Se Steve acreditasse em superstição, ele diria que no momento em que Tony disse "antes do futebol de domingo à noite a gente tá em casa. ", a caminho da Suécia, a missão já estava condenada. Se ele acreditasse em superstição, ele chutaria que um dos quatro saiu do Quinjet com o pé esquerdo, ou passou embaixo de uma escada, ou, talvez, tenha quebrado um espelho. Ou quem sabe, e essa é a explicação mais lógica, o excesso de confiança do grupo tenha exercido um papel negativo nessa equação.
Vindo de duas incursões muito bem-sucedidas e rápidas, os quatro Vingadores chegaram à Sundsvall com o ânimo renovado e, como Sam diria mais tarde, com um pouco de pretensão. Com quase 20 horas de voo entre o Marrocos e a Suécia, era de se esperar que o grupo chegasse ao destino exausto. Talvez o cansaço também tenha sido um fator importante. Pois só o cansaço justificaria os consecutivos erros cometidos.
Por sorte, e Steve dá muita ênfase na "sorte", ninguém se feriu seriamente. Mas a missão, que era pra ter durado apenas algumas horas, um dia, no máximo, só conseguiu ser concluída com sucesso seis dias depois.
A bordo do Quinjet, o grupo passa o relatório prévio para Fury, explicando com detalhes tudo o que foi conquistado, e, infelizmente, tudo o que deu errado também. Steve olha para o relógio de forma ansiosa, querendo que a reunião termine logo para que ele possa ligar para Bucky o quanto antes. A última vez que eles se falaram foi horas antes do grupo aterrissar na Suécia, e como tudo desandou depois disso, o máximo de comunicação entre eles foram algumas trocas de mensagens bem rápidas e objetivas.
Assim que Tony e Fury entram nas considerações finais da ligação, Steve se levanta e segue até a baia médica, onde Nat está recostada na mesa de exames, com uma bolsa de gelo na cabeça.
- Como está se sentindo, Nat? – ele pergunta.
- Tirando o zumbido no ouvido e o fato de eu só poder dormir daqui seis horas, eu tô ótima.
- É o protocolo de concussão, você sabe.
- Vamos combinar o seguinte, Romanoff... – diz Tony, se aproximando, depois de encerrar a ligação com Fury. – Se você se comportar, eu te coloco na suíte presidencial do melhor hotel que a gente achar em Kiev.
- Se você não detonar outra granada a menos de 10 metros de mim, eu já me dou por satisfeita, Stark.
- Combinado. – ele diz, mas seu sorriso logo se desfaz. – Desculpe.
- Águas passadas. Não foi nada que eu não teria feito... de propósito. – Nat sorri, tranquilizando Tony.
- Ucrânia? – pergunta Steve.
- O Fury acabou de falar. - diz Tony. Ele franze a sobrancelha ao ver a expressão séria de Steve. – Você não está pensando em fazer um desvio, não é? Eu devo lembrar que são mais de quatro mil quilômetros de distância entre Kiev e a Sibéria.
- Não, sem desvios. Só uma sensação estranha.
- É, pra uma organização internacional, eles têm uma certa preferência pela Rússia e seus arredores.
- Pois é. – diz Steve, deixando Nat e Tony na baia médica e seguindo para o cockpit, onde Sam checa os comandos da aeronave. Ele se senta no lugar do copiloto.
- A Nat tá bem? – pergunta Sam.
- Tá sim, ela só precisa seguir o protocolo de concussão.
- Essa foi por pouco.
- Foi mesmo.
- Stark disse que estamos indo pra Ucrânia?
- Disse. – Steve esfrega o rosto com as mãos. – Já falou com a Sharon?
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'Till The End Of The Line
General FictionSteve achou que viver sem Bucky por décadas tinha sido a coisa mais difícil que ele já fez na vida, até que uma missão em uma antiga instalação da Hydra revela um segredo chocante sobre o programa do Soldado Invernal. Agora Steve e Bucky precisam li...