vinte e oito

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𝕻𝖆𝖗𝖎𝖘, 𝕱𝖗𝖆𝖓𝖈𝖆
alguns meses depois

ANNA

— Respira fundo, assim oh. — Mostro enquanto segurava a mão da minha irmã.

— Respirar um cacete. — Ela resmungou. — Se essa menina tá dando trabalho pra sair, imagina pra criar.

— Oh a boca. — Kylian a repreende.

Eu entendia ela, essa era a pior parte do trabalho de parto, a de sair. A bolsa de Zaya havia estourado ontem, e somente agora ela estava com os dez centímetros de dilatação, com Zaine pronta para nascer.

Minha mãe disse que pelo menos nosso primeiros filhos tinham que ter a letra Z, que era a favorita do meu pai e assim foi feito. Ainda bem que eu não vou ter mais filhos.

— Faça força. — A obstetra pediu.

— Faz você. — Resmungou, e dei risada.

— Zaya. — Falo.

— Eu não consigo. — Choramingou e me olhou.

Na mesma hora me veio a memória o dia que Zyan nasceu e ela quem estava na minha posição.

— Consegue sim, quando eu estava no seu lugar você quem estava aqui, me dando força e eu consegui porque você me disse que eu conseguiria. — Falo. — Então ou você faz força, ou eu vou ter que te bater.

No mesmo instante ele voltou a fazer força e Kylian me olhou, abrindo um sorriso em agradecimento.

Após mais alguns minutos, o corpo da minha irmã relaxou e pôde-se ouvir o gritinho agudo da minha sobrinha nascendo. Foi impossível não chorar.

— Quer cortar o cordão? — Ela perguntou a Kylian.

Ele estava paralisado, olhando para a filha. Estava pálido e engolindo em seco.

— Amor? — Zaya o chama.

— Achei que eu vou desmaiar. — Disse caiu para tras.

Se não fosse um dos residentes ter o segurado, ele teria batido as costas no chão.

— Frouxo. — Digo. — Posso cortar? Foi a Zaya que cortou o do meu Filho.

— Claro que pode.

[•••]

— Você é a coisa mais linda da sua tia, sabia? — Falo baixo, analisando cada detalhe dela.

Zaine tinha os traços misturados, ao mesmo tempo que pareço com meu cunhado, parecia com a minha irmã. A mão dela sem luvinha, segurava a minha com toda a força que tinha.

Sorri ao ver que ela estava sonhando e abrindo leves sorrisinhos.

— Hora da vacina. — Uma enfermeira disse.

— A não. — Choramingo. — Alguém pega ela?

— Porque? — Kylian questiona.

— Porque se não eu vou chorar. — Digo.

— Que nada. — A entendida disse e preparou a seringa.

Mordi o lábio já sentindo choro vir, odiava quando Zyan tomava vacina, sempre era meu pai que levava. Ela preparou a coxa da minha sobrinha e fechei os olhos com força, ouvindo o gritinho na mesma ao ser furada.

— Prontinho. — Disse.

A pequena continuou chorando, e coube a mim acalma-lá.

— Já titia, esse monstra machucou você né. — Digo, sabendo que doía mais em mim do que nela.

*

Neymar me beijava de forma pausadamente, distribuindo sensações pro meu corpo.

— Zyan me perguntou se podia me chamar de pai? — Falou.

Analisou meu rosto e arrumei meu corpo na cama.

— Ele falou sobre isso a alguns meses comigo. — Digo. — O que você respondeu?

— Que sim ué, tá doido agora tenho dois filhos. — Falou amimado e dei risada.

— Você virou pai do meu filho e a gente ainda nem casou. — Brinco.

— Prioridades.

Nos virou na cama me fazendo ficar por cima, iniciando outro beijo.

PHOTOGRAPHY | NEYMAR JROnde histórias criam vida. Descubra agora