novidades e sentimentos novos. Para si, não era normal sair de sua zona de conforto.

Mesmo tentando se focar, estava difícil trabalhar naquele dia. E, Park Jimin sabia muito bem o nome da causa pela qual estava assim.

Era, Jeon Jungkook.





The Big Boss - Jikook (pjm+jjk) Onde histórias criam vida. Descubra agora