Capítulo 7 - There won't be any more dinner

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  Abri os olhos assim que uma música preencheu meus ouvidos. Mexi meu corpo no banco do carro sentindo o mesmo doer. Rolei meus olhos pelo local vendo que estava estacionada em frente a escola onde Rafaella trabalha. Um suspiro saiu por entre meus lábios e peguei meu celular, podendo verificar que faltavam apenas alguns minutos para a professora sair.

  Nem me lembro do momento em que eu peguei no sono. Só me lembro de pedir Rafaella em namoro e depois vir para o carro, ligar o rádio e espera-la. Talvez tenha sido nesse momento em que dormi. É, com certeza.

  Sai do carro, espreguiçando meu corpo. Abri a boca levemente bocejando e encostei meu corpo no carro. Os minutos se passaram e logo o sinal foi ouvido. Várias crianças e adolescentes saíram de encontro aos pais, e não demorou para que eu avisasse a professora e infelizmente estava com aquela boca roxa.

  Observei as duas se despedindo com um beijo na bochecha, revirei os olhos. Se Rafaella pensa que pode ficar de Papinho com essa mulher ela está muito enganada. A morena atravessava a rua enquanto a mulher da boca roxa estavam a encarando. Aí que vontade de matar essa vampira.

   – O que houve com você? Está toda amassada.

  Rafaella riu assim que parou na minha frente. Sorri para ela beijando seus lábios, mas infelizmente minha namorada não deixou que eu aproveitasse deles me empurrando.

   – Aqui não, okay? Os pais das crianças podem ver e não gostar.

  Soltei um suspiro, adentrei o carro e Rafaella fez o mesmo sentando no banco do passageiro. Dei partida sem ao menos olhar para ela, talvez eu tenha me irritado com essa atitude dela de nos esconder.

   – Gi.

  Ela me chamou sussurrando. A ignorei continuando com meus olhos nas ruas. Ela colocou sua mão em minha coxa pedindo para eu a encara-la mas eu não fiz. Bianca pode beijar ela na frente de todo mundo? Mas eu que sou namorada dela não posso? Meu Deus quanta injustiça.

   – Gizelly, por favor.

   – Eu não quero ouvir nada, Rafaella.

  Bufei vendo que o sinal estava vermelho. Ouvi um suspiro seu, mas não me importei. Na calçada passava um casal hétero que andavam mãos dadas e se beijavam. As pessoas passavam por eles e nem se importavam, mas por que com nós tem que ser diferente? Nós também somos seres humanos. Porque eles tem que nos olhar com nojo? O que custa respeitar?

   – Olha só, eu posso falar com a diretora da escola, okay? Não pense que eu tenho vergonha...

   – O certo é você não ter que avisar nada, você não deve satisfações da sua vida pra ninguém, principalmente quando se trata da sua sexualidade. - disse a encarando. - somos um casal como qualquer outro, não tem nada de errado.

   – Eu sei, Gi. Mas eu sou professora de algumas turmas, são várias crianças e vários pais. Alguns podem ser homofóbicos e posso perder meu emprego, é o único que eu tenho, tenta entender.

  Ela estava certa, e isso me irritava. Toda vez que eu for busca-la talvez eu nem poderei abraça-la por causa dessa gente homofóbica de merda que me irritam profundamente.

   – Quer almoçar aonde? - falei a encarando rapidamente e voltando minha atenção nas ruas. - podemos ir em algum restaurante se quiser.

   – Pode ser no shopping? Assim eu aproveito e compro uma roupa pra ver sua mãe.

   – Já disse que não precisa. Você tem roupas lindas.

   – Você não vai conseguir me convencer, okay?  Aliás, acabei de lembrar que você não me respondeu por que estava toda amassada.

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