Capítulo 8 - I am completely enchanted

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  Levantei de imediato indo até a porta. Rafaella usava um vestidinho preto solto em seu corpo, e tinha aquele famoso batom vermelho nos lábios. Seu sorriso era largo enquanto a mesma encarava minha mãe que estava levemente confusa.

   – O que está fazendo aqui?

  As palavras saíram de minha boca tirando a atenção dos olhos verdes. O sorriso da morena se desfez aos poucos e ela suspirou parecendo que não sabia mais o que fazer.

   – Porque vocês não sobem e conversam a sós? - minha mãe sugeriu.

  Assenti sem tirar os olhos da professora, fiz sinal para que a mesma me seguisse. Podia ouvir os passos de Rafaella atrás de mim. Quando chegamos ao corredor que havia no segundo andar, eu abri uma das portas, deixando que a morena passasse primeiro. Estávamos em um quarto de hóspede que tinha na casa aproveitei e tranquei o mesmo porque assim teríamos mais privacidade.

   – Que papo é esse de que você é minha namorada? Eu já havia falado que não estávamos mais juntas.

   – Eu estava desesperada, okay? Não podemos acabar assim sem ao menos tentar.

  Suspirei, a gente já tentou e não deu certo.

   – Sei que você acha que eu vou te deixar por causa das pessoas que são homofóbicas, mas não é isso. Eu gosto de você, Gizelly. Quero andar de mãos dadas, beijar você, apresentar para os meus pais...

   – Tudo entre quatro paredes. - ri balançando a cabeça negativamente.

   – Não! - ela quase gritou. - eu quero fazer isso em público só que... Eu fiquei com medo, Gizelly. Lá na lanchonete eles ficavam nos olhando e rindo, eu fiquei chateada com aquilo e você ao invés de me consolar, dizer que ficaria do meu lado... Você nem ao menos me deixou falar, só se afastou de mim e logo depois saiu me deixando sozinha com aquelas pessoas me encarando e me deixando totalmente desconfortável.

   – Rafaella...

   – Eu só tenho medo, Gizelly! - me interrompeu. - medo como eu tive naquele momento na lanchonete, medo que você não esteja do meu lado me apoiando e enfrentando tudo comigo. Até agora você só soube tirar conclusões precipitadas e sair sem me deixar explicar, ou seja, você só acha que o seu lado é o certo, e sai sem se importar se vou ficar mal ou não.

  Por um momento senti sua voz falhar, mas a mesma não deixou nenhuma lágrima cair. No momento eu estava arrependida por tudo que eu falei a ela, por ter terminado com ela, por ter a deixado sozinha quando era pra me estar ao seu lado segurando sua mão e dizendo que vai ficar tudo bem.

   – Desculpa.

  Sussurrei me aproximando dela. Era óbvio que eu estava errada, deveria ter ouvido ela primeiro e depois ter tirado minhas conclusões. Infelizmente eu tenho esse defeito de tirar conclusões precipitadas.

   – Me desculpa. - pedi mais uma vez.

  Com a proximidade que estávamos, consegui envolver meus braços em seu pescoço abraçando seu corpo junto ao meu.

   – Eu gosto muito de você, muito mesmo.

   – Eu também gosto muito de você, princesa.

  Beijei o topo de sua cabeça. Era tão bom sentir seu abraço e seu cheiro bem de perto.

   – Porque você me chama de princesa? - seu tom era curioso.

   – Porque você é uma. - sorri. - Você é a princesa Rafaella... Minha princesa.

   – Hum, que eu saiba eu estou solteira.

Think Of me - girafa versionOnde histórias criam vida. Descubra agora