Voltar pra casa com Thomas foi absurdamente assustador.
Quando Tessa comunicou que Bucky e o bebê estavam liberados para ir pra casa, a primeira reação dos novos pais foi de pânico, seguida de uma enxurrada de perguntas.
"Ele está bem mesmo pra ir pra casa?"
"E se ele chorar?"
"Como a gente sabe que ele tá respirando?"
"Com que frequência ele vai mamar?"
"E se ele não quiser mamar?"
"Com que frequência a gente troca a fralda?"
"E se ele não dormir bem?"
"E se ele dormir à noite toda?"
Tessa respondeu a todas as perguntas com paciência e carinho.
- Rapazes, está tudo bem. Esse medo é normal, todo pai de primeira viagem sente isso. Mas eu garanto pra vocês que está tudo bem com o Thomas. Ele é super saudável e está louco pra conhecer a casa dele. E vocês se prepararam pra isso. Vocês estudaram e pesquisaram absolutamente tudo. E quando vocês não encontrarem respostas nos livros, o instinto de vocês vai guiar o caminho. Confiem em mim. Vocês vão se sair muito bem. Podem ir pra casa tranquilos. – ela diz, oferecendo a cadeira de rodas pra Bucky.
Dessa vez Bucky não recusou a carona. Mesmo com a ajuda do soro do super soldado, seu corpo ainda precisa de um tempo para se recuperar do parto. As contrações pós-parto são quase tão fortes quanto as do trabalho de parto, e surgem todas as vezes que Bucky amamenta o filho. Tessa reforça que não só é normal, como necessário. Significa que seu corpo está produzindo ocitocina o suficiente para ajudar o útero a voltar ao normal. Bucky deve esperar sentir essas dores pelos próximos quatro ou cinco dias.
Então, reunindo toda sua coragem, a nova família embarca no elevador, rumo ao lar.
Steve empurra a cadeira de rodas pela entrada do apartamento com cuidado, tomado por um medo repentino de que haja obstáculos no meio do caminho que possam perturbar o sono de Thomas ou causar algum tipo de dor a Bucky. Ele só consegue respirar aliviado quando estaciona a cadeira de rodas no centro da sala.
O apartamento parece diferente agora. Steve não sabe explicar o porquê, mas esse não parece o mesmo apartamento de dois dias atrás. Agora ele é o lar de uma pequena família.
Ele coloca as bolsas no chão, circula a cadeira de rodas e se agacha em frente a Bucky.
- O que você quer fazer primeiro? Quer comer alguma coisa? Deitar? Tomar um banho?
- Eu preciso tomar um banho de verdade. Eu sinto que ainda estou coberto de sangue, suor e leite.
- Okay, eu te ajudo.
- Não, eu consigo sozinho. Você fica de olho no Thomas. – diz Bucky, oferecendo o filho para Steve.
- Ele está dormindo, Buck. Não é melhor a gente aproveitar esse soninho dele e otimizar o tempo? Eu posso te ajudar a tomar banho, enquanto ele dorme.
- E se ele acordar?
- Se ele acordar, nós vamos ouvir pela babá eletrônica. Além do mais, assim que ele acordar, ele vai querer mamar, e isso é a única coisa que eu não posso fazer por ele. Então, quanto mais rápido eu te ajudar a tomar banho, mais rápido você vai estar livre pra dar de mamar.
Bucky pondera. Ele sabe que é irracional, mas a ideia de deixar o filho sozinho em outro cômodo é aterrorizante pra ele. Steve nota o medo em seus olhos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
'Till The End Of The Line
Ficção GeralSteve achou que viver sem Bucky por décadas tinha sido a coisa mais difícil que ele já fez na vida, até que uma missão em uma antiga instalação da Hydra revela um segredo chocante sobre o programa do Soldado Invernal. Agora Steve e Bucky precisam li...