epílogo

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BARCELONA
três anos depois

ANNA

Troco as flores antigas, que já estavam secas, por flores novas. Abri um sorriso ao ver a foto do meu pai na Lápide, que Zaya fez questão de fazer a mão e pedir que fizessem igual, a algum tempo.

— Oi pai. — Sussurro. — Então, eu casei. Sim, com o Neymar, você tinha razão. — Brinco, enquanto arrumava as flores no jarro. — Os melhores anos da minha vida.

Eu sabia que não obteria nenhum tipo de resposta, mas sempre o visitava fazia questão de contar como eu estava.

— Ah, estou gravida. — Sorrio. — De cinco meses e Neymar disse que não vê a hora de nascer, e é uma menina, não escolhemos nome ainda, mas seguiremos a linha do Z.

Acendi uma vela nova e mais uma vez sorri ao sentir o cheiro da mesma.

— Mamãe está bem, Zaya também. — Conto. — Casou a um ano, com o Kylian, e a sua netinha tá enorme, Zyan também. — Senti um chute e pousei a mão no lugar, onde minha filha mexia. — Ela está agitada.

— Chocolate? — Escutei e virei para olhar.

Neymar estava sorrindo, com as mãos nos bolsos.

— Viu pai, um partidão. — Volto a olhar a lápide. — Estou com saudades.

Por último levantei e levei comigo até o lixeiro, as flores velhas. Caminhando devagar até o meu esposo.

— O que tanto conversavam? — Perguntou.

— Ah você sabe, coisas de pai e filha. — Sorrio e ele passou seu braço por meus ombros.

Me deixou um selinho rápido nos lábios e sorriu em seguida. Passei meu braço por subcultura e caminhamos devagar até o carro, onde Isago e Zyan discutiam sobre quem ganharia o próximo jogo.

[•••]

— Você comeu toda a pipoca Neymar Júnior. — Reclamo.

— Orra mentira. — Disse em português.

— "Orra mentira" — Repito, forçando um pouco a voz.

Meu marido caiu na risada, pelo meu sotaque carregado em palavras tão simples. Ele passava horas as vezes, me ensinado a pronunciar as palavras.

— Tão lindinha. — Se aproximou, começando a distribuir vários beijinhos no meu rosto.

— Isso não me convence não, você acabou com a pipoca. — Finjo estar brava.

— Que nada Anna, você é quem está grávida.

— Esta por um acaso, me chamando de gorda? — Pergunto.

— Não né. — Se redimi. — É que você come por dois agora.

— Palhaço. — Falo.

Ele fez biquinho, indicando que queria beijo. Dei apenas um selinho e ele me olhou bravo. Ele segurou em minha nuca, aprofundando o beijo, me fazendo dar um gemido baixo.

— Ô PAI. — Davi e Zyan gritaram, entrando no quarto.

Rolei os olhos ao nos separarmos e olharmos para eles, que estavam de braços cruzados.

— Qual o B.O dessa vez? — Questiono.

— Ele furou a bola. — Falaram juntos. — Não, foi você.

— Fala um de cada vez. — Neymar pediu. — Fala Davi.

— A gente estava jogado bola lá no quintal, e eu chutei a bola, e quanto o Zy foi rebater, ela murchou. — O mais velho explicou.

Olhamos para Zyan, e indicamos que ele poderia falar.

— Quando o Davi jogou a bola, ela já veio murcha. — Falou.

— Tá e isso tudo é pra saber se quem é a culpa? — Pergunto.

— Sim. — Os três respondem.

— A culpa é do pai de vocês que não enche a bola. — Concluo.

— Nada haver isso aí. — Neymar falou indignado.

— Tudo haver. — Respondemos os três.

— Quatro contra um, chocolate. — Digo e ele bufa.

[•••]

Zaide estava brincando no tapete posto sobre a grama, com Kylian, e dava altas risadas. A cacheada brincava com os próprios cachos.

Eu estava sentada em uma das cadeiras de balanço, com Zaya e minha mãe do lado. Comia calmamente, os docinhos do chá de bebê.

— Oh mãe, a tia Carol chegou. — Zyan veio até mim, enquanto falava.

— A convidou para vir até aqui? — Pergunto e ele afirma. — Tá bom, vai brincar.

Ele voltou a correr até onde Davi estava, vi a mãe do meu enteado passar pelo pequeno portão do quintal e sorri ao me ver.

— Que barriga mais linda gente. — Falou, aí se aproximar.

— Você demorou. — Digo.

— Estava em um Date, desses de internet, sabe? — Explicou. — Foi um desastre.

— Nunca dão certo. — Minha mãe comenta.

Todas olhamos para ela assustadas, sem entender o porquê do comentário.

— Mãe? Você usa site de namoro?

— Claro, sou nova e solteira. — Ela respondeu e caímos na risada.

Elas engataram outro assunto e levei meu olhar até onde meu marido estava. Sorrindo enquanto conversava com os amigos.

Quem diria que ele se tornaria o amor da minha vida, eu não diria. Uma troca de olhares sempre gera frutos, não é?

FIM

PHOTOGRAPHY | NEYMAR JROnde histórias criam vida. Descubra agora