Happy Work Song

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E num piscar de olhos, um mês se passa. Com a nova rotina do Complexo e as atividades voltando a todo vapor, Steve manteve a cabeça ocupada. A expressão "É como andar de bicicleta" se aplicou muito bem na primeira grande missão em grupo depois de tanto tempo. Uma operação de tráfico de armas no Cazaquistão. Mesmo não sendo uma missão difícil, o clima no Quinjet era de tensão. Todos pareciam inseguros sobre como agir em campo, e havia uma dúvida no ar, uma pergunta não dita: será que eles ainda confiavam suas vidas uns aos outros?

Mas foi só a porta da aeronave se abrir, que todos os questionamentos sumiram. Todos exerceram seus papeis de forma orgânica, quase como um balé. Em menos de uma hora a situação estava controlada, os bandidos estavam detidos, as armas recuperadas e o grupo já estava de volta ao Quinjet.

- Olha, parece que não perdemos o jeito. - diz Falcão.

- A gente podia comemorar. Quem mais tá com fome? - diz Tony.

- Urgh! Eu dispenso o fast food do Cazaquistão. - diz Natasha.

- Não pode ser tão ruim - Tony insiste.

- Vá em frente. Por sua conta e risco.

- Okay, a gente pode ir pra qualquer lugar. É pra isso que nós temos um jato. A gente chega na Índia em meia hora.

- Na verdade, nós temos que levar essas armas de volta pros Estados Unidos, e entregar o relatório da missão ao Fury. – diz Steve.

- E tudo que eu quero depois da primeira missão em três anos é não ver a cara de nenhum de vocês. Sem ofensa. – diz Clint.

- Tradição não significa nada pra vocês? - diz Tony.

- Mas nada impede que a gente passe num delivery a caminho da base. - diz Steve, com um sorriso no rosto.

- É disso que eu tô falando! - Tony se empolga. - Derrotar os bandidos, recuperar o artefato mortal e fazer nosso lanche da vitória. Isso é tradição, pessoal!

Com todos a bordo, o jato parte de volta para casa.

Oito horas depois, Steve e Tony estão em pé, em frente à mesa de Fury, observando, enquanto o homem confere as muitas e muitas páginas do relatório preparado por Steve.

- Um resumo detalhado já seria o suficiente. Eu não preciso de um maldito livro. - diz Fury, colocando a pasta sobre a mesa.

- Não olha pra mim, eu passei a viagem toda jogando Candy Crush. O nerd aqui fez todo o trabalho. - Tony aponta para Steve.

- Você escreveu isso tudo do Cazaquistão até aqui?

- O que eu posso dizer? A viagem era longa e eu tinha tempo de sobra.

- Certo. - Fury dá de ombros. - O carregamento das armas já está seguindo pro Pentágono, nenhum burocrata veio me perturbar, então o relatório vai pro arquivo, vocês vão cuidar das suas vidas e eu vou dar o fora daqui. - ele diz, e Steve se espanta.

- Você já está indo embora?

- Isso aqui não é a SHIELD e eu não sou mais o Diretor. Meu trabalho é estar aqui quando vocês voltarem de alguma missão, me certificar de que todos voltaram vivos, arquivar relatórios e me reportar pro alto escalão, caso o meio-irmão rancoroso de um semideus ou um super-robô ameace a vida na Terra.

- De novo com essa história? Por quanto tempo vocês vão me encher com isso? - Stark finge irritação.

- Até deixar de ser engraçado. - diz Fury. - Bem, crianças, um bom fim de noite pra vocês. Espero não vermos amanhã. - e com isso Fury deixa a sala, e Tony e Steve sozinhos.

'Till The End Of The LineOnde histórias criam vida. Descubra agora