- A senhora está bem? – pergunta a mulher... Lilibeth... para Corinne.
- Oh, eu estou ótima. Só um pouco desapontada por Jean-Luc não ter a minha geleia de laranja. – ela responde, sorrindo.
- Maman... – Lilibeth insiste.
- Eu estou bem, bien-aimé, nós só estamos conversando. Eu estava prestes a contar pra ele sobre a conversa que nós tivemos anos atrás. Quando eu sentei com você e contei sobre sua origem. Sobre o período em que eu participei do Projeto BioArmy e sobre toda dor e sofrimento que eu causei, e sobre as vidas que eu ajudei a criar. Sobre como eu olhei nos seus olhos e contei quem era o seu verdadeiro pai.
Bucky sente um nó na garganta.
- Você... – ele pigarreia, chamando a atenção das duas mulheres. – Você contou pra ela?
- Claro. Lilibeth e eu nunca tivemos segredos. Ela sempre soube que Marcel não era seu pai biológico, assim como eu não era sua mãe biológica. A conversa que tivemos nesse dia foi para esclarecer de onde ela tinha vindo e porque teríamos que ser cautelosas daqui pra frente.
O coração de Bucky martela no peito. Ele olha para a mulher... para sua filha... que olha de volta pra ele com incerteza no olhar.
- Eu expliquei a ela que as pessoas para quem eu trabalhava eram pessoas perigosas e que nós teríamos que tomar cuidado. Eu disse que eu precisaria mudar o meu nome e que nós precisaríamos criar uma nova história para nós duas. Como você pode imaginar, foi muita coisa para uma menina de 13 anos assimilar. Ela precisou de alguns dias para se acostumar com todas essas informações, e quando se sentiu pronta, ela me perguntou sobre você.
Bucky olha novamente para a filha. Ela parece nervosa. Bucky não pode culpá-la.
- Eu contei a ela tudo que eu sabia. Tudo que estava nos arquivos da Hydra. Eu disse que a organização usava você como assassino. Nós ficamos atentas a casualidades que poderiam estar associadas a você. Foram muitos anos sem nenhum sinal, até Washington. Nós assistimos pela TV. Depois veio Bucareste, e Berlin. O processo, as audiências, o veredito. Sua volta pra casa. Eu soube que era uma questão de tempo. Eu soube que, mais cedo ou mais tarde, você chegaria até mim.
- Nunca te passou pela cabeça me procurar? Você nunca cogitou me contar a verdade? – ele pergunta, olhando para Corinne.
No entanto, para sua surpresa, é Lilibeth quem responde.
- Nós não sabíamos como você iria reagir. – ela diz. – Qual seria o impacto na sua vida. E nós também não sabíamos quais seriam as consequências para a Corinne.
- Lilibeth temeu por minha segurança. Mesmo eu não merecendo, ela sempre se preocupou comigo. Ela tem um bom coração. – Corinne toma a mão da filha adotiva e a beija. – Ás vezes eu gosto de pensar que tenho algum crédito pela mulher incrível que Lilibeth se tornou. Ela é íntegra, justa, bondosa e muito leal. Mas eu sei que essas qualidades não vieram de mim. Vieram dela mesma, de Marcel... e de você. – ela olha pra Bucky. – Você deveria se orgulhar, sua filha é uma pessoa espetacular.
Bucky olha pra filha. Sua mente grita. Ela ordena que ele ande em direção à filha e a abrace. Essa é sua filha! Você esperou tanto por isso! Mas ele não consegue. Ele não consegue se mexer. Ele está tremendo de ansiedade e antecipação. Ele sente que pode chorar. De fato, ele sente seus olhos marejarem.
- Bem, eu vou dar um pouco de privacidade pra vocês. Acho que vocês têm muito o que conversar. – diz Corinne.
Ela acaricia o rosto de Lilibeth e sorri. Ela dá alguns passos para fora da sala, quando Bucky a chama.
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'Till The End Of The Line
Ficción GeneralSteve achou que viver sem Bucky por décadas tinha sido a coisa mais difícil que ele já fez na vida, até que uma missão em uma antiga instalação da Hydra revela um segredo chocante sobre o programa do Soldado Invernal. Agora Steve e Bucky precisam li...