- Vamos, Buck, tenta respirar. Você está tendo uma crise de ansiedade. Você precisa respirar.
- Eu não estou tendo uma crise, Steve. Eu sei do que estou falando. Eu me lembrei. Ela está viva. – as palavras de Bucky são firmes, mas os monitores ao redor o contrariam.
- O que está acontecendo? – pergunta Norah, entrando no quarto, atraída pelo alarme dos monitores.
- Ele teve um pesadelo e despertou assim. Acho que é uma crise de ansiedade. – diz Steve, segurando a mão de Bucky com uma das mãos, enquanto esfrega as costas dele com a outra.
- Eu não estou em crise! E pare de falar de mim como se eu não estivesse aqui.
- Tá bom, me desculpa. Mas você precisa se acalmar.
- O Steve tem razão, Bucky, todos os seus sinais estão alterados. – diz Norah. Bucky abre a boca para contestar, mas uma pontada no ventre o faz perder o ar.
- Merda. – ele diz, levando a mão esquerda à barriga e recostando na cama.
- O que foi? Você está com dor? – pergunta Steve.
- Acho que eu irritei o bebê. – ele diz, fechando os olhos e esfregando a barriga.
- É, ele não está gostando nada do seu nervosismo. – diz Norah, checando o cardiotoco.
- Não é melhor chamar a Tessa? – pergunta Steve, aflito.
- Não, eu vou ficar bem. Eu só preciso de um minuto. – ele diz, fechando os olhos e tentando controlar a respiração.
Norah e Steve trocam olhares preocupados. Conforme Bucky vai recuperando o controle de suas emoções, seus sinais se estabilizam e os monitores param de apitar. Norah acena para Steve, avisando que sairá do quarto, para dar privacidade ao casal. Quando sente que recuperou a compostura, Bucky abre os olhos, encontrando a expressão preocupada de Steve.
- Como você tá se sentindo?
- Como quem quase sofreu um infarto. – ele diz, forçando um sorriso. – Eu estou bem, Steve. De verdade.
- Eu acredito em você. – diz Steve, beijando a mão de Bucky. – Agora me fala, com calma, o que foi que você sonhou.
- Não foi sonho, Steve, foi uma lembrança. Um flashback. Eu me lembrei do parto da menina. Da criança que a Hydra acredita estar morta. Eu me lembrei de ter dado à luz a ela sozinho, no escuro, no frio. Eu me lembrei do momento em que ela nasceu. Ela era tão pequena, Steve. Ela não chorou quando nasceu. Eu a trouxe pro meu peito e a abracei. Eu fiquei com ela por alguns segundos, até que ela chegou.
- Quem?
- A Corinne. Ela entrou e me viu lá, no chão, no meio da poça do meu próprio sangue, com a minha filha nos braços. Ela correu e tirou a bebê de mim. Ela ficou chocada quando viu que a criança estava morta. Ela gritou por ajuda, porque eu estava sangrando demais. Quando os outros médicos chegaram, ela cortou o cordão e saiu, levando a criança com ela.
- Eu não entendo. Você mesmo disse que ela nasceu morta, como você...
- Eu não sei quanto tempo se passou, mas um dia eu estava na enfermaria, quando a Corinne chegou. Ela fez alguns exames e quando teve certeza de que estávamos sozinhos, ela se abaixou e sussurrou no meu ouvido. Ela disse "a menina está viva, está bem e está segura". Ela olhou nos meus olhos, pra ter certeza de que eu tinha entendido o que ela tinha acabado de dizer. E depois ela saiu. Ela nunca mais se dirigiu a mim novamente.
- Você acha que ela falou a verdade?
- Eu tenho certeza que sim.
- Tudo bem. Nós vamos investigar isso. – ele diz, vendo a aflição nos olhos de Bucky. – Ei, eu juro que nós vamos investigar. E se ela realmente disse a verdade, se a menina estiver viva, nós vamos encontrá-la. Eu juro. Você confia em mim?
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'Till The End Of The Line
Ficción GeneralSteve achou que viver sem Bucky por décadas tinha sido a coisa mais difícil que ele já fez na vida, até que uma missão em uma antiga instalação da Hydra revela um segredo chocante sobre o programa do Soldado Invernal. Agora Steve e Bucky precisam li...