Capítulo 22 - I want to baby

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   – Quer me contar o que aconteceu?

  Bruna me perguntou me dando uma xícara. Suspirei, observando minha irmã sentar em um sofá a minha frente. Balancei a cabeça em concordância, bebendo um gole do café que ela havia me dado.

   – Eu e Gizelly brigamos.

  Ela riu balançando a cabeça negativamente.

   – Agora me conte algo que eu não saiba.

  Relaxei os ombros, soltando o ar. Estava horrivelmente cansada de tudo, brigar com Gizelly sempre me deixa assim como se tivesse um peso em minhas costas.

   – Pedi pra Gizelly largar o exército.

   – O que?!

  Bruna praticamente gritou me assustando.

   – Rafaella você está louca?

   – Bruna, eu tenho meus motivos, e eu saí do apartamento porque Gizelly falou que era muito mais dela do que meu.

   – Oh, okay. O que está acontecendo com vocês duas? Eu nunca havia visto vocês brigarem, ainda mais com você saindo do apartamento desse jeito.

  Fechei meus olhos por um momento, o que Bruna falou era mais pura verdade. Essa é a primeira vez que eu saio do apartamento desde que fui morar com Gizelly. Nunca havíamos brigado de uma maneira tão séria.

   – Nós duas estamos estressadas, irritadas, magoadas... Tudo que possa imaginar. Sei que fui um pouco exigente em pedir isso a Gizelly...

   – Um pouco? - me interrompeu. - Rafa, se Gizelly pedisse pra você parar de dar aula, como se sentiria? Porque é a mesma coisa com a Gizelly. Você sabe que ela ama o que faz.

   – Eu não aguento mais ficar sozinha, e eu tenho meus motivos. E diferente da Gizelly eu volto todos os dias pra casa já ela passa meses longe... Tenho planos e com Gizelly no exército não consigo colocá-los em prática.

   – É o que eu estou pensando? 

   – Talvez.

   – Sei que é, e Manoela também. Só os homens não percebem, acho que até a Gizelly percebeu.

   – Realmente, ela percebeu que eu não estava bem hoje, e eu desabafei, mas sobre o ano que passamos separadas, não sobre...

   – Tia Rafa!

  A voz de Noah interrompeu nossa conversa. Sorri ao encarar o garotinho vindo em minha direção.

   – Cadê a tia Gi?

  Era óbvio que a primeira coisa que ele ia perguntar era sobre ela.

   – Hummm. Eu e a tia Gi tivemos uma pequena briga então, vou ficar uma noite longe dela.

   – Ela não vai vir aqui?

  Neguei para o pequeno que suspirou dando de ombros.

   – Então, posso dormir com você?

   – É claro que sim! Até porque eu tenho medo do escuro, e alguém precisa me proteger.

   – Mas, tia Rafa... Os monstlos não existem.

   – Mas eu tenho medo mesmo assim.

  Sorri beijando a bochecha do garoto e logo direcionei meu olhar a Bruna que sorriu fraco. Só esse pequeno pra me fazer sorrir em uma situação dessas.

                                                   ***

   – Tia Rafa!

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